Nossa Senhora,
verdadeira Mãe de Jesus Cristo, Rei do Universo, é invocada hoje com o título
de Rainha do Céu e da Terra. Antigamente a festa da realeza de Nossa Senhora
era celebrada no dia 31 de maio.
A liturgia sagrada já
invoca a Mãe de Deus com os títulos de Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos
Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, de todos
os Santos, Rainha Imaculada, Rainha do Santíssimo Rosário, Rainha da Paz e
Rainha Assunta ao Céu.
Este título de Rainha
exprime então o pensamento de a Santíssima Virgem se avantajar a todas as ordens
de santidade e de virtude, Rainha dos meios que levam a Jesus Cristo, e de que,
sendo Rainha assunta ao Céu, já era sobre a terra, isto é, Rainha reconhecida
pela terra e pelo céu como sendo a criatura mais perfeita e mais avantajada em
toda a santidade e semelhança de Deus Criador!
Mas, quando falamos no
título da Realeza de Maria Santíssima, trata-se da Realeza que Lhe cabe por direito como Soberana,
deduzida das suas relações com Jesus
Cristo, Rei por direito de tudo o criado, visível e invisível, no céu e na terra.
Efetivamente as
prerrogativas de Jesus Cristo tem todas os seus reflexos na Santíssima Virgem,
Sua Mãe admirável: Assim Jesus Cristo é o Autor da graça, e Sua Mãe é a
dispenseira e intercessora de todas as
graças; Jesus Cristo está unido à
Santíssima Virgem pelas suas relações de
Filho e nós, corpo místico de Jesus Cristo, estamos também unidos a Sua Mãe
pelas relações que Ela tem conosco como
Mãe dos homens. E assim, pelo reflexo da
Realeza de Jesus Cristo, seu filho, Ela é Rainha do céu e da terra, dos Anjos e
dos homens, das famílias e dos corações,
dos justos e dos pecadores que, na Sua
Misericórdia real, encontram perdão e refúgio.
Oh! Se os homens
aceitassem, de verdade prática, a Realeza da Santíssima virgem, em todas as
nações, em todos os Lares e realmente pelo seu governo maternal regulassem os
interesses deste mundo material, buscando primeiro que tudo o Reino de Deus, o
Reino de Maria Santíssima, obedecendo aos seus ditames e conselhos Reais, como
depressa se mudaria a face da terra!
Todas as heresias
foram, em todos os tempos, vencidas pelo cetro da Santíssima Mãe de Deus.
Nesses nossos tempos, tão conturbados pelas sumas das heresias, os homens
debatem-se numa pavorosa luta em que vemos e apalpamos, da maneira mais
trágica, serem insuficientes os meios humanos para restabelecer a paz na
sociedade humana! De resto, demasiado puderam
os homens a sua confiança nos sistemas sociais, nos meios do progresso
científico, no poder das armas de destruição, no terrorismo, e tudo isso só
serviu para o mundo assistir agora desorientado à maldição profetizada aos
homens que põem a sua confiança nos homens, afastando-se de Deus e da ordem
sobrenatural da graça!
Maria Santíssima,
Rainha do Céu e da terra, foi sempre a
vencedora de todas as batalhas de Deus: Voltem-se os governantes do
mundo para Ela e o Seu cetro fará
triunfar a causa do bem, com o triunfo da Igreja e do Reino de Deus!
ENCÍCLICA DO PAPA PIO
XII SOBRE A FESTA DE NOSSA SENHORA RAINHA
O Papa pio XII, em
encíclica dirigida aos membros do episcopado a respeito da Realeza de Maria,
recorda que o povo cristão sempre se dirigiu à Rainha do céu nas circunstâncias
felizes e sobretudo nos períodos graves
da história da Igreja.
Antes de anunciar a sua
decisão de instituir a festa litúrgica da “Santa Virgem Maria Rainha”,
assinalou o Papa:
“Não queremos propor
com isso ao povo cristão uma nova verdade e acreditar, porque o próprio título
e os argumentos que justificam a
dignidade real de Maria já foram abundantemente formulados em todos os tempos
e encontram nos documentos antigos da
Igreja e nos livros litúrgicos. Tencionamos apenas chamá-lo com esta encíclica
a renovar os louvores à nossa Mãe do
céu, para reanimar em todos os espíritos uma devoção mais ardente e contribuir assim para o seu bem espiritual”
Pio XII cita em seguida
as palavras dos doutores e santos que desde a origem do Novo testamento até os
nossos dias salientaram o caráter soberano, real, da Mãe de Deus, co-redentora:
Santo Efrem, São Gregório de Naziano, Orígenes, Epifânio, Bispo de
Constantinopla, São Germano, São João Damasceno, até Santo Afonso Maria de
Ligório.
Acentua o Santo Padre
que o povo cristão através das idades, tanto no oriente quanto no ocidente, nas
mais diversas liturgias, cantou os
louvores de Maria, Rainha dos Céus.
“A iconografia, disse o
Papa, para traduzir a dignidade real da bem-aventurada Virgem Maria,
enriqueceu-se em todas as épocas com
obras de arte do maior valor. Ela chegou mesmo a representar o divino Redentor cingindo a
fronte de sua Mãe com uma coroa refulgente”.
Na última parte do
documento o Papa declara que tendo adquirido, após longas e maduras reflexões,
a convicção de que decorrerão para a Igreja grandes vantagens dessa verdade
solidamente demonstrada”, decreta e institui a
festa de Maria Rainha, e ordena que
nesse dia se renove a consagração do
gênero humano do Coração Imaculado na Bem-Aventurada Virgem Maria “porque nessa
consagração repousa uma viva esperança de ver surgir uma era de felicidade que
a paz cristã e o triunfo da religião
alegrarão”.
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