Com o objetivo de capacitar agentes de
pastoral para a ação e a animação missionária em suas comunidades, dioceses e
projetos além-fronteiras, além de motivar os participantes à causa missionária,
através de uma adequada fundamentação bíblica, histórica e teológica, acontece
no Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília desde o dia 6 e segue até
quinta-feira, 17, o 2º Módulo do Curso de Extensão em Missiologia e Animação
Pastoral, para leigos, religiosos, diáconos e presbíteros engajados na animação
missionária.
O curso, realizado pelo CCM, em parceria com
o Instituto de Filosofia Berthier (Ifibe) de Passo Fundo (RS), reúne quase 30
pessoas de várias regiões do Brasil. O tema deste módulo é “A comunidade em
missão”. O professor, mestre em história social, Sérgio Coutinho, abordou o
tema “A missão ao longo dos séculos”. Ele falou sobre a história e a visão de
missão que a Igreja tem aprendido nesses dois séculos de caminhada, com um
resgate dos três modelos missionários que aconteceram no fim do século passado,
ainda bastante presentes no Documento de Aparecida (DAp).
O professor Joachim Andrade, mestre em
Ciências da Religião e Antropologia Social, abordou o tema “A missão da Igreja
e as outras religiões”. Ele realçou a importância de se conhecer “a casa do
outro” mostrando como são as grandes religiões do mundo. Enfatizou que é
fundamental haver um diálogo inter-religioso na convivência e inculturação.
“Missionário é aquele que vai e, para realizar seu trabalho, precisa adentrar
em outras culturas respeitando a manifestação de Deus já presente nessa
cultura”, disse ele.
O integrante da equipe de trabalho do Conselho Missionário Diocesano (Comidi), da arquidiocese de Curitiba (PR), João de Lima, que participa do curso, concorda com o professor Joachim e aponta a inculturação como um caminho indispensável para o trabalho missionário. “É importante a fala do professor Joachim sobre adentrar culturas, porque ao sair de seu lugar e ir para outros espaços, você precisa saber quem é esse Deus que está presente na cultura, como esse povo se relaciona com Ele. Pode ser estranho para nós, mas para esse povo, esse Deus já se manifestou e tem um significado e importância. Eu não posso fazer um julgamento que esse Deus seja menor”, comentou.
O integrante da equipe de trabalho do Conselho Missionário Diocesano (Comidi), da arquidiocese de Curitiba (PR), João de Lima, que participa do curso, concorda com o professor Joachim e aponta a inculturação como um caminho indispensável para o trabalho missionário. “É importante a fala do professor Joachim sobre adentrar culturas, porque ao sair de seu lugar e ir para outros espaços, você precisa saber quem é esse Deus que está presente na cultura, como esse povo se relaciona com Ele. Pode ser estranho para nós, mas para esse povo, esse Deus já se manifestou e tem um significado e importância. Eu não posso fazer um julgamento que esse Deus seja menor”, comentou.
O padre missionário, João Carlos Pereira,
mestre em Ciências da Religião e doutor em Sociologia, foi o responsável pelo
tema “A missão de formar novas comunidades”. Ele confrontou a temática
desenvolvida pelo padre Joachim, sobre as várias tradições religiosas presentes
no mundo, dentre elas o Cristianismo, e como se deve trabalhar a mensagem de
Jesus na diversidade religiosa e cultural. “Nós trabalhamos a dimensão
missionária das paróquias passando subsídios que possam ajudar os missionários
a colocar em prática, nas bases a dimensão missionária tendo como base os três
principais documentos da Igreja: Documento de Aparecida; Diretrizes Gerais da
Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) e no subsídio da Missão
Continental. A partir deles estamos estudando a formação de novas comunidades, reestruturação
de comunidades antigas nos modelos, nos moldes que nos pedem os documentos da
Igreja”.
O missionário também falou dos desafios de
tornar as comunidades eclesiais mais próximas das pessoas. “O grande obstáculo
é que nós ainda temos arraigado um modelo tradicional de Igreja que é
centralizador, que concentra a força na mão do padre e suas atividades na
Igreja matriz e isso distancia as pessoas. Nós ainda temos muito desse modelo
presente na Igreja no Brasil”.
De acordo com o padre Aluísio da Silva Ramos,
da diocese de Nazaré (PE), “a missão de formar novas comunidades passa por
caminhos que podem ser trilhados na nova busca que a Igreja está tentando
empreitar para o anúncio do Evangelho, respeitando as outras culturas, as
outras diversidades religiosas e formando comunidades abertas para a novidade
que é Cristo, para nós e para o mundo”. Para ele, o foco na abertura para o
mundo e sua diversidade cultural e religiosa é um ponto chave da formação no
CCM.
A irmã Roberta Martins Arias, da Comunidade Missionária
Providência Santíssima, que mora em São Paulo (SP), avalia positivamente o
curso e diz que vai levar para a prática o que aprendeu aqui ao longo desses
onze dias de formação. “Para mim é uma experiência importante para eu levar
para as bases e fazer crescer cada vez mais todo o trabalho que temos de
comunidade, de missão junto ao povo, às comunidades e paróquias. Como membro de
uma comunidade de vida que preza pela missão, trabalha com a missão, é
importante conhecer as diversas realidades, maneiras de ser Igreja, de poder
fazer com que a Missão aconteça. Portanto, todo o trabalho dos assessores, do
CCM, é válido e deve ser mais divulgado e se tornar mais conhecido para se
expandir cada vez mais para nossa Igreja”, concluiu.
Fonte: http://www.cnbb.org.br
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