Sob o aspecto histórico
o título de Nossa Senhora da Guia tem sua origem na Igreja Ortodoxa, onde a
Santíssima Virgem é invocada sob o nome “Odigitria”, que significa “Condutora”,
“Guia” de Jesus desde a infância até o início de sua vida pública, consequentemente
invocada como guia e protetora do povo de Deus.
São diversos os locais
onde Nossa Senhora da Guia passou a ser venerada. Via de regra, a Virgem Maria
encontra-se sentada, segurando o Menino Jesus como que o amparando, mas
diversos outros ícones da Virgem da Guia variam conforme a localidade e os
costumes. Representações mais recentes
apresentam Maria a meio corpo, vestida com uma túnica branca e um manto
azul. Sobre a cabeça um véu branco e as
mãos unidas em oração. Há outras representações que variam, algumas delas apresentam-na
com uma estrela em uma das mãos simbolizando a Estrela Guia, que conduziu os
Reis Magos até a manjedoura onde encontrava-se o Menino Jesus.
No Brasil sua difusão
deve-se aos portugueses, que trouxeram a devoção de Portugal, onde a festa
comemora-se junto com Nosso Senhor do Bonfim. Por este motivo, no ano de 1745,
um Capitão da Marinha Real aportou na cidade de São Salvador, Bahia, trazendo
em seu navio tanto a imagem de Nossa Senhora da Guia quando a de Nosso Senhor
Jesus do Bonfim, as quais foram transportadas até a Igreja de Nossa Senhora da
Penha, situada na localidade de Itabagipe.
Católico devoto decidiu
difundir no Brasil a devoção enraizada em Portugal e passou a aventar a ideia de
construir um novo templo dedicado ao Senhor do Bonfim e à Virgem da Guia. Suas
intenções não tardaram. Inicialmente conseguiu liderar um grupo de fiéis para
fundar a Associação de Devoção do Senhor do Bonfim, cuja meta era difundir os
dois cultos, bem como levantar verbas para concretizar a construção da igreja.
De fato, as suas
intenções floresceram rapidamente, de forma que em seguida iniciou-se a
construção no então Montserrat, hoje Alto do Bonfim. Finalmente, no ano de 1754, as duas imagens
foram trasladadas numa grande procissão solene, da igreja da Penha para a nova
igreja, dedicada a Nosso Senhor do Bonfim.
Houve muitas variações
quanto à data comemorativa e, por este motivo, a Associação de Devoção do
Senhor do Bonfim ingressou com pedido no Vaticano para estabelecimento da data,
tendo o Papa Pio VII definido que a comemoração deveria ser feita no segundo
domingo após a Epifania do Senhor.
Assim, a celebração é sempre comemorada no mês de janeiro, mas não
possui dia fixo, por acompanhar o calendário das festas móveis da Igreja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário