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No século XV a Espanha
fazia esforços para expulsar os mouros de Granada, seu último bastião ibérico. Na época dos reis católicos Fernando e D. Isabel, São Francisco de Paula enviou
os frades penitentes: Padre Bernardino da Cropalati e Padre Giacomo L'
Espervier para acalmarem os temores dos reis quanto a invasão muçulmana. Três
dias após a chegada dos dois missionários, os mouros foram derrotados. Isto ocorreu em 18 de agosto de 1487, e em gratidão ao obtido, os reis mandaram
erguer uma Igreja com o nome de Nossa Senhora da Vitória, no lugar onde
estivera a tenda real na época das batalhas.
Assim, os religiosos
desta ordem na Espanha, foram chamados de Frades da Vitória. Seguindo a mesma
idéia, o então Vigário - Pe. Carlos Gomez, da Igreja São Francisco de Paula, na
Barra da Tijuca, em 1991, sugeriu o nome de Nossa Senhora da Vitória a récem
erguida Paróquia no Alfa-Barra, a qual foi um desmembramento de sua Igreja.
Desde então, a nova Paróquia ficou sob a responsabilidade do Pe. Joel Amado.
Foi declarada padroeira da Málaga pelo Papa
Pio IX em 12 de dezembro de 1867 e foi coroada cononicamente em 8 de fevereiro
de 1943. Sua festa é celebrada no dia 8 de setembro. Outros festejam no dia 15
de agosto.
A invocação de Nossa
Senhora da Vitória já existia em Portugal desde o tempo de Dom João I, quando
este rei, grato à Virgem Maria pela vitória alcançada em Aljubarrota contra os
castelhanos, mandara construir um Mosteiro e um Santuário, talvez o mais velho
em estilo gótico português, que recebeu o nome de Santa Maria da Vitória, porém
é conhecido hoje em dia como “A Batalha”, que é sem dúvida uma das obras primas
da arquitetura religiosa lusitana.
Em 1571, a esquadra cristã conseguiu o
estrondoso triunfo contra os turcos na batalha naval de Lepanto, afastando
definitivamente do continente europeu o perigo muçulmano, que o ameaçara
durante vários séculos. O Papa Pio V então, em sinal de gratidão, deu à Virgem
Maria o título de Nossa Senhora da Vitória. Naquela ocasião, o desconhecido
Brasil, talvez devido à herança da fé portuguesa, já possuía dois Santuários
dedicados a esta devoção: o de Salvador e o da capital do Espírito Santo. A
vila de Nossa Senhora da Vitória foi fundada em 1551 pelo donatário Vasco
Fernandes Coutinho, em reconhecimento à proteção de Maria Santíssima num
combate contra os Índios Goitacases.
Nossa Senhora da
Vitória é a mais venerada no Nordeste brasileiro e geralmente em antigas vilas,
que datam do inicio da colonização de nosso país. Assim, pois a encontramos no
Piauí, na cidade de Oeiras, sua primeira capital, antigamente denominada Vila
de Mocha, que nasceu em redor da capela de Nossa Senhora da Vitória em 1697. Em
São Luiz do Maranhão, na luta contra os holandeses em 1662, Ela apareceu no
outeiro da Cruz, transformando em pólvora a areia branca da estrada, o que
permitiu a vitória dos brasileiros contra os flamengos, que fugiram
espavoridos. Por isso a Catedral daquela capital é dedicada à Virgem da Vitória
e sua estátua aparece no alto do frontão, entre as duas torres cujos sinos
badalam há mais de trezentos anos, nas grandes festas maranhenses.
Iconografia:
Nossa Senhora é representada de pé, com o Menino Jesus no braço
esquerdo, segurando com a mão direita a palma, símbolo da vitória. Maria veste
uma túnica coberta por um manto enfeitado de desenhos dourados. Sobre o véu usa
uma coroa, que aparece também na cabeça de seu Filho.
A Senhora da Vitória da Igreja de São
Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, tem na mão direita um estandarte de
cetim branco, bordado a ouro.
Existe ainda a invocação de Nossa Senhora
das Vitórias de origem francesa. A Mãe de Deus se apresenta de pé, vestida de
uma túnica branca e um manto azul, que lhe envolve o corpo, e segura com as
duas mãos o Menino Jesus, de pé sobre o globo terrestre, colocado à direita de
Maria. Ambos são coroados.
Fonte: http://www.cademeusanto.com.br
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