Nesta quarta-feira, 23,
o Papa Bento XVI continuou o ciclo de Catequeses sobre a oração. Aos peregrinos
e fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Santo Padre ressaltou que o Espírito
Santo “nos ensina a nos dirigir a Deus como filhos, chamando-O de ‘Abbá, Pai’”
com a simplicidade, o respeito, a confiança e o afeto de um filho por seus
pais.
“Queridos irmãos e
irmãs, o Espírito Santo nos ensina a tratar Deus, na oração, com os termos
afetuosos de ‘Abbá, Pai!’, como fez Jesus. São Paulo, tanto na carta aos
Gálatas como na carta aos Romanos, afirma que é o Espírito que clama em nós
‘Abbá, Pai!’”, ressaltou o Pontífice.
Bento XVI enfatiza
ainda que a Igreja acolheu esta invocação, que é repetida na oração do
"Pai-Nosso" e "poder chamar Deus de Pai é um dom
inestimável". Ele não é somente o Criador, explica o Papa, mas é quem
conhece cada um pelo nome, Aquele que cuida e ama todos imensamente, como
ninguém no mundo é capaz de amar.
“Hoje muitos não se dão
conta da grandeza e da consolação profunda contidas na palavra 'Pai', dita por
nós a Deus na oração. O Espírito Santo ilumina o nosso espírito, unindo-nos à
relação filial de Jesus com o Pai. Realmente, sempre que clamamos 'Abbá, Pai!',
fazemos isso movidos pelo Espírito, com Cristo e em Cristo, e sempre em união
com toda a Igreja”, afirma o Papa.
Talvez o homem de hoje,
ressaltou o Pontífice, não perceba a beleza, a grandeza e a consolação profunda
contida na palavra “pai”, porque a própria figura paterna não seja
suficientemente presente e, muitas vezes, suficientemente positiva na vida
cotidiana.
“A ausência do Pai, o
fato de um pai não ser presente na vida de uma criança é um grande problema do
nosso tempo, por isso, torna-se difícil entender na sua profundidade o que quer
dizer que Deus é Pai para nós”, salienta.
Na oração, explica
ainda Bento XVI, entramos numa relação de intimidade e familiaridade com um
Deus pessoal, que quis nos fazer participantes da plenitude da vida, que nunca
nos abandona. Na oração, não somente nos dirigimos a Deus, mas entramos numa
relação recíproca com Ele. Uma relação em que nunca estamos sós: Cristo nos
acompanha pessoalmente, e também a comunidade cristã, com toda a diversidade e
a riqueza dos seus carismas, como família dos filhos de Deus.
No final da catequese,
o Santo Padre saudou os fiéis e grupos de peregrinos nos vários idiomas, entre
eles, os brasileiros.
“Queridos peregrinos de língua portuguesa:
sede bem-vindos! Saúdo de modo particular os brasileiros do Rio de Janeiro, do
Rio Grande de Sul, bem como as Irmãs Franciscanas de São José. Com a
proximidade da solenidade de Pentecostes, procurai, a exemplo de Nossa Senhora,
estar abertos à ação do Espírito Santo na vossa oração, de tal modo que o vosso
pensar e agir se conformem sempre mais com os do seu Filho Jesus Cristo. De
coração vos abençôo a vós e às vossas famílias!”, disse o Papa em português.
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