NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
Embora sejam
representadas de maneiras diferentes, trata-se da mesma festa litúrgica em que
a Igreja celebra a glorificação de Maria, assunta ao Céu, coroada como Rainha
da Glória. Por isso é representada trazendo uma coroa na cabeça, um cetro na
mão e nos braços o Menino Jesus. Sua devoção chegou até nós pelos colonos
portugueses, que em 1503, construíram em Porto Seguro a primeira igreja a ela
dedicada. (Extraído do livro Povo em Oração – paulinas – pág. 189)
Maria aparece pela
última vez nos escritos do Novo Testamento no primeiro capítulo dos Atos dos
Apóstolos: ela está no meio dos Apóstolos, em oração, no cenáculo, aguardando a
descida do Espírito Santo. A concisão dos textos inspirados opõe-se a
abundância das informações sobre Nossa Senhora nos escritos apócrifos,
especialmente o Proto-evangelho de Tiago e a Narração de São João, o teólogo,
sobre a dormitio (passagem da Santa Mãe de Deus). O termo dormitio é o mais
antigo que se refere ao desfecho da vida terrena de Maria. Esta celebração foi
decretada no Oriente no século VII, com um decreto do imperador bizantino
Maurício. No mesmo século a festa da Dormitio (= passagem para outra vida) foi
introduzida também em Roma por um papa oriental, Sérgio I. Mas passou-se um
século antes que o termo dormitio cedesse lugar àquele mais explícito de
Assunção.
A definição dogmática,
pronunciada por Pio XII em 1950, declarando que Maria não precisou aguardar,
como as outras criaturas, o fim dos tempos para obter também a ressurreição
corpórea, quis pôr em evidência o caráter único da sua santificação pessoal,
pois o pecado nunca ofuscou, nem por um instante, o brilho de sua alma. A união
definitiva, espiritual e corporal do homem com Cristo glorioso, é a fase final
e eterna da redenção. Assim os santos, que já tem a visão beatífica, estão de
certo modo aguardando a plenitude final da redenção, que em Maria já havia
acontecido com a singular graça da preservação do pecado.
À luz desta doutrina
que tem fundamento na Sagrada Escritura, o Proto-evangelho, referindo-se ao
primeiro anúncio da salvação messiânica dado por Deus aos nossos progenitores
após a culpa, apresenta Maria como a nova Eva, intimamente unida com o novo
Adão, Jesus. Jesus e Maria estão realmente associados na dor e no amor para
expiarem a culpa dos nossos progenitores. Maria é portanto não só Mãe do
Redentor, mas também sua cooperadora, a ele intimamente unida na luta e na
decisiva vitória. Essa íntima união requer que também Maria triunfe, como
Jesus, não somente sobre o pecado, mas também sobre a morte, os dois inimigos
do gênero humano. Como a redenção de Cristo tema a sua conclusão com a
ressurreição do corpo, também a vitória de Maria sobre o pecado, com a
Imaculada Conceição, dever ser completa com a vitória sobre a morte mediante a
glorificação do corpo, com a Assunção, pois a plenitude da salvação cristã é a
participação do corpo na glória celeste.
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