terça-feira, 31 de maio de 2011

VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

O mês que a devoção popular cristã dedicou de modo especial ao culto da Mãe de Deus encerra-se com a festa litúrgica que recorda o segundo mistério gozoso. Nossa Senhora foi visitar com solicitude sua prima Isabel, para lhe oferecer os serviços que uma jovem senhora pode prestar a uma anciã que espera tornar-se mãe. Maria foi movida pelo desejo de comunicar à prima a alegria que sentia pelo prodígio nela operado pelo Senhor. Assim, o seminário de São Pedro Celebrou a Festa da Visitação de Nossa Senhora. Às 11h30 a comunidade participou da celebração da Santa Missa e coroaram a Mãe de Deus, Maria Santíssima. Acompanhe alguns momentos:






Viva a Mãe de Deus e nossa mãe!!! Viva Jesus Cristo!!! Viva a Igreja!!!

O CONTO DA VIDA


AS RECORDAÇÕES

            Realizou-se um encontro de antigos alunos da faculdade. Quando chegou o momento de recordarem episódios do passado, que jamais esqueceram, um deles contou o seguinte:
            Durante o meu primeiro ano da Faculdade, um professor deu-nos um questionário.
            Respondi rapidamente a todas as questões até chegar à última. Perguntava assim:
            - Qual é o primeiro nome da mulher que faz a limpeza na escola?
            Sinceramente, isso me parecia uma piada. Eu já tinha visto a tal mulher várias vezes nos corredores. Ela era alta, cabelo escuro, lá pelos seus 50 anos. Mas como iria eu saber o nome dela? Entreguei o teste deixando essa pergunta em branco.
            Um pouco antes da aula terminar, um aluno perguntou se a última pergunta do teste ia contar para a nota. O professor respondeu:
            - É claro que sim!
            Ao regressar para casa percebi a lição que ele queria nos dar: todas as pessoas merecem a nossa atenção. No dia seguinte, soube que o seu nome era Raquel.

LIÇÃO DE VIDA

            Todos os dias encontramos pessoas a quem não damos a necessária atenção. No entanto, todas aguardam o nosso sorriso e saudação amiga.

Wilson João

"Maior é o bem desejado maiores serão também as dificuldades para alcançá-lo"

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá – AP

Na saída do vilarejo, tinha três estradas: uma conduzia ao mar, a segunda ia rumo à cidade e a terceira não levava para canto algum. O menino Martinho já tinha perguntado a muitos adultos onde aquela estrada acabava. - Em lugar nenhum - respondia o pessoal - e você tem uma cabeça bem dura para ainda não estar convencido disso! Assim Martinho foi apelidado de “cabeça-dura”. Mas ele não desistia e ficava sempre matutando. Perguntava a si mesmo e aos outros: Como é possível? Quem fez a estrada devia saber onde queria chegar! E insistia: quem já foi lá para ver?
Quando Martinho cresceu e pode se afastar mais de casa, tomou coragem e entrou decidido naquela estrada. “Agora eu vou saber!” repetia consigo mesmo. A estrada levava à mata bem fechada, e ainda dava para continuar. Estava escuro de baixo daquelas árvores, mas Martinho não desistiu. Estava cansado e com vontade de voltar, quando, de repente, apareceu um cachorro. “Se tem cachorro tem gente”, pensou alegre Martinho. Reanimado não mediu esforços e seguiu o cachorro que caminhava à sua frente. Finalmente viu um portão e atrás dele um jardim maravilhoso com um castelo lindo demais. Uma senhora muito bonita o acolheu com um sorriso e lhe disse: - Então, você acreditou! – Conversando, ela foi lhe mostrando a beleza do local e todas as riquezas nele guardadas. – Pode levar o que quiser – disse a bela senhora – Vou lhe dar uma carroça para carregar o que escolher -. Martinho não pensou duas vezes, encheu a carroça com muitas riquezas. Os cavalos já conheciam o caminho e o cachorro colaborava correndo à frente. Rapidamente chegou à praça do vilarejo, descarregou todos os presentes e se despediu do cachorro e dos cavalos, que desapareceram num piscar de olhos. O povo foi chegando. Martinho distribuiu quase tudo o que tinha trazido e teve que contar dezenas de vezes a sua aventura. Nos dias seguintes, muitos prepararam carroças e cavalos e se embrenharam naquela estrada, no entanto todos voltaram de mãos vazias e de cabeça baixa. Aquela estrada não conduzia mesmo a lugar algum. Isso aconteceu porque certos tesouros existem somente para quem acredita neles e abre por primeiro um novo caminho. E o primeiro tinha sido Martinho cabeça-dura.
Sempre gostei desta história, porque ela se parece muito com a nossa vida. Todos temos um caminho único e próprio a percorrer. Podemos ter inúmeros companheiros de viagem, mas somente nós podemos trilhar o caminho da nossa vida. Ainda podemos sair em grupo do mesmo lugar, mas os percursos são diferenciados. O que pode parecer fácil para alguns pode ser muito difícil para outros e vice-versa. Vivendo, cada um abre o seu próprio caminho. Alcançamos objetivos e realizamos projetos diferentes conforme as metas que sonhamos e que nos propomos conseguir com mais ou menos determinação, coragem e disposição. Na experiência de alcançar uma meta sonhada e desejada está a nossa alegria por mais simples e humilde que seja esta meta. Podem ser os pequenos passos de uma criança que aprende a falar e a andar, como os resultados de trabalhos e esforços de uma vida inteira. A tristeza da existência humana é não ter meta nenhuma. Não sonhar com nenhum “tesouro” que valha a pena ser buscado e alcançado. Maior é o bem desejado maiores serão também as dificuldades para alcançá-lo, mas muito maior ainda será a felicidade quando chegarmos lá.
Quem acredita que a vida é um dom do amor de Deus, só deseja encontrá-lo e fazer da sua existência um caminho para conseguir essa meta. Ele é o único tesouro que vale a pena buscar com todas as forças, acreditando e perseverando até o fim. Contudo ninguém alcançaria essa meta tão alta sem a ajuda de quem já sabe e está pronto para nos socorrer. Jesus se oferece para nós como “o caminho, a verdade e a vida” para chegar ao Pai. Cabe a nós liberar o caminho dos entulhos que nos impedem acertar a meta. Para quem acreditar e nunca desistir a alegria será sem comparações. A fé nos pede mesmo uma cabeça bem dura.

LITURGIA DIÁRIA


“O Santo de Israel é grande entre vós”

Primeira Leitura: Sf 3,14-18 ou Rm 12,9-16
Cânt.: Is 12,2-6
Evangelho: Lc 1,39-56


“O Senhor Jesus Se deixou tentar pelo demônio para nos mostrar como devemos nos comportar quando sujeitos à tentação. Para aqueles que rogam ao Pai não serem tentados além de suas forças, estar sujeito à tentação não significação que pecaram. É, antes, uma oportunidade para aumentarem a sua fidelidade e perseverança por meio da humanidade e da vigilância” (Beato João Paulo II)

segunda-feira, 30 de maio de 2011


NOSSA SENHORA RAINHA
Por Pe. Jailton

            Desde os primeiros séculos, a poesia cristã, liturgia e a arte ressaltam a dignidade régia da Mãe de Deus. Nossa Senhora é Rainha e, como a luz do dia vem do sol,a sua realeza vem da sua maternidade divina. Já na Anunciação o santo Arcanjo falava do reinado sem fim do menino que lhe nasceria por obra e graça do Espírito Santo (Lc 1, 33). Para a piedade dos fiéis, há uma lógica: rei o filho, rainha a mãe. Por que não haveria de ser rainha aquela que o próprio Deus para ser a mãe do “Rei dos reis e Senhor dos senhores”(Ap 19, 16) e que, por isso mesmo a preservara imaculada desde a conceição, a fizera “cheia de graça”(Lc 1, 28) e a mantivera virgem durante e depois do parto?
Para encerrar o Ano Santo de 1954, decretado pelo Papa Pio XII, então reinante, para celebrar o primeiro centenário do dogma da Imaculada Conceição, o Santo Padre escreveu a encíclica "Ad caeli Reginam" sobre a realeza de Maria e instituiu para toda a Igreja a festa de Nossa Senhora Rainha. Escreveu Pio XII na mesma encíclica de 1954 que Maria é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também por ter sido associada, pela vontade de Deus, a Jesus Cristo na obra da salvação. Isenta de qualquer culpa pessoal ou hereditária, e sempre estreitamente unida ao Filho, ela o ofereceu no Calvário ao Eterno Pai, sacrificando seu amor de mãe em benefício de toda a humanidade manchada pelo pecado. Por isso, assim como Jesus é Rei não só por ser o Filho de Deus, mas também por ser o nosso Redentor, assim pode-se afirmar que Maria Santíssima é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também porque associou-se a Cristo na redenção do gênero humano. "Maria participa da dignidade real - ensina Pio XII - porque desta união com Cristo Rei deriva para ela tão esplendente sublimidade, que supera a excelência de todas as coisas criadas. Desta mesma união com Cristo nasce aquele poder real, pelo qual ela pode dispor dos tesouros do Reino do Redentor divino". O Reino de Maria é vasto como o de seu Filho, porque nada se exclui de seu domínio.
            Na encíclica "Sobre a bem-aventurada Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho" (1987), o Beato João Paulo II lembra que em Maria Santíssima realizou-se plenamente a verdade que 'servir ao Rei é reinar'. Maria, serva do Senhor, tem parte no Reinado do Filho. "A glória de servir não cessa de ser a sua exaltação real: elevada ao céu, não suspende aquele serviço salvífico em que se exprime sua mediação materna" (n. 41). De sorte que ser Rainha do céu e da terra não é apenas a posição mais alta conquistada por uma criatura humana. Mas é também para a humanidade a garantia de uma intercessora generosa, de uma medianeira das graças divinas, de uma advogada segura, de uma dispensadora dos tesouros divinos. A realeza de Maria é essencialmente materna, exclusivamente benéfica. Seja, portanto, a ela a nossa prece: “Reinai, ó Mãe e Senhora, mostrando-nos o caminho da santidade, dirigindo-nos e assistindo-nos para que dele nunca nos afastemos. Reinai sobre as inteligências, para que não procurem senão a verdade; sobre as vontades para que sigam somente o bem; sobre os corações para que amem unicamente o que vós mesma amais”.

LITURGIA DIÁRIA


“O Senhor ama seu povo de verdade”

Primeira Leitura: At 16,11-15
Sl: 148
Evangelho: Jo 15,26 – 16,4


“O jejum é mais do que a mera abstinência de nutrição e alimentos. O jejum é um símbolo, um sinal, um chamado sério e estimulante à aceitação e à renúncia. Que renúncia? Renúncia ao “ego”, isto é, aos caprichos e às aspirações nocivas; renúncia aos próprios defeitos, às paixões e desejos impetuosos. Jejuar é ser capaz de dizer não, de modo claro e firme, a tudo o que é sugerido ou exigido pelo orgulho, pelo egoísmo e pelo vício. É ser capaz de escutar a própria consciência, de respeitar o bem alheio, de permanecer fiel à sagrada lei de Deus” (Beato João Paulo II)

domingo, 29 de maio de 2011

O Recado de Paulo

 

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues

Arcebispo de Sorocaba – SP

 

São Paulo atribui a decadência moral da humanidade à substituição da Verdade sobre Deus pela idolatria que consiste em adorar o não adorável(Cl 3,5). O documento de Puebla, do Episcopado Latino-Americano (1979), refere-se a três formas de idolatria: a da riqueza, a do prazer e a do poder. São Paulo oferece, na Carta aos Romanos, uma lista de comportamentos que caracterizavam a cultura pagã de seu tempo. Fala de um aprisionamento da verdade, impedida de vir à tona, pelas escolhas ímpias e injustas dos seres humanos. Em outra passagem, São Paulo afirma que os gentios, que não receberam a lei revelada, têm a lei “gravada em seus corações”(Rom 2,15), razão por que são também responsáveis diante da própria consciência pelo mal que praticam.
Aqueles que crêem de verdade em Deus, Pai e Criador, estão convictos de que existe uma ordem natural a ser respeitada e que a verdadeira liberdade consiste em assumir na própria existência o projeto de Deus que se pode descobrir pela consideração atenta, sensível à verdade, da natureza profunda do universo e da própria natureza humana. Quando Deus deixa de ser o fundamento último da existência humana, tudo se torna possível.
Os desejos dos indivíduos, ou de grupos, podem então se transformar em direitos e as leis acabam por abrir espaço para sua satisfação.  Escutemos São Paulo: “Ao mesmo tempo revela-se, lá do céu, a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça humana, daqueles que por sua injustiça aprisionam a verdade. Pois o que de Deus se pode conhecer é a eles manifesto, já que Deus mesmo lhes deu esse conhecimento.
De fato, as perfeições invisíveis de Deus - não somente seu poder eterno, mas também a sua eterna divindade - são percebidas pelo intelecto, através de suas obras, desde a criação do mundo. Portanto, eles não têm desculpa: apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu.  Alardeando sabedoria, tornaram-se tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível por uma imagem de seres corruptíveis, como homens, pássaros, quadrúpedes, répteis.  Por isso, Deus os entregou, dominados pelas paixões de seus corações, a tal impureza que eles desonram seus próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela falsidade, cultuando e servindo a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.
Por tudo isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: tanto as mulheres substituíram a relação natural por uma relação antinatural, como também os homens abandonaram a relação sexual com a mulher e arderam de paixão uns pelos outros, praticando a torpeza homem com homem e recebendo em si mesmos a devida paga de seus desvios.  E, porque não julgaram ser bom alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar. Praticaram então todo tipo de torpeza: cheios de injustiça, iniquidade, avareza, malvadez, inveja, homicídio, rixa, astúcia, perversidade; intrigantes, difamadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, tramadores de maldades, rebeldes aos pais, insensatos, traidores, sem afeição, sem compaixão. E, apesar de conhecerem o juízo de Deus que declara dignos de morte os autores de tais ações, não somente as praticam, mas ainda aprovam os que as praticam”(Rom 1,18-31).  Aí está, prezado leitor, uma descrição de costumes e de comportamentos que estão presentes, em grau maior ou menor, em todas as épocas da história. Aliás, a Epístola aos Romanos quer mostrar exatamente isto: todos os seres humanos, sem exceção, estão sob o domínio do pecado. Seu objetivo é mostrar que em Cristo somos salvos.
O reconhecimento de nossa condição de pecadores abre-nos para Cristo Redentor. Saberemos, entretanto, reconhecer que em nós há desejos, afetos, paixões desordenados que precisam de cura e saberemos perceber a ação de Deus que nos mobiliza na direção da prática do bem. Nesse sentido é impossível viver sem experimentar este conflito: “o querer o bem está ao meu alcance, não porém o praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que quero mas pratico o mal que não quero”(Rom 7,18-19). A consciência dessa condição nos leva a Cristo que, pelo Espírito Santo, vem em nosso socorro e nos dá a graça de construir nossa vida segundo o projeto de Deus. Não precisamos ser escravos nem da lei nem de nossas paixões desregradas. Podemos caminhar na direção de uma liberdade sempre mais profunda, conduzidos pelo Espírito de Cristo. Um alerta: a cultura hedonista se alastra, cria leis que transformam em direitos comportamentos que destoam da verdade. Não se considere melhor que os outros e nem se assuste, pois Ele nos diz: “não tenhais medo, sou eu”( Jo 6,20); e ainda: “eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos( Mt 28,20).
Fonte: CNBB