quinta-feira, 31 de maio de 2012

FESTA DA VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA


No dia 31 de maio celebramos a festa litúrgica de Nossa Senhora em visita a sua prima Isabel. "Naqueles dias, Maria pôsse a caminho para uma região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ven­tre, Isabel ficou repleta do Espírito Santo e exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visi­te? Pois, quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz és tu que acre­ditaste, pois o que foi dito da parte do Se­nhor será cumprido'.
Maria então disse: A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas por mim.
O seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de corações orgulhosos.
Depôs poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Cumulou de bens os famintos e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel seu servo, lembrado de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre" (Lc 1,39-56).
Até o momento da anunciação Maria vivia voltada para Deus, no seu silêncio e na sua vida de oração. Mas, logo em segui­da, ela descobre que não é apenas desti­natária de tão grande graça de Deus, ela é agora portadora dessa graça. Ela vai ao encontro de Isabel, com a alma em festa, levando o menino Jesus em seu seio.
Ela é a nova Arca da Aliança, que semeia um ras­tro de bênçãos por onde passa. Isabel representa o povo de Israel que espera a intervenção salvadora de Deus, Maria é o seio que gera o Salvador. Ali acontece a grande manifestação da glória de Deus, pois, o tempo da espera termina e começa, com Jesus, o tempo do cumprimento de tudo o que foi prometido por Deus e esperado pela humanidade.
Pe. Vicente André, C.SS. R
Revista de Aparecida – Campanha dos devotos.

LITURGIA DIÁRIA


Branco. Visitação de Nossa Senhora, Festa
1ª Leitura - Sf 3,14-18
Salmo - Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R.6b)
Evangelho - Lc 1,39-56

Reflexão

O encontro de Maria com Isabel nos mostra um pouco do que deve ser um encontro de verdadeiro amor entre duas pessoas. Por um lado, vemos Maria, que vai ao encontro de Isabel assim que sabe da sua situação, vai para servir, fazer com que seu amor se transforme em gesto concreto. Quando encontra Isabel, a saúda, pois valoriza aquele momento de encontro e também a pessoa com quem se encontra. Por outro lado, vemos Isabel que, ao ver sua prima, exalta imediatamente todos os seus valores como mãe do seu Senhor, assim como as suas virtudes. E este encontro termina com um cântico de exaltação ao amor de Deus.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

TÍTULOS DE NOSSA SENHORA

                                              NOSSA SENHORA MEDUGORJE

Nossa Senhora de Međugorje (também conhecida como Rainha da Paz) é o nome dado à aparição mariana relatada pela primeira vez a 24 de Junho de 1981 por seis crianças de origem croata da vila de Međugorje, na Bósnia e Herzegovina, à época República Socialista Federativa da Jugoslávia. Apesar de não ter sido oficialmente autenticada pela Igreja Católica, Nossa Senhora de Međugorje é uma das aparições da Virgem Maria mais famosas do século XX.
 As aparições
 No dia 24 de Junho de 1981, Mirjana Dragicevic e Ivanka Ivankovic relataram ter visto uma aparição da Virgem Maria na vila de Međugorje. No dia seguinte, outras quatro crianças (Marija Pavlovic, Jakov Colo, Vicka Ivankovic e Ivan Dragicevic) também relataram ter visto a presença da Santíssima Virgem. Nos anos seguintes, os seis videntes continuaram sempre a relatar aparições da Virgem Maria diariamente, isto à medida que Međugorje se tornava um local de peregrinação famoso. De acordo com relatos, Nossa Senhora de Međugorje vem aparecendo diariamente para três das seis crianças desde então.
 Veneração
 Estima-se que dois milhões de pessoas viajem anualmente à vila de Međugorje, em busca do conforto espiritual e das graças de Nossa Senhora, intitulada Rainha da Paz. No Brasil, a fé na Virgem da Bósnia já é compartilhada por cerca de um milhão de fiéis.
Posição da Santa Sé
 De acordo com Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, "Por enquanto, o Vaticano não aprova nem desaprova o fenômeno Medjugorje".
No início de 2008, o Papa Bento XVI ordenou o confinamento do padre franciscano Tomislav Vlasic, o líder espiritual dos videntes, a um mosteiro da Ligúria, na Itália. Ele foi apontado como "manipulador de consciências", "herege" e acusado de "doutrina dúbia e imoralidade sexual", entre outros crimes previstos pelo código canônico. Até a conclusão do processo contra ele, Vlasic permanecerá proibido de exercer suas funções eclesiásticas.
Para muitos especialistas do Vaticano, no instante em que a Santa Sé colocou sob suspeita a idoneidade do padre Vlasic, ela passou a questionar com mais força a veracidade das aparições de Međugorje.

 

LITURGIA DIÁRIA


Verde. 4ª-feira da 8ª Semana Tempo Comum
1ª Leitura - 1Pd 1,18-25
Salmo - Sl 147,12-13. 14-15. 19-20 (R. 12a)
Evangelho - Mc 10,32-45

Reflexão

Todas as pessoas querem, e muito, participar da glória de Deus, mas poucas pessoas querem assumir um compromisso maior com o reino de Deus. O evangelho de hoje nos mostra um pouco isso quando Jesus anuncia o mistério da cruz, mas os discípulos estão mais interessados na sua participação na sua glória. Assim, nos dias de hoje nós vemos muitas pessoas exaltando o amor de Deus, cantando os seus louvores, mas sem o menor compromisso com o serviço ao Reino de Deus, principalmente no que se refere à questão dos pobres, dos sofredores, dos marginalizados e dos excluídos.Todos querem ser os maiores, mas poucos estão dispostos a servir.

terça-feira, 29 de maio de 2012

TÍTULOS DE NOSSA SENHORA

                                         NOSSA SENHORA DA POMPÉIA

No ano de 79 ocorreu a famosa erupção do Vulcão Vesúvio,  que sepultou a cidade pagã de Pompéia (Sul da Itália).  Ali a aristocracia romana gostava de passar o tempo com entretenimentos e foi surpreendida pela súbita destruição.
   No início do Século IX instalaram-se nas proximidades famílias de campesinos que erigiram uma humilde capela. Em 1872 chegou o advogado Bartolo Longo (beatificado em 26 de outubro de 1980), que trabalhava para a Condessa de Fusco, dona dessas terras. Logo descobriu que, depois da morte do sacerdote, já não haviam missas na capela e poucos seguiam firmes na fé.
   Uma noite, o advogado Bartolo Longo viu em sonhos a um amigo morto anos atrás, que lhe disse: “Salva a esta gente Bartolo!  Propaga o Rosário.  Estimula-os para que o rezem.  Maria prometeu a salvação para aqueles que  fizerem”. Assim, Longo trouxe de Nápoles muitos Rosários para distribuir e encorajou também a vários vizinhos que o ajudassem a reformar a capela.  A população começou a rezar o Rosário, cada vez em maior número.
    Em 1878, Longo obteve de um convento de Nápoles um quadro de Nossa Senhora entregando o Santo Rosário a São Domingos e Santa Rosa de Lima.  Estava deteriorado mas um pintor o restaurou. Este mudou a figura de Santa Rosa pela de Santa Catarina de Siena. Posta sobre o altar do Templo, ainda que inacabada, a Virgem Santíssima começou a operar milagres.
     Em 08 de maio de 1887, o cardeal Mônaco de Valleta, colocou na venerada imagem um diadema de brilhantes benta pelo Papa Leão XII e em 08 de maio de 1891, deu-se a solene consagração do novo Santuário de Pompéia, que existe atualmente.


LITURGIA DIÁRIA


Verde. 3ª-feira da 8ª Semana Tempo Comum
1ª Leitura - 1Pd 1,10-16
Salmo - Sl 97, 1. 2-3ab. 3c-4 (R. 2a)
Evangelho - Mc 10,28-31

Reflexão

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Giuseppe Toniolo: economista, pai de família e beato


dia 29 de abril, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, Giuseppe Toniolo foi proclamado beato

No fim do mês de abril, a Igreja Católica proclamou beato o “economista de Deus”, Giuseppe Toniolo. Além de renomado economista e professor universitário, ele foi casado com Maria Schiratti, teve sete filhos e viveu uma experiência de família rica em ternura e oração.
Com a aproximação do Encontro Mundial das Famílias, em Milão, o beato Giuseppe Toniolo é um exemplo de harmonia entre o trabalho e a família.
O postulador da causa e bispo de Assis, na Itália, Dom Domenico Sorrentino conta que, mesmo em meio a tantas viagens a trabalho, o beato nunca se esquecia de sua família, sempre escrevia, mesmo que brevemente, para sua esposa e filhos.
“Ele fazia com que a mulher e toda família participassem de todo seu trabalho. Isso é lindo, porque as pessoas, ocupadas com as questões sociais, parecem ver sempre a família como um refúgio para quando estão cansados. Ele, ao invés disso, a leva consigo”, destaca o postulador da causa em entrevista ao programa "No Coração da Igreja", transmitido pela Tv Canção Nova.
Giuseppe Toniolo viveu, na Itália, entre 1845 e 1918. Foi promotor das "Semanas Sociais" dos católicos italianos. No dia 29 de abril, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, uma celebração presidida pelo Cardeal Salvatore De Giorgi proclamou-o beato.
Foi uma festa para a Ação Católica Italiana, a qual o teve como um de seus presidentes, e para a Federação Universitária Católica Italiana (FUCI), que primeiro promoveu a causa de sua beatificação.
Fermento do Evangelho na cultura e na sociedade
Ele nasceu em Treviso, mas viveu depois em Padova, Veneza e Pisa, até falecer em Pieve di Soligo. Toniolo foi um economista de fama internacional e precurssor da entrada dos católicos na vida política e social italiana, como recorda ainda Dom Domenico Sorrentino.
“Foi um homem de iniciativa, um homem de esperança, um homem de pensamento aberto. Queria que a cultura católica retomasse, de qualquer maneira, todas as iniciativas que, por motivos históricos, foram, de qualquer modo, manchadas. É a mensagem que ele nos deixa ainda hoje, num momento histórico não menos dramático. Ele pede para sermos fermento do Evangelho na cultura e na sociedade”, enfatiza.
 Para o postulador, é interessante que o milagre, o qual o levou à beatificação - a cura daquele jovem gravemente ferido depois de uma queda -, tenha ocorrido em meio a uma crise econômica mundial. Ele recorda que para o beato a política e a economia estão a serviço da pessoa e da sociedade civil.
O economista italiano dizia que, quando não se cria o equilíbrio certo entre estas duas dimensões, o resultado é certamente prejudicial, tanto para a sociedade quanto para a economia.
Professor e mestre
Toniolo foi um docemente universitário apaixonado, capaz de oferecer as próprias habilidades a serviço dos outros. Ele chamava seus alunos de “sagrado depósito e amigos de coração”.
“É lindo ler, em seus diários, como ele queria tratar os estudantes universitários, como ‘sagrado depósito e amigos de coração’; justamente por isso, vê-se como não lhe interessa somente o aspecto didático, mas também o ser mestre e guia espiritual para fazer crescer, em plenitude, a pessoa que tinha diante de si”, salienta o presidente da FUCI, Alberto Ratti.
Para Dom Domenico, Toniolo é um homem que dá o testemunho cristão e mostra o que é a santidade laica. Um beato leigo que pode ser exemplo em todos os aspectos da vida cotidiana.
O 7º Encontro Mundial das Famílias começa, nesta quarta-feira, 30, e segue até o domingo, 3 de junho.

TÍTULOS DE NOSSA SENHORA

                                    NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO

Esta devoção mariana vem dos tempos dos Santos Apóstolos. Após a morte e ressurreição de Jesus, eles tinham Maria por verdadeira Mãe e Mestra consumada na ação do Espírito Santo, o consolador prometido. Maria é a própria consoladora do espírito, a fortaleza que reconforta os sofredores, o porto seguro dos aflitos.
A antiga tradição narra que em suas aflições Santa Mônica sempre recorreu à Nossa Senhora. Primeiro com as desolações provocadas por seu marido. Depois com a vida desregrada do filho Agostinho, de temperamento difícil, que insistia em ficar longe da religião. Santa Mônica desejou seguir Maria inclusive na maneira de se vestir. Por isto, em suas orações pedia à Nossa Senhora que lhe mostrasse como era sua vestimenta, após a morte de São José e, principalmente após a Ressurreição de Jesus.
Em uma aparição especial à santa Mônica, Maria se apresentou com a roupa solicitada: coberta por uma ampla túnica de tecido rústico, de corte simples e cor muito escura. Uma roupa despojada e penitencial, tendo apenas na cintura uma grosseira correia ou cinta de couro que descia quase até o chão. Em seguida, soltou esta cinta e colocou-a em Mônica, recomendando-lhe o uso diário. Também lhe pediu para transmitir a todos aqueles que fizessem seu uso, teriam sua particular proteção.
Santa Mônica teve a alegria de ver a conversão do filho, hoje um dos maiores santos da Igreja. Santo Agostinho foi um dos primeiros a colocar a cinta e se entregar à proteção de Nossa Senhora da Consolação, como o fez com a comunidade religiosa que logo fundou. Assim, a cinta se tornou o distintivo das ordens agostinianas, responsável pela difusão do culto de sua padroeira, em todo o mundo. A imagem desta devoção, geralmente, representa a Virgem Maria com uma cinta escura entre as mãos, ou a está entregando para Santa Mônica e Santo Agostinho. Por isto, em algumas localidades é invocada sob o título de Nossa Senhora da correia ou da cinta, mas a devoção é a mesma, festejada no dia 28 de agosto, nas ordens agostinianas.
A celebração deste dia se refere a uma milagrosa imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus que deu origem ao culto e à igreja de Santa Maria da Consolação, em Roma. Tudo começou em 1385, quando o fidalgo romano Jordanico de Alberino, ficou preso nos cárceres do alto do Monte Campidolio. Pouco antes de ser enforcado, colocou em testamento que dois florins de ouro deveriam ser usados com a pintura de uma imagem da Virgem Maria em um local público. O seu filho Tiago fez cumprir o que estava escrito, ordenando que a obra fosse executada sobre um muro do Clivo Jugario, embaixo do Monte Campidolio.
Diz a tradição que no dia 26 de junho de 1470 um condenado saiu vivo do enforcamento porque pediu a proteção da Santíssima Virgem, invocando aquela imagem. O entusiasmo do povo fez os Confrades de Santa Maria das Graças reunirem recursos para a construção de uma igrejinha para veneração daquela milagrosa imagem, então intitulada "Nossa Senhora da Consolação".
O trasladado ao pequeno santuário ocorreu em 03 de novembro de 1470. Mas junto à ele também foi fundado um hospital, no qual operaram muitos santos, como: Inácio de Loyola, Luiz Gonzaga, Camilo de Lellis, Felipe Néri, o Baronio e o Calasanzio. A igrejinha cedida depois ao hospital, foi ampliada no final do século XVI e a milagrosa imagem foi coroada.

LITURGIA DIÁRIA


Verde. 2ª-feira da 8ª Semana Tempo Comum
1ª Leitura - 1Pd 1,3-9
Salmo - Sl 110,1-2. 5-6. 9.10c (R. 5b)
Evangelho - Mc 10,17-27

Reflexão

O evangelho de hoje nos apresenta, no caso do jovem rico, um grave erro que pode ocorrer na vida de todos nós no que diz respeito à questão da salvação e que se refere ao sujeito da salvação. Às vezes, a gente escuta que as pessoas devem esforçar-se para se salvarem e eu penso que eu devo conseguir me salvar. Ora, ninguém salva a si próprio. Eu não posso ser o meu salvador. Os discípulos perguntaram: "Quem então poderá salvar-se?" A resposta de Jesus é: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível". Não podemos confiar a nossa salvação nem em nós mesmos, nem nos outros e nem nos bens materiais, pois nada ou ninguém, a não ser o próprio Deus, podem nos salvar.

domingo, 27 de maio de 2012

Homilia de Bento XVI – Solenidade de Pentecostes


Boletim da Santa Sé
(Tradução de Nicole Melhado - equipe CN Notícias)


Celebração de Pentecostes
Basílica Vaticana
Domingo, 27 de maio de 2012

          Queridos irmãos e irmãs!

Estou feliz por celebrar convosco esta Santa Missa, animada hoje pelo Coral da Academia de Santa Cecília e pela Orquestra Jovem – aos quais agradeço -, na Solenidade de Pentecostes.
Este mistério constitui o batismo da Igreja, é um evento que a deu, por assim dizer, a forma inicial e o impulso para sua missão. E esta “forma” e este “impulso” são sempre válidos, sempre atuais, e se renovam, de modo particular, mediantes as ações litúrgicas. Esta manhã gostaria de abordar um aspecto essencial do mistério de Pentecostes, que em nossos dias conserva toda sua importância.
O Pentecostes é a festa da união, da compreensão e da comunhão humana. Todos nós podemos constar como em nosso mundo, mesmo se estamos sempre mais próximos uns dos outros com o desenvolvimento dos meios de comunicação, e as distancias geográficas parecem desaparecer, a compreensão e a comunhão entre as pessoas são sempre superficiais e difíceis.
Persistem desequilíbrios que muitas vezes levam a conflitos; o diálogo entre as gerações torna-se difícil e às vezes prevalece a oposição; assistimos a acontecimentos cotidianos onde parece que os homens estão se tornando mais agressivos e mais irritados; a compreensão parece que requer muito empenho e prefere-se permanecer no próprio eu, nos próprios interesses. Nesta situação, podemos encontrar realmente e viver aquela unidade que precisamos?
A narração de Pentecostes, nos Atos dos Apóstolos, que escutamos na primeira leitura (cfr At 2,1-11), contém no fundo um dos últimos grandes afrescos que encontramos no início do Antigo Testamento: a antiga história da construção da Torre de Babel (cfr Gen 11,1-9).
Mas o que é Babel? É a descrição de um reino no qual os homens concentraram tanto poder ao pensar que não deveriam mais fazer referência a um Deus distante e serem assim fortes para poder construir sozinhos um caminho que os levasse ao céu para abrir as portas e colocarem-se no lugar de Deus.
Mas justamente nesta situação se verifica algo estranho e singular. Enquanto os homens trabalhavam juntos para construir a torre, de repente, eles perceberam que construíam um contra o outro. Enquanto tentavam ser como Deus, corriam o perigo de não serem mais nem mesmo homens, porque perderam um elemento fundamental no serem pessoas humanas: a capacidade de concordarem, de compreenderem-se e de trabalharem juntos.
Esta narração bíblica contém uma verdade perene; podemos ver ao longo da história, mas também no nosso mundo. Com o progresso das ciências e das técnicas encontramos o poder de dominar as forças da natureza, de manipular os elementos, de fabricar seres vivos, chegando quase ao próprio ser humano.
Nesta situação, rezar a Deus parece algo ultrapassado, inútil, porque nós mesmos podemos construir e realizar tudo aquilo que queremos. Mas não nos notamos que estamos revivendo a mesma experiência de Babel. É verdade, multiplicamos as possibilidades de comunicação, do acesso a informações, de transmissão de noticias, mas podemos dizer que cresceu a capacidade de compreensão ou talvez, paradoxalmente, nos compreendemos sempre menos? Entre os homens não parecem serpentear talvez um sentimento de desconfiança, suspeita, medo recíproco, até o ponto de se tornar perigo um para o outro? Voltamos novamente para a pergunta inicial: pode haver realmente unidade, harmonia? E como?
A resposta, nós encontramos na Sagrada Escritura: a unidade pode existir somente com o dom do Espírito de Deus, que nos dá um coração novo e uma nova língua, uma capacidade nova de comunicação. E isso é aquilo que se verificou em Pentecostes. Naquela manhã, cinquenta dias depois da Páscoa, um vento forte soprou sobre Jerusalém e a chama do Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos, pousou sobre cada um e acendeu neles aquele fogo divino, um fogo de amor capaz de transformar. O medo desapareceu, o coração sentiu uma nova força, as línguas se desfizeram e iniciaram a falar com franqueza, de modo que todos podiam compreender o anúncio de Jesus Cristo morto e ressuscitado. Em Pentecostes, onde existia divisão e estranhamento, nasceu unidade e compreensão.
Mas observemos para o Evangelho de hoje, no qual Jesus afirma: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13). Aqui, Jesus, falando do Espírito Santo, nos explica o que é a Igreja e como essa deve viver para poder ser ela mesma, para ser o lugar da unidade e da comunhão da Verdade; diz-nos que agir como cristãos significa não ser fechados no próprio “eu”, mas orientar-se para todos; significa acolher em si mesmo toda a Igreja ou, ainda melhor, deixar interiormente que essa nos acolha.
Então, quanto falo, penso, ajo como cristão, não o faço fechando-me no meu eu, mas faço-o sempre no tudo e a partir de tudo: assim, o Espírito Santo, Espírito da unidade e da verdade, pode continuar a ressoar em nossos corações e nas mentes dos homens e impulsioná-los a se encontrarem e acolherem-se reciprocamente. O Espírito, justamente pelo falo que age assim, nos introduz em toda verdade, que é Jesus, nos guia para aprofundá-la, compreendê-la: nós não crescemos no conhecimento fechando-nos em nosso eu, mas somente tornando capazes de escutar e compartilhar, somente no “nós” da Igreja, com a atitude de profunda humildade interior.
E assim, torna mais claro porque Babel é Babel e Pentecostes é Pentecostes. Onde os homens querem fazer-se Deus, somente colocam-se uns contra os outros. Onde, em vez, colocam-se na verdade do Senhor, abrem-se para a ação do Espírito que os sustenta e os une.
A oposição entre Babel e Pentecostes também ecoou na segunda leitura, onde o Apóstolo diz: “Deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne” (Gal 5,16). São Paulo nos explica que a nossa vida pessoal é marcada por conflitos interiores, por uma divisão, entre os impulsos que provêm da carne e aqueles que provêm do Espírito; e nós não podemos seguir a todos. Não podemos, de fato, sermos contemporaneamente egoístas e generosos, seguir a tendência de dominar os outros e provar a alegria do serviço desinteressado.
Devemos sempre escolher aquele impulso e podemos fazer de modo autêntico, somente com a ajuda do Espírito de Cristo. São Paulo elenca – como vimos – as obras da carne, são os pecados do egoísmo e da violência, como inimizade, discórdia, inveja e ciúme; são pensamentos e ações que não fazem viver de modo verdadeiramente humano e cristão, no amor. É uma direção que leva a perda da própria vida. Em vez, o Espírito Santo nos guia para as alturas de Deus, para que possamos viver já nesta terra a semente da vida divina que está em nós.
Afirma, de fato, São Paulo: “O fruto do Espírito é a caridade, a alegria, a paz” (Gal 5,22). E notamos que o Apóstolo usa o plural para descrever as obras da carne, que provocam a dispersão do ser humano, enquanto usa o singular para definir a ação do Espírito, fala do “fruto”, justamente como a dispersão de Babel se contrapõe a unidade de Pentecostes.
Queridos amigos, devemos ser segundo o Espírito de unidade e verdade, e para isso devemos rezar para que o Espírito nos ilumine e nos guie para vencer o fascínio de seguir nossa verdade, e para acolher a verdade de Cristo transmitida na Igreja.
A narração de Lucas do Pentecostes nos diz que Jesus antes de subir ao Céu pede aos Apóstolos que permanecem juntos para prepararem-se para receber o dom do Espírito Santo. E assim se reuniram em oração com Maria, no Cenáculo, a espera do evento prometido (cfr Ato 1,14). Recolhida com Maria, como em seu nascimento, a Igreja também nesse dia reza: “Veni Sancte Spiritus! – Vem, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!” Amém.

São João D’Ávila e Santa Hildegarda serão doutores da Igreja


Depois da Celebração Eucarística na Basílica Vaticana para a solenidade de Pentecostes, o Papa Bento XVI, da janela de seu escritório, fez a oração do Regina Coeli e anunciou que proclamará doutores da Igreja São João D’Ávila e Santa Hildegarda de Bingen.
“Estou contente de anunciar que no dia 7 de outubro, no início da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, proclamarei São João D’Ávila e Santa Hildegarda de Bingen doutores da Igreja universal”, disse.
O Papa recordou que João D’Ávida (1499-1569) era um sacerdote diocesano que viveu nos últimos anos do renascimento espanhol, participou do processo de renovação cultural e religiosa da Igreja e da sociedade no alvorecer da modernidade, “mas a santidade de vida e a profundidade da doutrina são perenemente atuais: a graça do Espírito Santo, de fato, lhe projetou nessa experiência de penetrante compreensão da revelação divina e de inteligente diálogo com o mundo que constituem o horizonte permanente da vida e da ação da Igreja”.
Já a alemã Hildegarda (1098-1179) foi monja beneditina no período central da Idade Média, autentica mestra de teologia e profunda estudiosa das ciências naturais e da música.
“Sobretudo, à luz do projeto de uma nova evangelização, a qual será dedicada a já mencionada Assembleia do Sínodo dos Bispos, e a vigília do Ano da Fé, estas duas figuras de Santos e Doutores são de considerável importância e atualidade. Também nos nossos dias, através dos ensinamentos deles, o Espírito do Senhor ressuscitado continua a fazer ressoar Sua voz e iluminar o caminho que conduz a esta Verdade que unicamente pode nos tornar livres e dar sentido pleno a nossa vida”, afirmou Bento XVI.

Pentecostes é festa da união e da compreensão, define Bento XVI


                                                      Durante a Missa, o Papa deu sua benção a uma família indiana

O Papa Bento XVI celebrou, na Basílica Vaticana, na manhã deste domingo, 27, a Santa Missa na solenidade de Pentecostes, “festa da união, da compreensão e da comunhão humana”.
Em sua homilia, o Santo Padre destacou que atualmente, mesmo com o desenvolvimento dos meios de comunicação e com “encurtamento” das distâncias geográficas, a compreensão e a comunhão entre as pessoas parecem ser sempre superficiais e difíceis. Então ele questiona: “Nesta situação, podemos encontrar realmente e viver aquela unidade que precisamos?”.
O Papa recorda da antiga história da construção da Torre de Babel (cfr Gen 11,1-9), onde os homens acreditavam não precisar mais de Deus e queriam sozinhos construir um caminho que os levasse ao céu para abrir as portas e colocarem-se no lugar de Deus.
“Também no nosso mundo, com o progresso das ciências e das técnologias encontramos o poder de dominar as forças da natureza, de manipular os elementos, de fabricar seres vivos, chegando quase ao próprio ser humano, rezar a Deus parece algo ultrapassado, inútil, porque nós mesmos podemos construir e realizar tudo aquilo que queremos. Mas não notamos que estamos revivendo a mesma experiência de Babel”, salienta o Pontífice.
O Santo Padre aponta a resposta para este conflito está na Sagrada Escritura, no episódio de Pentecostes. Naquela manhã, 50 dias depois da Páscoa, um vento forte soprou sobre Jerusalém e a chama do Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos, pousou sobre cada um e acendeu neles aquele fogo divino, um fogo de amor capaz de transformar. Em Pentecostes, onde existia divisão e estranhamento, nasceu unidade e compreensão.
“E assim, torna mais claro porque Babel é Babel e Pentecostes é Pentecostes. Onde os homens querem fazer-se Deus, somente colocam-se uns contra os outros. Onde, em vez, colocam-se na verdade do Senhor, abrem-se para a ação do Espírito que os sustenta e os une. Queridos amigos, devemos ser segundo o Espírito de unidade e verdade, e para isso devemos rezar para que o Espírito nos ilumine e nos guie para vencer o fascínio de seguir nossa verdade, e para acolher a verdade de Cristo transmitida na Igreja”, enfatizou.
Como em Pentecostes, concluiu Bento XVI, a Igreja hoje se recolhe com a Virgem Maria para rezar: “Veni Sancte Spiritus! – Vem, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor!”

O ESPÍRITO SANTO E A IGREJA



A Igreja, comunhão vivente na fé dos apóstolos que ela transmite, é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo:
• Nas Escrituras que Ele inspirou;
• Na Tradição, da qual os Padres da Igreja são testemunhas sempre atuais;
• No Magistério da Igreja, ao que Ele assiste;
• Na liturgia sacramental, através de suas palavras e seus símbolos, onde o Espírito Santo nos põe em comunhão com Cristo;
• Na oração na qual Ele intercede por nós;
• Nos carismas e ministérios mediante os quais a Igreja é edificada;
•  Nos sinais de vida apostólica e missionária;
• No testemunho dos santos, onde Ele manifesta sua santidade e contínua obra da salvação.
A Igreja reconhece o Espírito Santo como santificador. O Espírito Santo é força que santifica porque Ele mesmo é "espírito de santidade". A Igreja nascida com a Ressurreição de Cristo se manifesta ao mundo pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes. Por isso aquele episódio em que "começaram a falar em línguas diferentes", para que todo o mundo conheça e entenda a Verdade anunciada por Cristo em seu Evangelho.
A Igreja não é uma sociedade como outra qualquer; não nasce porque os apóstolos estavam de acordo; nem porque tenham convivido juntos por três anos; nem sequer pelo seu desejo de continuar a obra de Jesus. O que faz e constitui como Igreja a todos aqueles que "estavam juntos no mesmo lugar" (Atos, 2,1) é que "todos ficaram repletos do Espírito Santo" (Atos, 2,4).
Tudo o que a Igreja anuncia, testemunha e celebra é sempre graças ao Espírito Santo. São dois mil anos de trabalho apostólico, com tropeços e avanços, erros e acertos, toda uma história de luta para fazer presente o Reino de Deus entre os homens, que não terminará até o fim do mundo, pois Jesus antes de partir no-lo prometeu: "...eu estarei convosco, todos os dias até o fim do mundo" (Mt, 28,20).

O Espírito Santo e a Vida Cristã

 A partir do Batismo, o Espírito divino habita no cristão como em seu templo. Graças à força do Espírito que habita em nós, o Pai e o Filho vêm também habitar em cada um de nós.
É o Dom do Espírito Santo que:
• Nos eleva e assimila a Deus em nosso ser e em nossas ações;
• Nos permite conhecê-lo e amá-lo;
• Faz com que nos abramos às divinas pessoas e que estas fiquem em nós.
A vida do cristão é uma existência espiritual, uma vida animada e guiada pelo Espírito para a santidade ou perfeição da caridade. Graças ao Espírito Santo e guiado por Ele, o cristão tem a força necessária para lutar contra tudo o que se opõe à vontade de Deus.


SÍMBOLOS, DONS E FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO


O Espírito Santo é representado de diferentes formas:

Água: O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, já que a água se transforma em sinal sacramental do novo nascimento.
Unção: Simboliza a força. A unção com o óleo é sinônimo do Espírito Santo. No sacramento da Confirmação o confirmando é ungido para prepará-lo para ser testemunha de Cristo.
• Fogo: Simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito.
Nuvem e Luz: Símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Assim desce sobre a Virgem Maria para "cobri-la com sua sombra". No monte Tabor, na Transfiguração, no dia da Ascensão; aparece uma sombra e uma nuvem.
Selo: é um símbolo próximo ao da unção. Indica o caráter indelével da unção do Espírito nos sacramentos e falam da consagração do cristão.
A Mão: Mediante a imposição das mãos os Apóstolos e agora os Bispos, transmitem o "Dom do Espírito".
A Pomba: No Batismo de Jesus, o Espírito Santo aparece em forma de pomba e pousa sobre Ele.

Dons

 Para que o cristão possa lutar, o Espírito Santo o presenteia com seus sete dons, que são disposições permanentes que tornam o homem dócil para seguir os impulsos do Espírito.
Estes dons são:
Dom da Ciência: é o Dom do Espírito Santo que nos permite aceder ao conhecimento. É a luz invocada pelo cristão para sustentar a fé do batismo.
Dom do Conselho: saber decidir com acerto, aconselhar aos outros facilmente e no momento necessário conforme a vontade de Deus.
Dom da Fortaleza: é o Dom que o Espírito Santo concede ao fiel, ajuda na perseverança, é uma força sobrenatural.
Dom da Inteligência: é o Dom do Espírito Santo que nos leva ao caminho da contemplação, caminho para aproximar-se de Deus.
• Dom da Piedade: o coração do cristão não deve ser nem frio nem indiferente. O calor na fé e o cumprimento do bem é o Dom da piedade, que o Espírito Santo derrama nas almas.
• Dom da Sabedoria: é concedido pelo Espírito Santo que nos permite apreciar o que vemos, o que pressentimos da obra divina.
Dom do Temor de Deus: é o Dom que nos salva do orgulho, sabendo que devemos tudo à misericórdia divina.

Por outro lado os frutos do Espírito Santo são:

• Caridade;
• Alegria;
• Paz;
• Paciência;
• Longanimidade;
• Bondade;
• Benignidade;
• Mansidão;
• Fé;
• Modéstia;
• Continência;
• Castidade.

PENTECOSTES - ESPÍRITO SANTO: GRAÇA QUE DESPERTA NA FÉ


"O Espírito é o único que pode ajudar às pessoas e às comunidades a libertarem-se dos velhos e novos determinismos, guiando-os com a lei do espírito que dá a vida em Cristo Jesus." João Paulo II
 Quem é o Espírito Santo?
  Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o Espírito Santo é a "Terceira Pessoa da Santíssima Trindade". Quer dizer, havendo um só Deus, existem nele três pessoas diferentes: Pai, Filho e Espírito Santo. Esta verdade foi revelada por Jesus em seu Evangelho.
      O Espírito Santo coopera com o Pai e o Filho desde o começo da história até sua consumação, quando o Espírito se revela e nos é dado, quando é reconhecido e acolhido como pessoa. O Senhor Jesus no-lo apresenta e se refere a Ele não como uma potência impessoal, mas como uma Pessoa diferente, com seu próprio atuar e um caráter pessoal.
O Espírito Santo, o Dom de Deus
"Deus é Amor" (Jo 4,8-16) e o Amor que é o primeiro Dom, contém todos os demais. Este amor "Deus o derramou em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5,5).
Posto que morremos, ou ao menos, fomos feridos pelo pecado, o primeiro efeito do Dom do Amor é a remissão de nossos pecados. A Comunhão com o Espírito Santo - "A graça do Senhor Jesus Cristo, e a caridade de Deus, e a comunicação do Espírito Santo sejam todos vossos" (2Cor 13,13;) - é a que, na Igreja, volta a dar aos batizados a semelhança divina perdida com o pecado.
Pelo Espírito Santo nós podemos dizer que "Jesus é o Senhor", quer dizer, para entrar em contato com Cristo é necessário ter sido atraído pelo Espírito Santo.
Mediante o Batismo nos é dado a graça do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Espírito Santo. Porque os que são portadores do Espírito de Deus são conduzidos ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a incorruptibilidade. Portanto, sem o Espírito não é possível ver ao Filho de Deus, e sem o Filho, ninguém pode aproximar-se do Pai, porque o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se alcança pelo Espírito Santo.
Vida e Fé
O Espírito Santo com sua graça é o "primeiro" que nos desperta na fé e nos inicia na vida nova. Ele é quem nos precede e desperta em nós a fé. Entretanto, é o "último" na revelação das pessoas da Santíssima Trindade.
O Espírito Santo coopera com o Pai e o Filho desde o começo do Desígnio de nossa salvação e até sua consumação. Somente nos "últimos tempos", inaugurados com a Encarnação redentora do Filho, é quando o Espírito se revela e nos é dado, e é reconhecido e acolhido como Pessoa.
O Paráclito
Palavra do grego "parakletos", o mediador, o defensor, o consolador. Jesus nos apresenta ao Espírito Santo dizendo: "O Pai vos dará outro Paráclito" (Jo 14,16). O advogado defensor é aquele que, pondo-se de parte dos que são culpáveis devido a seus pecados, os defende do castigo merecido, os salva do perigo de perder a vida e a salvação eterna. Isto é o que Cristo realizou, e o Espírito Santo é chamado "outro paráclito" porque continua fazendo operante a redenção com a que Cristo nos livrou do pecado e da morte eterna.
Espírito da Verdade
Jesus afirma de si mesmo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6). E ao prometer o Espírito Santo naquele "discurso de despedida" com seus apóstolos na Última Ceia, diz que será quem, depois de sua partida, manterá entre os discípulos a mesma verdade que Ele anunciou e revelou.
O Paráclito é a verdade como o é Cristo. Os campos de ação em que atua o Espírito Santo são o espírito humano e a história do mundo. A distinção entre a verdade e o erro é o primeiro momento de tal atuação.
Permanecer e atuar na verdade é o problema essencial para os Apóstolos e para os discípulos de Cristo, desde os primeiros anos da Igreja até o final dos tempos, e é o Espírito Santo quem torna possível que a verdade sobre Deus, o homem e seu destino, chegue até nossos dias sem alterações.
                                        Fonte: http://www.redemptionis-sacramentum.com