Conta hoje vinte e um séculos
a História Mariana. E ao lançarmos um olhar retrospectivo sobre este grande
lapso de tempo, vemos em grandiosos quadros como a história dos povos gravita
em torno da profecia da humilde Virgem.
Calvário, Efeso,
Rosário, Lepanto, Pio VII, Aparecida, Dogma da Imaculada, Guadalupe, Lourdes,
Fátima, e tantos outros títulos que lembram um passado de fatos e vitórias das
quais depende a sorte da humanidade
inteira.
Mas os triunfos da humilde
Virgem não terminaram. Enquanto houver gerações sobre a terra, de continente a
continente, de país a país, de cidade a cidade, de povoação a povoação, pelo futuro além, ressoarão os
hinos da vitória da Grande Mãe de Deus.
Ainda chegam até nós os
hinos de júbilo do magno dia 08 de dezembro de 1854 e da solene definição
dogmática da Assunção e Mediação Universal da Virgem Senhora!
A doutrina de Mediação
universal de Maria Santíssima compreende duas partes: A Co-redenção ou a
associação da Virgem Senhora à Redenção do gênero humano, e a mediação ou intercessão necessária para obtermos
qualquer graça de Deus.
Que a Virgem Senhora
tenha sido associada à Redenção do gênero humano, não cabe a
menor dúvida. O padre José Bover,
S. J. (membro da então comissão pontifícia de estudos preparatórios para a
dogmatização) alega para provar esta verdade,
inúmeros testemunhos dos Santos
Padres, doutores, pontífices, bispos, teólogos, exegetas e da sagração da
liturgia. Eis o que diz no seu livro “A Mediação
Universal de Maria”:
Pelo que toca à
tradição dos Santos Padres, são inúmeros os seus testemunhos. Santo Irineu, o padre por excelência da
tradição cristã, escrevia: “O gênero humano, sujeito à morte por uma virgem,
foi salvo por outra Virgem”.
Santo Efren fala
inúmeras vezes da parte que Maria teve na Redenção dos homens. Diz, por
exemplo: “Eva contraiu o pecado; à Santíssima virgem ficou reservado pagar a
dívida de sua mãe e rasgar a escritura de condenação que oprimia todas as
gerações”. E não duvida de chamar a
Maria “redenção dos nossos pecados – preço do resgate dos cativos – paga dos
nossos delitos”.
Na idade média
encontramos uma série de teólogos que falam explicitamente da co-redenção da
Virgem Senhora. Arnaldo diz que no
Calvário “havia dois altares: Um no coração de Maria, outro no coração do corpo
de Cristo. Cristo imolava sua carne, e Maria sua alma. Santo Alberto Magno
assim se expressa: “Companheira na Paixão, Maria tornou-se cooperadora na
Redenção”.
“Deus, querendo
resgatar o gênero humano, depôs o preço do resgate nas mãos de Maria”, afirma
são Bernardo. Santo Antônio ajunta que
Maria foi dada a seu Filho como cooperadora na redenção mediante a sua
participação suma na Paixão.
Jesus Cristo, para
honrar sua mãe, determinou que todas as
graças que Ele nos mereceu, não fossem comunicadas aos
homens, senão por meio d’Ela.
Junto da cruz constituiu-a nossa Mãe para que dispensasse seus maternais
desvelos para com todos os viventes. Este Decreto Divino, porém, não exclui a
invocação de intercessão de Santos; mas se por meio deles obtemos favores, não
é sem a Mediação da Virgem Senhora. É Mãe e, por isso não é sempre necessário
recorrer a Ela para se alcançarem graças.
Vela por todos, mesmo não sendo invocada.
O domínio da Mediação
de Maria SS. Se estende sobre todas as graças conquistadas por Jesus
Cristo. Depende diretamente de uma
Mediação tudo quanto é objeto imediato da prece precatória, como são os
auxílios de que carecemos para atingir nosso fim último, auxílios internos e
externos, naturais e sobrenaturais, principalmente as graças atuais.
Indiretamente depende a
graça santificante, tanto sua primeira infusão como o seu aumento.
Indiretamente, pois, a graça santificante e seu aumento são frutos das boas
obras e dos sacramentos. Mas tudo para a boa obra como para a digna recepção
dos santos sacramentos, precisamos de inúmeras graças atuais e estas nô-las
obtém a intenção de que em nós aumente a graça santificante.
Este ofício de
Medianeira de todas as graças, a Virgem Senhora o está exercendo desde a sua
gloriosa Assunção.
Para provar esta
segunda parte não há mister de muitos textos. A começar de Santo Efrem até Pio
XII, todos são unânimes em aclamar a grande Mãe de Deus.
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