quinta-feira, 30 de junho de 2011

DIOCESE DE SANTARÉM PREPARA MAIS UMA EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA NA AMAZÔNIA!!!

LOCAL
Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Almerim, sendo a cidade na primeira etapa e as comunidades do interior na segunda etapa.
Tema: Dimensão antropológica da vida do missionário e da missão. Contemplando a pessoa e a missão de Jesus, somos chamados a viver o seu seguimento e contribuir para que a missão se realize.
Lema: “Eu mesmo fui alcançado por Cristo” (Fl 3, 12).
Através de personagens bíblicos, como Paulo, Pedro, Ananias e outros, ver:
a) Como a pessoa percebe e acolhe o chamado de Deus e a missão correspondente;
b) como a pessoa percebe e acolhe que sua vida precisava ser diferentes;
c) mudanças que acontecem na vida das pessoas a partir do chamado e da missão;
d) como a pessoa percebe e acolhe que precisa sair de si para ir ao encontro do OUTRO e do outro, como Igreja;
Ligação com o Ano Missionário da Diocese de Santarém: personagens bíblicas, conforme o subsídio que está sendo proposto pela Diocese.
Assessoria: Pe. Gabriel dos Santos = Arquidiocese de Salvador.
Período: Saída no dia 15 de dezembro de 2011 e retorno no dia 23 de janeiro de 2012.
Paróquia de Almerim: 08 distritos na cidade e 49 comunidades no interior.
a) Na cidade, há 08 distritos. Em cada Distrito, uma Igreja. Ao todo, são, mais ou menos 4.000 famílias.
b) Mini-área I – Chicáia: são 21 comunidades com uma média de 60 famílias cada.
c) Mini-área II – Paru: são 21 comunidades com uma média de 25 famílias cada.
d) Mini-área III – Arrayolos: são 14 comunidades com uma média de 25 famílias cada.

Coordenação: Pe. Alaelson Lima, Pe. rubinei Coelho, Diáconos Nélio Monteiro e Marcílio Pedroso e D. Esmeraldo. Contato:domesmeraldo@hotmail.com; alaelson@hotmail.com. Telefone (93) 3524-3468 (telefone do Seminário de Santarém).

NOS PASSOS DE JESUS MISSIONÁRIO

“Fui alcançado por Jesus Cristo” (Fl 3, 12)

As novas diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil (DFPIB) aprovados na 48ª assembléia geral da CNBB em maio de 2010 e pela Santa Sé em julho do mesmo ano, enfatizam a centralidade da missão no processo formativo destacando, com o documento de Aparecida, que “a missão é inseparável do discipulado; por isso, não deve ser entendida como uma etapa posterior à formação” (DAp 278).
A missão nasce do encontro com Jesus Cristo. A iniciativa é sempre dele: “Segue-me” (Mt 9,9). É a partir do encontro com Jesus Cristo que podemos conhecê-lo mais de perto e seguir os seus passos. Ele nos consagra e nos faz partícipes da missão e ao mesmo tempo nos vincula a ele como amigo e irmão. (cf. DAp 144).
Então, o seguimento a Jesus Cristo marca toda a existência humana, na qual podemos distinguir o ser e o modo de ser. Assim, formar presbíteros é cooperar com os aspirantes ao presbiterado e com os presbíteros para que desenvolvam suas potencialidades humanas e cristãs e adquiram, no seguimento de Cristo, o modo ou forma presbiteral de existir (DFPIB 49).
Tendo o processo formativo, como princípio unificador, a formação pastoral missionária (DFPIB 300), necessitamos ter em conta toda uma pedagogia que contribua para que, no decorrer de todo o processo, a missão seja acolhida como dom de Deus e colocada em prática ajudada por uma metodologia  que considere o ser e agir a partir de Jesus Cristo missionário e da realidade em que o seminarista e os demais pessoas estão inseridas.
As experiências missionárias que estão acontecendo no Brasil, e, entre elas a que a Diocese de Santarém vem coordenando, procuram firmar a missão como determinante da vida de quem é chamado e enviado por Jesus Cristo e a acolhe como dom. O Espírito de Deus nos faz mergulhar na realidade da vida em sua globalidade para que, iluminados pela Palavra, aí também o discípulo missionário possa escutar a voz de Deus e discernir os seus sinais. É ele quem fecunda a missão.
Escrevendo aos Bispos da Amazônia que se reuniram em Santarém em maio de 1972, o Papa Paulo VI retornando o texto das bodas de cana, conclui: “Hoje Maria nos diz: Cristo aponta para a Amazônia”.
Jesus missionário aponta para a Amazônia. Sigamos os seus passos. Já fomos alcançados por ele. (Cf. Fl 13, 12).
INFORMATIVO MISSIONÁRIO, Diocese de Santarém (Pará-Brasil) Ano 4, nº 08 - junho 2011 - www.servicodoreino.blogspot.com

LITURGIA DIÁRIA

“Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos vivos”

Primeira Leitura: Gn 22,1-19
Sl: 114
Evangelho: Mt 9,1-8

“Toda cultura é um esforço de pensar a respeito do mistério do mundo e, principalmente, da pessoa humana: é uma forma de dar vazão à dimensão transcendental da vida. O cerne de toda cultura é a sua maneira de encarar o maior de todos os mistérios de Deus” (Beato João Paulo II)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

VIVA SÃO PEDRO!!!

BENTO VXI CELEBRA 60 ANOS DE ORDENAÇÃO PRESBITERAL E ENTREGA PÁLIO A 40 ARCEBISPOS
O papa Bento XVI preside, na quarta-feira, 29, na Basílica Vaticana, às 9h30 (hora local), a festa de São Pedro e São Paulo. A celebração comemora também os 60 anos de ordenação presbiteral do papa.
Durante a missa, Bento XVI fará a imposição do Pálio a 40 arcebispos metropolitanos, entre os quais sete brasileiros: os arcebispos de Salvador (BA), dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, e de Palmas (TO),  dom Pedro Brito Guimarães; os arcebispos das recém-criadas arquidioceses gaúchas de Pelotas, dom Jacinto Bergmann; de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, e de Passo Fundo, dom Pedro Ercílio Simon; e os arcebispos eleitos de Brasília (DF), dom Sérgio da Rocha, e de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Barbosa.
O Pálio é uma faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda. É uma insígnia litúrgica de "honra e jurisdição", símbolo do laço particular que une os arcebispos metropolitanos ao Sucessor de Pedro. A lã usada para confeccionar o Pálio é extraída de dois cordeiros brancos bentos pelo papa em 21 de janeiro, dia de Santa Inês. Esta tradição tem suas raízes no martírio de Santa Inês, adolescente romana, martirizada durante a perseguição de Décio ou de Diocleciano, entre os Séculos III e IV. Com apenas doze anos, Inês não renegou Jesus e, por isso, teve a garganta cortada com uma espada do modo como se matavam os cordeiros.
 Confira a lista dos que receberão o Pálio.
 1.Dom Antoine Ganyé Jude - Arcebispo de  Cotonou (Benin)
 2.Dom Augustine Obiora Akubeze - Arcebispo de  Benin City (Nigéria)
 3.Dom Cesare Nosiglia - Arcebispo de  Torino (Itália)
 4.Dom Charles Henry Dufour - Arcebispo de  Kingston (Jamaica)
 5.Dom Dario de Jesús Monsalve Mejia - Arcebispo de  Cali (Colômbia)
 6.Dom Dimas Lara Barbosa - Arcebispo de  Campo Grande (Brasil)
 7.Dom Fausto Gabriel Trávez Trávez - Arcebispo de  Quito (Equador)
 8.Dom Fernando Natalio Chomali Garib - Arcebispo de  Concepción (Chile)
 9.Dom George Stack - Arcebispo de  Cardiff (Gales)
 10.Dom Gerard Cyprien Lacroix - Arcebispo de Québec (Canadá)
 11.Dom Gonzalo Restrepo Restrepo - Arcebispo de  Manizales (Colômbia)
 12.Dom Gustavo Garcia-Siller - Arcebispo de  San Antonio (Estados Unidos)
 13.Dom Hélio Adelar Rubert - Arcebispo de Santa Maria (Brasil)
 14.Dom Jacinto Bergmann - Arcebispo de Pelotas (Brasil)
 15.Dom Jairo Jaramillo Monsalve - Arcebispo de  Barranquilla (Colômbia)
 16.Dom James Peter sartain - Arcebispo de  Seattle (Estados Unidos)
 17.Dom José Horacio Gómez - Arcebispo de  Los Angeles (Estados Unidos)
 18.Dom José Manuel Imbamba - Arcebispo de Saurimo (Angola)
 19.Dom José Serofia PALMA - Arcebispo de  Cebu (Filipinas)
 20.Dom Juan Alberto Puiggari - Arcebispo de  Paraná (Argentina)
 21.Dom Jude Thaddaeus Ruwa’ichi - Arcebispo de  Mwanza (Tanzânia)
 22.Dom Luis María Pérez De Onraita Aguirre - Arcebispo de  Malanje (Angola)
 23.Dom Marjan Turnšek - Arcebispo de  Maribor (Eslovênia)
 24.Dom Murilo Sabastião Ramos Krieger - Arcebispo de  São Salvador da Bahia (Brasil)
 25.Dom Oscar Julio Vian Morales - Arcebispo de Guatemala (Guatemala)
 26.Dom Paul Stagg Coakley - Arcebispo de  Oklahoma City (Estados Unidos)
 27.Dom Paul Yembuado Ouédraogo - Arcebispo de  Bobo-Dioulasso (Burkina Faso)
 28.Dom Pedro Brito Guimarães -Arcebispo de  Palmas (Brasil)
 29.Dom Pedro Ercílio Simon - Arcebispo de Passo Fundo (Brasil)
 30.Dom Pierre Marie Carré - Arcebispo de  Montpellier (França)
 31.Dom Rémi Joseph Gustave Sainte-Marie - Arcebispo de  Lilongwe (Malawi)
 32.Dom Ricardo Ezzati Andrello - Arcebispo de  Santiago de Chile (Chile)
 33.Dom Rubén Salazar Gómez - Arcebispo de  Bogotá (Colômbia)
 34.Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de Brasilia (Brasil)
 35.Dom Sergio Lasam Utleg  - Arcebispo de  Tuguegarao (Filipinas)
 36.Dom Thaddeus Cho Hwan-Kil - Arcebispo de  Daegu (Coreia)
 37.Dom Thumma Bala - Arcebispo de  Hyderabad (Índia)
 38.Dom Vincenzo Bertolone - Arcebispo de  Catanzaro-Squillace (Itália)
 39.Dom William Slattery - Arcebispo de Pretoria (África do Sul)
 40.Dom Zbigņev Stankevics - Arcebispo de  Riga (Lituânia)

LITURGIA DIÁRIA

“Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido”

Primeira Leitura: Gn 21,5.8-20
Sl: 33
Evangelho: Mt 8,28-34

“O mundo tem ainda de aprender a conviver com a diversidade. A diferença, a realidade do “outro”, às vezes é sentida como um peso ou até como uma ameaça. Amplificado por ressentimento histórico e exacerbado pela manipulação de pessoas inescrupulosas, o medo da diferença pode levar à negação da própria humanidade do “outro”, criando um ciclo de violência do qual ninguém é poupado. Como será o mundo do século XXI? Seremos capazes de aprender com a experiência passada e de construir a coexistência pacífica entre nações? Será um dia atendido o anseio de liberdade de tantas pessoas deste mundo?” (Beato João Paulo II)

terça-feira, 28 de junho de 2011

O CONTO DA VIDA

A FÉ

Em uma região muito seca o povo implorava por chuva. Pediram ao padre para rezar uma missa. O padre negou firmemente alegando que o povo não tinha fé. Após muita pressão da comunidade o padre aceitou rezar tal missa.
No dia e hora marcada, todos os habitantes compareceram à igreja. Porém, antes de iniciar a missa o padre passeou entre os fiéis e voltando ao altar falou.
- Não haverá mais missa, vocês não têm fé.
O político do local retrucou dizendo:
- Todos temos fé e como prova a igreja está cheia.
Então o padre questionou:
- Quem dentre vocês trouxe um guarda-chuva?! Todos baixaram a cabeça.
Wilson João

MEMBRO DO GRUPO DE VIDA JOÃO PAULO II FAZ ANIVERSÁRIO!!!

FELIZ ANIVERSÁRIO

Caríssimo Seminarista Cláudio, Ut omnes unum sint!!!

Nós do Grupo de Vida João Paulo II, desejamos muitas bênçãos sobre você. Pois, hoje é um dia especial de renovação para sua alma e seu espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós capacidade de recomeçar a cada ano.
Desejamos a você, um ano cheio de amor e de alegrias.
Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.
Sorrir novos motivos e chorar outros, porque, amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e agradecer mais vezes.
Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.
É ser grato, reconhecido, forte, destemido.
É ser rima, é ser verso, é ver Deus no universo;
Parabéns a você nesse dia tão grandioso.
Receba um forte abraço de todos nós do Grupo de vida João Paulo II: Luiz Carlos, Hipolito, Emanuel, Manoel Alaíde, Júnior e Joseilson.
Feliz aniversário!!!!

“Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa” (Mateus 10, 42)

PEQUENINOS

Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo de Montes Claros, MG

O amor de Jesus para com os pequeninos mostra-nos a necessidade de vermos o semelhante a partir dele, com sua ótica do amor aos mais fragilizados. Não vemos isso acontecer por parte de quem tem o enfoque da vida no fechamento de si mesmo. A sociedade de consumo coloca o valor maior na busca de vantagens pessoais, sem muito levar em conta as necessidades do semelhante, esquecendo-se de que, quanto mais dermos de nós mesmos em bem de uma sociedade justa e fraterno, mais temos efeito positivo para nós também. Caso contrário, continuaremos a ver grandes parcelas deixadas de lado na caminhada da vida e na justa promoção da dignidade para todos.
Nessa perspectiva, vale a pena considerar o exemplo de Jesus e seu ensinamento: “Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa” (Mateus 10, 42). Muitos na história humana foram e outros ainda são obedientes a Jesus, com sua vida de total dedicação à causa da promoção da vida, a partir dos mais empobrecidos e carentes. Além de darem mais do que um prato de comida, lutam por sua dignidade, com ações sociais, políticas e união de esforços para a implantação de mais justiça  inclusão social dos pequeninos. Em nossas Igrejas e em grupos de promoção humanitária vêem-se pessoas de ideal e amor, que não medem esforços para a preservação da vida, do meio ambiente e na luta por políticas públicas de serviço à causa dos mais indefesos e agredidos em sua vida. Hoje, mais do que nunca, precisamos trabalhar pela base da sustentação e da formação da dignidade humana que é a família. Bem preparada, formada e com meios suficientes para viver com o mínimo de estrutura humana, pode dar mais sustento ao tecido social. Quanto mais condições educativas com valores éticos, materiais e religiosos tiver, mais dará base para uma convivência equilibrada da interação, justiça e paz na sociedade. Caso contrário, vamos eternamente trabalhar com os efeitos danosos da droga e da dissolução dos elos familiares, com seus transtornos sociais. Muitas vezes o enfoque de defesa dos direitos das pessoas barra com suas carências de formação do caráter e dos valores da cidadania. Na família bem estruturada a formação para a alteridade, a contribuição para o respeito e a promoção de quem é mais fragilizado em todos os aspectos são fatores determinantes para um convívio de mais felicidade para todos. Onde há alguém sofrendo, a pessoa bem formada olha por sua causa. Caso contrário, viveremos com a verdadeira lei injusta do predomínio do mais forte sobre o fraco. Na sociedade marcada profundamente pela busca desenfreada do ter, Jesus nos ensina o valor maior da busca do amor, em vista do tesouro definitivo do Reino do Céu. Não é à toa que ele nos apresenta o Evangelho do amor, com seus diversos graus, como: amar o próximo como a si mesmo; amá-lo retribuindo o amor recebido; amá-lo com o amor de Deus e por causa dele. Paulo nos lembra o compromisso assumido por quem é batizado: o de morrermos para nós mesmos, à semelhança do Divino Mestre, que o fez para nos dar vida. Assim daremos também a nossa para retribuirmos o amor dele, dando de nossa vida a quem a tem fragilizada (Cf. Romanos 6,8-11).

LITURGIA DIÁRIA

“Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido”

Primeira Leitura: Gn 19,15-29
Sl: 25
Evangelho: Mt 8,23-27

“Não vivemos num mundo irracional ou destituído de significados. Ao contrário, existe uma lógica moral inerente à vida humana. Devemos encontrar uma forma de discutir o futuro da humanidade de maneira inteligível. A lei moral universal inscrita no coração de homens e mulheres é precisamente a “gramática” necessária para que o mundo possa se engajar na discussão do seu futuro. A política dos países não pode ignorar a dimensão transcendental, espiritual, da experiência huaman” (Beato João Paulo II)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ser missionário de Cristo!

É SEMPRE TEMPO DE MISSÃO

 

Dom Orani João Tempesta

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião

Rio de Janeiro – RJ

 

Somos um povo missionário! Impossível ser discípulo de Jesus sem viver a vida anunciando e proclamando a Boa Notícia da Salvação. A consciência da Missão Permanente ou Missão Continental cada vez mais nos questiona e alimenta nossa vida pastoral e evangelizadora. Tudo o que fazemos ou organizamos está dentro dessa perspectiva que Cristo deixou claro para nós, seus discípulos: Ide a anunciai!
Neste domingo 26/06, lemos no Evangelho a conclusão do chamado "discurso missionário" (Mt 10). Entre outras atitudes que temos nessa perícope, aqui Jesus dispõe o coração de seus discípulos para que assumam pelo menos duas atitudes importantes e necessárias para quem é convidado a anunciar o Reino: a vocação, com as suas exigências, e a missão como acolhida.
Esta é uma Palavra que é para todos os cristãos, pois todos somos missionários. Primeiro, a vocação deve ser vivida no amor. Jesus fala claramente do amor (v. 37) e da vida (v. 39). Está em jogo a escolha "por um amor maior." Amor aos familiares – legítimo e abençoado – vem observado e comparado com o amor por Jesus. Somente à luz desses dois valores (amor e vida) pode-se entender a prioridade ao Amor de Deus que, consequentemente, nos leva a amar de maneira correta os nossos familiares e a viver coerentemente a nossa vida. Somente na perspectiva do amor e da vida têm sentido as exigência da vocação para a missão com Jesus; somente por amor é possível fazer escolhas difíceis, que são incompreensíveis para aqueles que estão fora dessa lógica. Diante do bem supremo – que é sempre e somente Deus – é dado o devido peso também para os valores humanos importantes, tais como os laços familiares ou os interesses profissionais, reservando, no entanto, a Deus o primeiro lugar, a primeira escolha. Como pano de fundo deste texto, temos o primeiro mandamento da Lei de Deus: Amar a Deus sobre todas as coisas.
A linguagem de Jesus ("Tomar a sua cruz”, “perder a vida”) é escandalosa, parece absolutamente cruel, mas é a única palavra que livra das ilusões e que nos faz verdadeiramente encontrar a vida (v. 39); o caminho da cruz é o único que acaba na vida real: a ressurreição. Esta mensagem aplica-se tanto ao missionário que prega o Evangelho como àqueles aos quais ele anuncia. A essa radicalidade também convoca Paulo (Rm 6,3-4.8-11): pelo batismo somos chamados a "andar em uma vida nova" (v. 4), porque "já morremos com Cristo" e "viveremos com Ele" (v. 8.11).
A adesão a Jesus excede qualquer outro vínculo. A primazia de Jesus não é apenas estabelecida e reconhecida em palavras, mas, concretamente, no seguinte: "Quem não toma a sua cruz e me segue, não é digno de mim." O caminho da Cruz é uma nova maneira de ver as coisas e de agir, avaliar e escolher: o caminho da cruz é o caminho da auto-doação, solidariedade e renúncia a fazer de si mesmo o centro em torno do qual tudo deve girar. Mas sem medo: esta lógica, tão diferente da habitual, não gera a morte, mas dá a vida: "Quem perde sua vida por minha causa vai encontrá-la." Nenhuma dualidade, nenhuma maneira antropológica ou escatológica de entender essa afirmação. Não se trata de perder a vida "material para o benefício daquela "espiritual", nem se trata apenas de perder a vida neste mundo para encontrá-la no outro. É, antes, uma vida que atinge o homem, aqui e ali: uma maneira de viver melhor no mundo, uma vida boa, que é forte o suficiente para superar até mesmo a morte.
O segundo grande tema missionário deste domingo é a acolhida. É exemplar a hospitalidade que a mulher de Sunam e seu marido oferecem ao profeta Eliseu, mas é também a gratidão deste "homem de Deus" para com o casal estéril. Após ter consultado seu servo Giezi, Eliseu profetiza que em breve terão um filho (2Rs 4,8-11.14-16a). Trata-se de gestos de hospitalidade mútua, oferecidos em gratuidade. No Evangelho deste final de semana, Jesus elogia o gesto simples, de forma gratuita, "quem dá mesmo um copo de água fria" (Mateus 10, 42). Note o detalhe da água fria, particularmente agradável em países quentes. A missão como acolhida, vivida seja pelo missionário seja pelo povo com quem ele trabalha, tem seu fundamento na identidade que Jesus estabelece entre Ele e os seus: "Quem vos recebe, recebe a mim" (v. 40), palavras que ecoam no juízo final: "Eu estava com sede e me destes de beber" (Mateus 25, 35).
Evangelizar é entregar a vida, acolher é evangelizar, é também ir ao encontro do outro. É experimentar a verdadeira vida e proclamá-la aos irmãos e irmãs.
Abre-se aqui todo um capítulo da cooperação missionária para as obras de evangelização no mundo inteiro, que é um direito-dever de todo batizado, ainda de acordo com as formas válidas da oração, sacrifício, oferta em dinheiro ou gêneros, como também em novas formas, tais como: a informação e formação missionária do Povo de Deus, visitas às jovens comunidades cristãs, acolhida, diálogo e anúncio do Evangelho aos imigrantes (legais ou ilegais), refugiados e outros; compromisso dos líderes da política, economia, cultura, comunicação social pela construção de um mundo mais justo, fraterno, solidário na distribuição, intercâmbio e gestão dos recursos humanos e materiais, realmente para o benefício de todos no mundo, com especial atenção para os fracos e necessitados.
Desde a V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho fomos chamados a recomeçar de Cristo e, com a nossa vida em comunidade, sermos sempre mais discípulos-missionários, levando adiante essa missão permanente em todo o nosso continente. Este domingo será uma boa ocasião de nos examinarmos para descobrir como andamos nessa direção missionária.
Que o nosso coração abrasado pela experiência cristã nos conduza com entusiasmo a uma vida intensa, testemunhando Jesus Cristo Ressuscitado a tantas pessoas que, sedentas, buscam o encontro com Cristo – Caminho, Verdade e Vida.

LITURGIA DIÁRIA

“O Senhor é indulgente, é favorável”

Primeira Leitura: Gn 18,16-33
Sl: 102
Evangelho: Mt 8,18-22

“Multidões de necessitados – crianças, mulheres, velhos, imigrantes, refugiados e desempregados – levam até nós o seu grito de sofrimento. Suplicam-nos na esperança de serem ouvidos. Como podemos não ouvi-los e não abrir nossos corações, oferecendo os cinco pães e dois peixes que Deus colocou em nossas mãos? Se cada um de nós contribuir com algo, todos poderemos fazer alguma coisa pelos pobres. É claro que isso exige sacrifício e uma profunda conversão interior. Precisamos mudar nosso comportamento exageradamente consumista, combater o hedonismo e resistir à indiferença e à tendência de negligenciar-mos nossas responsabilidades pessoais” (Beato João Paulo II)

domingo, 26 de junho de 2011

MEDITANDO A PALAVRA



“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la.”

A Palavra de Deus neste 13 Domingo do Tempo comum no Evangelho de Mateus 10,37-42 nos convida a meditar nas características do verdadeiro discípulos de Jesus. Discípulo é todo aquele que, pelo Batismo, se identifica com Jesus, fez de Jesus a sua referência e O segue. A Missão do discípulo é tornar presente na história e no tempo o projeto de salvação que Deus tem para os homens.
Jesus nos ensina, em muitas ocasiões, que Deus deve ser o nosso principal amor, e que as criaturas devem ser amadas. Diz Jesus: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la” (Mt 10, 37.39).
Para amar a Deus, como Ele pede, é necessário, além disso, perder a própria vida, a do homem velho. Torna-se necessário eliminar as tendências desordenadas que inclinam a pecar, destruir o egoísmo, às vezes brutal, que leva o homem a procurar-se a si próprio em tudo o que faz.
Não há peso nem medida para amar a Deus. Ele espera que O amemos com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente (Mt 22, 37-38). O amor a Deus sempre pode crescer. O Senhor diz aos seus filhos, a cada um em particular: “Eu te amo com amor eterno; por isso, compadeço de ti e te atraí a Mim” (Jr 31,3). O caminho do discípulo é acolher e seguir Cristo no caminho do amor e da entrega; significa arriscar esta vida para ganhar à eterna!
Todos os cristãos têm por missão anunciar o Evangelho de Jesus. Temos, portanto, de converter toda a nossa vida numa procura constante de Jesus: nas horas boas e nas que parecem más, no trabalho e no descanso, na rua e no seio da família. Amamos a Deus quando convertemos a nossa vida numa procura incessante da união com Ele.
Portanto, possamos renunciar a tudo quanto nos afasta de servir generosamente ao Senhor. Amar a Cristo antes e acima de tudo e comprometer-nos com ele por meio de seu seguimento.

Sem. Luiz Carlos Alves da Silva
Ut omnes unum sint (Jo 17,21)

"Acontece que a verdade sai da boca das pessoas mais pequenina"

A FORÇA DA ACOLHIDA

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto – SP

Como faz bem quando damos espaço, em nossas vidas, para acolher e integrar as pessoas no âmbito de nossa convivência! Significa expressão concreta de hospitalidade e de acolhida no contexto do diálogo e da partilha de dons próprios de vida.
Valorizar e acolher são gestos significativos de fraternidade e de nobreza humana dentro do contexto da dimensão própria da vivência cristã. Significa reconhecer o outro, levando em conta o valor da pessoa imbuída de dons comunitários.
Acolher é fruto de despojamento, de despir-se de todo egoísmo e roupagem individualista. A sociabilidade acontece no dialogo e no valor que damos aos que nos cercam, fazendo do outro um “outro eu”. É como fazer uma boa obra para o irmão.
A fraternidade é acompanhada pala alegria e pela bondade gratuita. Aí experimentamos a verdadeira generosidade que vem do nosso coração. Não é gesto de teoria, de princípios racionais, mas de sensibilidade do coração.
O bem que fazemos não deve vir de atitudes de grandeza individualista, mas da simplicidade e do brilho da verdade. É insensatez agir apenas com sensacionalismo e organizações poderosas que estragam as pessoas.
A força da acolhida está em extirpar da vida tudo que for inspirado e apoiado em vil egoísmo, vontade de poder e opressão dos semelhantes. Dentro de um mundo marcadamente egoísta não é fácil ter atitudes sinceras de acolhida.
Na verdade, temos que aprender a usar a nossa liberdade para viver bem em relação às demais pessoas. É preciso saber reagir contra os conceitos que marcam a sociedade e nos levam a ser insensíveis com os outros.
Não é fácil acolher as pessoas de pouca importância social e usar de hospitalidade para com elas. Mas é ato nobre na vida de quem o faz. Até os atos mais simples com elas são extremamente valiosos.
Há o perigo do “ter brilho” na sociedade, dando valor somente às pessoas graúdas e não levar em conta uma criança e uma pessoa mais simples. Acontece que a verdade sai da boca das pessoas mais pequeninas.

LITURGIA DIÁRIA

“Ó Senhor, eu cantarei, eternamente, o vosso amor”

Primeira Leitura: 2Rs 4,8-11.14-16
Sl: 88
Segunda Leitura: Rm 6,3-4.8-11
Evangelho: Mt 10,37-42

“Muitas pessoas são especialmente sensíveis à beleza da natureza, cuja contemplação lhes traz inspiração espiritual. Entretanto, essa contemplação deve ser genuína. Não é suficiente a contemplação que, em lugar de revelar a face de um Deus pessoal, inteligente, livre e amoroso, só distingue a pálida imagem de uma divindade impessoal ou uma força cósmica qualquer. Não devemos confundir o Criador com Sua criação” (Beato João Paulo II)

sábado, 25 de junho de 2011

É nas nossas famílias que aprendemos a amar com sinceridade e simplicidade

UM VINHO DIFERENTE

 

Dom Pedro José Conti

Bispo de Macapá – AP

 

Karasuki e Mikaia casaram-se já com uma boa idade. Com grande surpresa e alegria tiveram um filho. Criaram-no com todo o amor e as atenções possíveis e, apesar de serem muito pobres, conseguiram colocá-lo na escola da vila para que crescesse, também, em sabedoria. O rapaz, quando voltou para casa, tinha o único desejo de desobrigar-se com os seus pais.
– O que é que os senhores gostariam mesmo que eu fizesse para mostrar-lhes a minha gratidão? - perguntou o jovem.
– Nada vale mais do que a sua presença aqui conosco – responderam os pais – mas se quiser mesmo nos dar um presente, veja se consegue arrumar um pouco de vinho para nós. Gostamos muito de vinho e faz muito tempo que não o saboreamos mais.
O jovem não tinha um tostão. Um dia, porém, juntando lenha na mata, encontro uma fonte. Bebeu da água e achou que tinha um gosto extraordinário, parecia vinho. Encheu uma garrafa e a levou para os pais.
– Eis aqui o meu presente; aproveitem bem, disse o filho. Os pais experimentaram a água e, apesar de não perceber nenhum gosto além do da água, mostraram alegria e agradeceram muito ao filho pelo presente.
– Na próxima semana, vou trazer mais, disse-lhes o jovem. E assim ele fez por muitas semanas. Os pais toparam a brincadeira: bebiam a água com grande entusiasmo e ficavam felizes de verem a alegria também no rosto do filho. Aconteceu, então, uma coisa: as doenças dos pais desapareceram e as suas rugas se aplainaram, como se aquela água fosse milagrosa. E na realidade era assim, porque nada faz os pais mais felizes do que receber um presente dos seus filhos, qualquer que seja o valor deste dom.
Mais uma pequena história para entender melhor as palavras de Jesus do evangelho deste domingo. Ele não disputa o amor entre pais e filhos. Somente quer nos ensinar a transformá-lo em amor verdadeiro, seguindo o seu exemplo.
Devemos reconhecer que muitas coisas poderiam melhorar em nossas famílias. Não falo dos pais que abandonam ou se descuidam dos filhos; e também dos filhos que não ligam mais para os pais quando adoecem ou ficam idosos. Nesses casos, o que falta mesmo é o amor. Falo das famílias boas, onde aparentemente tudo se faz para o bem, mas onde aos poucos pode entrar a mentalidade interesseira, que caracteriza o nosso tempo. Com efeito, tem pais que projetam a si mesmo nos filhos e querem que estes cheguem lá aonde eles não chegaram, ou alcancem metas que estão acima das suas forças ou da sua idade. Criança tem direito de brincar e, crescendo, tem direito também de escolher. Claro que deve ser ajudada e educada, mas as imposições ou as chantagens afetivas – se me quer bem faça o que eu quero – antes ou depois, são desmascaradas e geram revolta ou insatisfação.
Existem também filhos que somente cobram dos seus pais como se eles tivessem a obrigação de lhes dar tudo de mão beijada. Obviamente essas crianças e adolescentes olham sempre para os colegas mais abastecidos e só enxergam o que lhes falta: celular, roupa de marca, tênis, notebook, raramente conseguem ver o esforço dos pais para lhes dar coisas mais importantes como a casa, a comida, a saúde e os estudos, o amor e... A fé, para quem é feliz de acreditar em Deus. Acontece que alguns jovens acham mesmo que os pais têm somente obrigações com eles, assim, pouco ou nada agradecem. A casa da família vira um hotel e o quarto deles uma fortaleza impenetrável, cheia de segredos e de confusão.
É fácil entender que o amor que Jesus nos ensina é gratidão, partilha, entrosamento e unidade. Bens preciosos para uma vida agradável e construtiva. Ser dignos de Jesus significa segui-lo, bem de perto, assumindo para valer todos os compromissos do discípulo. É nas nossas famílias que aprendemos a amar com sinceridade e simplicidade. Todo lar deveria ser uma escola de amor, para que esse amor crescesse com o tempo e se abrisse a mais amigos e irmãos, aos pobres e aos sofredores. Se a família não cumpre esta missão pode distorcer ou desviar os jovens do seguimento de Jesus e do amor ao próximo. Seus filhos serão famosos, terão sucesso, ficarão ricos, mas sem conhecer a alegria de doar e servir. Terão dificuldade a doar nem que seja um copo de água! Ficarão pobres, sem amor e sem fé.
Toda vitória sobre o egoísmo exige esforço, sacrifício: é a cruz – pede dedicação – aprender a doar algo de nós mesmos, da nossa vida, tempo e energias. Cresce com a humildade de saber dar atenção aos outros, de acolher um profeta, de se deixa incomodar pelos pequeninos. O amor sempre renovará e transformará as coisas e a vida: a água em vinho, as doenças em saúde, o egoísmo em generosidade e dedicação.

LITURGIA DIÁRIA

“O Senhor se lembrou de mostrar sua bondade”

Primeira Leitura: Gn 18,1-15
Cânt: Lc 1,46-50.53-55
Evangelho: Mt 8,5-17

“Mais de 800 milhões de pessoas ainda sofrem de subnutrição, uma trágica situação para a qual é muitas vezes difícil encontrar soluções imediatas. Não obstante, devemos buscar juntos essas soluções para que não mais tenhamos, lado a lado, a miséria e a opulência, os muitos pobres e os que o desperdiçam prodigamente. Tais contrastes entre pobreza e riqueza são intoleráveis para a humanidade” (Beato João Paulo II)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A FORÇA DO AMOR DIVINO!

O AMOR DE DEUS

Por: Antônio Roberto G. Lima*

A força do amor divino nos cura e liberta. O amor salva, ressuscita, dá vida nova. Um dos momentos mais bonitos em nossa vida é quando reconhecemos o amor de Deus por nós. Mas, para isso, é preciso fazer essa experiência bonita do amor com o Pai. Neste mês de junho, dedicado de modo especial ao Sagrado Coração de Jesus, quis eu partilhar com vocês, caríssimos seguidores, um pouco do muito que significa o tamanho amor de Deus.
Mas, o que é realmente a cura interior? A cura interior consiste em estarmos abertos para ser amados e para amar. O amor, já disse, é o maior responsável pela cura. Falamos da cura da alma, mas e a cura do corpo? Ora, os remédios, as terapias, os tratamentos, todos eles ajudam... Mas não resolvem. O que resolve de fato é a experiência com o amor de Deus. Se eu sei cuidar da minha alma, o corpo é conseqüência! E muitas pessoas, infelizmente, não estão abertas para serem amadas. Eu preciso sempre ter essa compreensão do amor que o Senhor tem por mim. Pois Deus é Pai com um coração de mãe!
O amor de Deus é um amor de totalidade. Não é um amor "em partes". O amor do Senhor é único e precisa ser trabalhado em nosso interior. Com o Sagrado Coração do Filho, entendemos quão longe vai o amor misericordioso do Pai.
Certa vez, madre Teresa de Calcutá foi pregar num retiro para sacerdotes do mundo inteiro. Ela estava diante de teólogos, homens de grande intelecto, os quais ficavam surpresos em perceber a autoridade com que ela falava. Uma autoridade na simplicidade. Ela dizia aos sacerdotes: "Deus não os chamou para o sucesso, mas para servi-Lo com amor e humildade". Quer dizer: o amor, acompanhado da humilde personalidade, é o mérito maior de todo e qualquer sacerdote pastor de almas. Certa vez também, um repórter perguntou a ela: "O que é ser santo?" E ela respondeu: "Ser santo é fazer as pequenas coisas com um grande amor". Percebamos, meus irmãos, que o amor é prerrogativa para todas as nossas ações: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens, a língua dos anjos, se não tiver amor, seria como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, eu nada seria” (I Cor 13, 1-2).
Meus irmãos, amar é treino. É a cada dia colocar uma "pitada" a mais: isso, na família, no relacionamento, no trabalho, na escola, na Igreja... Muitas vezes, Deus nos leva a situações em que dizemos reclamando: "Meu Deus! Onde o Senhor está?" Mas Deus não nos abandonou. Pelo contrário, Ele está ao nosso lado, sofrendo conosco. Sempre. Em meio ao sofrimento, a gente se apavora e se esquece até do que temos de mais valioso, a nossa fé em Jesus... Mas saibamos que isso tudo é necessário acontecer porque, do contrário, nunca amadureceremos!
Em Isaías 49,14-16 lemos: “Sião vinha dizendo: o Senhor me abandonou! O Senhor esqueceu-se de mim!”... E a resposta do Senhor, nós cantamos muito, por vezes nas primeiras Sextas-Feiras de cada mês, lembrando devotamente o Sagrado Coração de Jesus: “A mãe será capaz de se esquecer/ ou deixar de amar algum dos filhos que gerou?/ E se existir acaso tal mulher,/ Deus se lembrará de nós em seu Amor.
Durante o processo de cura interior, antes mesmo da exterior, nós vamos fazendo a descoberta de que o Altíssimo nos ama mesmo com os nossos pecados, traumas, carências, etc. Somos seres infinitamente imperfeitos, porém muito amados por Aquele que é infinitamente perfeito.
Convenhamos: se Deus cuidou de cada detalhe da criação (cf. Gn I), Ele acaso não cuidaria de cada detalhe da nossa vida? Ele não apenas nos criou, mas Ele mesmo cuida de cada detalhe da nossa existência. Nenhum cabelo da nossa cabeça vem ao chão, se Deus antes não permitir. Ele jamais se esquece de nós!
Sagrado Coração de Jesus: fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!
*Antônio Roberto é seminarista,
cursa o I Ano de Teologia
e escreve mensalmente para
este blog.