quinta-feira, 14 de abril de 2011

VOCAÇÃO: SABER OUVIR E ESCOLHER A MELHOR PARTE

Por Hémerson Câmara
Seminarista da Arquidiocese de Nossa Senhora da Apresentação
Cidade do Natal, Rio Grande do Norte.



Caríssimos irmãos seminaristas deste grupo de vida (João Paulo II), queridas irmãs e meus queridos irmãos internautas, é com bastante gratidão que venho apresentar – vos um pouco de minha história vocacional, desde que o chamado de Deus sussurrou em meu ouvido e procurando discernir conforme os desígnios do mestre Bom Pastor, estou desde já a serviço do reino e da igreja de Deus, discernindo minha vocação.
Eis aqui um pouco de minha vida até o meu chamado, o impulso do espírito santo em mim:
03 de Março de 1985, numa família pobre, nasce Francisco Hémerson Câmara, no Hospital Maternidade Santa Helena – hoje então Hospital Antônio Prudente, na cidade do Natal, capital do RN, filho legitimo de Maria Margarida Câmara, fui batizado no dia 29 de Junho do mesmo ano(dia de São Pedro Apóstolo) pelo Mons. Expedito Sobral de Medeiros (in memorian) na Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo (São Paulo do Potengi/RN). Fui educado por muitos anos em um colégio católico – de nome Colégio São Francisco – daquela cidade potengiense, lá estudei o ensino fundamental e médio. No ano de 1996 fiz minha primeira eucaristia na Igreja Matriz daquela cidade, entregando – me o corpo de cristo pela primeira vez o Pe. Darci Lopes. Em Janeiro de 2001, Dom Matias Patrício de Macedo (então arcebispo de Natal) presidiu a celebração do crisma, e com isso confirmei o meu batismo e minha fé nesta Igreja católica, apostólica e romana.
Convivendo com a catequese do Mons. Expedito e vendo seu comportamento piedoso, sério e santo com as coisas da igreja, senti o desejo de ser padre. Procurei - o e expressei o meu desejo, mas ele com suas singelas palavras me disse: “Negro velho, o que é de Deus é de Deus, desejo não é querer, não tenha pressa, pois um dia você receberá o chamado certo. Pois não é nos gestos ou palavras de um pobre padre velho que você vai querer ser padre”. Daí passado um bom tempo, no ano de 2003, já com a morte daquele que foi e é um grande exemplo de Padre para mim (o Mons. Expedito), conversando com um amigo da paróquia (Artur Diego – seminarista da Com. Obra de Maria – residente em Belém/Pará), ele que já freqüentava os encontros vocacionais do Seminário de São Pedro eu expressei a ele o meu desejo de querer ser padre, e ele logo que me contou como era o esquema para freqüentar os encontros do seminário. Ele, logo no mês seguinte já me fez o convite para freqüentar os encontros, eu aceitei, mas comecei a participar com certo medo, pois minha mãe não aceitava esta idéia doida que tive...
No ano de 2004, comecei a freqüentar os encontros do Seminário de São Pedro, desde o primeiro encontro já fui fazendo um laço de amizades com os demais que também freqüentavam. Neste ano de 2004, muitos trabalhos vocacionais nos foram passados, muitos testemunhos de vida vocacional nos foram apresentados, e ali já quase no finalzinho do ano o Pe. Reitor (o então Pe. Valquimar), me convida para uma conversa, e ali me faz uma série de questionamentos, intelectuais, humano – afetivo e familiar. Depois desta conversa ele me convida para freqüentar mais um ano os encontros no seminário, pois eu ainda era muito novo e precisava terminar o ensino médio para que eu pudesse ingressar naquela instituição. Eu aceitei o convite.
No ano de 2005, mais um ano de vocacionado, com aqueles mesmos trabalhos e testemunhos. No final do ano, já com um novo reitor, o Pe. Paulo Henrique me convida para uma conversa e já me diz a noticia do meu ingresso no Seminário de São Pedro, eu fiquei meio pensativo, calado, olhando para ele, e respondi que ainda não era à hora do meu ingresso, pois minha mãe ainda não estava acostumada com essa minha decisão. O Pe. Paulo aceitou minha decisão e pediu até para conhecer minha família e conversar com minha mãe. Mas eu achei melhor não. Quando cheguei em casa, vindo do ultimo encontro do ano, conversei com minha mãe e contei o que o Padre Paulo tinha conversado comigo, e que tinha me convidado para ingressar no seminário no ano seguinte, mas eu desde já tinha dado a resposta, que ainda não era o tempo certo. Então ela aceitou a minha decisão e continuou me dizendo que essa minha decisão era uma decisão precipitada, que eu não tinha idade de ir par o seminário, pois já era muito grandinho, pois para ser padre era necessário entrar no seminário desde pequeno. Eu a expliquei e disse – a que não era mais como ela pensava... Daí no final do ano de 2005 eu prestei o vestibular da FACEX/NATAL, para o curso de secretariado executivo, passei nesse vestibular e no mesmo ano comecei a estudar.
No ano de 2006 eu não freqüentei os encontros, pois a faculdade estava me tirando muito o tempo. Procurei meu pároco (Pe. Ramos Vicente) e contei a minha situação, ele aceitou e me deu todo apoio, e me disse também que o que eu precisasse podia procura – lo.
No ano de 2007 voltei a freqüentar os encontros do Seminário de São Pedro. Mais um ano, com novos colegas e nova equipe de formação. Mais um convite e mais uma desculpa, desta vez por causa do curso que estava estudando na faculdade. Mas mesmo assim participei da convivência e não ingresse por tal motivo.
Conclui o curso em 2008, no mesmo ano, mais um ano de vocacionado, e mais um ano de convivência. Mais uma vez feito a convivência eu aceitei o convite, e eis que agora era a minha decisão final em casa. Minha mãe já tinha sido preparada e desde o ano de 2006, quando saí de casa para vim estudar em Natal, eu a preparei e disse que ela fosse se acostumando, pois quando eu terminasse o curso eu iria voltar aos encontros do Seminário de São Pedro. Assim feito...
No ano de 2009, pela vontade de Deus e pelos conceitos da equipe de formação do Seminário de São Pedro, ingresso no dia 18 de Fevereiro – dia de Santa Bernadete – com mais seis colegas.
Jecione, Felipe, Ronaldo, Fabiano, Leonardo, Rodrigues e Hémerson, mas do ano anterior tinha ficado mais dois colegas, Bruno e William Lamarck, no qual também fazem parte de minha turma, contanto assim com nove colegas, mas com a saída de mais dois colegas (Leonardo e Rodrigues), hoje somos uma turma de apenas cinco (Jecione, William, Bruno, Hémerson e Fabiano). Uma turma pequena com diversos gostos e defeitos. Pessoas amigas e sinceras, mas tem sempre aqueles que agente se identifica mais, no meu caso Jecione Melo e Ronaldo Maia, duas pessoas que me identifiquei muito, eles são para mim dois irmãos, que na hora das dificuldades, da escuta e da conversa, estão sempre ali à disposição. Mas por desígnios de Deus, já no ano de 2010, após um tempo de férias em casa, Ronaldo conversa comigo e diz sua decisão de não voltar mais para o seminário, pois viu que não era sua vocação. Sofri muito com a saída daquele irmão, mas pensei, “ele vai mais fica outro a quem eu posso contar!”.
No ano de 2010 começamos a estudar no curso de filosofia do Seminário de São Pedro, hoje podemos perceber a importância da filosofia na vida de nossa formação vocacional. Neste ano de 2011, segundo e último ano do curso de filosofia, vamos concluir tal formação intelectual que é uma das formações necessárias para o sacerdócio.
Hoje posso dizer que apesar de tudo que passei sou feliz e tenho tudo o que quero principalmente o dom de poder estar à disposição ao serviço do reino de Deus para os irmãos mais necessitados. Hoje também minha mãe agradece a Deus por eu ser quem sou, e agradece também a minha decisão séria e eficaz para a minha vida.
Quero aqui neste testemunho vocacional pedir a todos que rezem por nós, seminaristas, pois é a única coisa que precisamos, para que tenhamos força e coragem para caminhar neste caminho árduo e tão cheio de pedras. Mas com fé e obediência, nós nos entregamos livremente a Deus oferecendo a Deus revelador o obséquio pleno da inteligência e da vontade de ser o que queremos. E aqui também agradecer e rezar àquela que foi e é a toda cheia de graça por aqueles que tanto colaboram com o nosso discernimento vocacional. São tantos que nem podemos nomear, mas em nossas mentes, em nossas memórias estão todos, sem exceção de nenhum...
Com as bênçãos de Deus e a intercessão da Virgem, senhora da Piedade, neste tempo da espera do senhor Jesus, sejamos todos numa só fé sempre abertos para o nosso discernimento vocacional... Assim seja!

Um comentário:

  1. Hémerson Câmara achei seu testemunho muito lindo!
    já estive em São Paulo do Potengi, na matriz q é muito bonita.
    o testemunho é muito importante p encorajar aqueles chamados por Deus, mais q ainda estão temerosos por saber q a caminhada é muito dificil e cheia de espinhos.
    parabéns pela sua escolha de entregar-se a Deus e q ele e a mãe rainha te proteja sempre!

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