quarta-feira, 6 de abril de 2011

EXPERIÊNCIA DE VIDA
Antônio Roberto é seminarista
 e cursa o I Ano de Teologia.

Com imensa alegria, volto a escrever um artigo para o blog do Grupo de Vida João Paulo II, cujos membros são meus irmãos de fé e de caminhada vocacional no Seminário de São Pedro. Desta vez, quero compartilhar com eles e com todos os seguidores deste blog uma experiência acontecida em minha vida recentemente.
O último fim de semana do mês de março/2011 para mim não aconteceu. Ou melhor, aconteceu, mas não da maneira que a gente queria que acontecesse de fato... Pois no sábado à noite recebi a notícia de que um amigo meu muito próximo (quase um filho, 16 anos), lá na minha paróquia, estava muito mal na UTI do hospital da cidade, tinha tido uma parada cardiorrespiratória de repente em casa; e no domingo pela manhã, fui acordado pelo toque do meu celular, na linha estava outro amigo dando-me a notícia mais triste que tive desde que entrei para o seminário... No primeiro momento, evidentemente, aquele choque, lágrimas e soluços... O desespero de rapidamente pensar que o terço que eu havia rezado antes de dormir com tanta devoção, de nada havia adiantado... Também fiquei confuso em decidir como poderia estar junto à família e aos amigos neste momento difícil, estando eu na paróquia de pastoral e com toda uma programação definida para aquele dia... Tudo isso passando pela sua cabeça em milésimos de segundo, eu quase não tinha mais coragem de levantar-me da cama... Mas o padre da minha pastoral me ouviu, compreendeu e me liberou para prestar solidariedade à família no velório. Antes, a missa da Matriz já seria celebrada na intenção desse meu amigo. E eu então no fim da manhã já estava ali, diante do corpo imóvel, adormecido, daquele que tantas vezes me fez rir com seu jeito dinâmico e singular de ser. A cena é muito triste: a avó e a mãe dele, inseparáveis do corpo, cada amigo que chegava uma emoção diferente... E você ali, assistindo a tudo sem conseguir dar uma palavra...
Mas este artigo é justamente para transmitir, a todos vocês que acompanham este blog, o que se passou na minha mente durante todo esse evento. Consegui nas entrelinhas da dor perceber que Deus nos dizia algo, nos ensinava algo, algo novo pra toda a vida... Era a lição de vida do tempo. Com toda a certeza, cada um que ali estava não desejaria estar ali, mas preferia mil vezes voltar no tempo e reviver com maior intensidade todos os momentos vividos em companhia do amigo; talvez pedir perdão por algum mal-entendido, ou simplesmente pra poder aproveitar a oportunidade de dizer - sem saber que era a última vez – “ÉS IMPORTANTE PARA MIM, TE AMO”...
Hoje, passados então os sete dias observando o luto, posso com toda a clareza de espírito relembrar cada instante daquele com outro olhar: o olhar da fé que é possível viver melhor, viver intensamente cada segundo. Pois pude perceber que cada segundo que fica para trás, é um segundo a mais que nos aproxima do fim. E aí? Quando chegar o fim marcado no ponteiro do relógio de Deus, que direi mais? Tempo esgotado...
Irmãos: o dia é hoje, a hora é agora. O tempo de ser feliz e dizer que é feliz porque ama já está passando... Ôpa! Já passou... Cuidemos, porque o tempo está passando e amanhã talvez já não dê mais tempo...
Intitulo este artigo como “experiência de vida”, por ter sentido na pele e no coração que a experiência da morte faz a gente realmente experimentar melhor a nossa vida. Um grande abraço, e que Deus nos abençoe hoje e sempre, amém!

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