sábado, 16 de abril de 2011

Falando de espiritualidade...

 Pe. José Valdo Feitosa, FSA

Chegamos ao final do tempo de Quaresma, que nos empenhou em um sério trabalho de preparação à Páscoa do Senhor.
A Igreja deu a sua contribuição, oferecendo-nos através da liturgia, textos e ensinamentos magisteriais que nos ajudaram a descobrir a riqueza de nossa fé e a almejar descobrir horizontes mais vastos para o nosso crescimento humano e espiritual.
Por outro lado, certamente nos sentimos impelidos, por um desejo sincero, ainda que inconstante, de responder a altura da vocação que nos foi concedida, acolhendo o convite do Senhor: vem e segue-me!
A esta resposta, muitas vezes sofrida, mas persistente, fruto da ação do Espírito em nós, hoje, chamamos Espiritualidade.
Em certo sentido, todos aqueles que crêem, ainda que não conscientes do dom recebido, vivem uma determinada “espiritualidade”.  Este impulso misterioso, mas sempre presente, que encontra a sua perene fonte na graça que nos é abundantemente oferecida pelo amor trinitário e que encontra espaço naqueles que de boa vontade acolhem a Palavra e a fazem frutificar.
Entre tantas “espiritualidades”, encontramos aquela cristã, que toma impulso e vitalidade a partir da compreensão e vivência da experiência de Jesus Cristo, o Filho de Deus, entre nós.
Mas não basta “haver” uma espiritualidade, é necessário promover-la, e isto se dá através daquelas obras que nós comumente chamamos “obras de misericórdia”, sejam temporais que espirituais. 
Assim, podemos “quantificar” e “qualificar” a bondade de uma espiritualidade utilizando como critério de base a sua capacidade de estimular-nos mais ou menos a atuar na história portando à atualidade o agir, pensar e viver de Jesus Cristo.
Para aqueles que se preparam ao sacerdócio, não se trata tanto de “buscar” descobrir novas espiritualidades, mas de viver profundamente e em uma dimensão de intima amizade o seguimento de Cristo, vítima, altar e sacerdote. Assim como Ele nos tornamos: Vítima porque se oferece, em um ato de profunda liberdade, pela nossa salvação, tornando-se modelo formal de todo martírio.
Altar, pois sobre Ele e n’Ele nos imolamos quotidianamente como oferta agradável a Deus. (cf. Rm 8). Sacerdote, que nos permite “oficiar” em nome do Deus Altíssimo aquele culto espiritual que gera vida e esperança à humanidade.
Se, para aqueles que se preparam, ou para aqueles que já vivem o próprio sacerdócio, a memória quotidiana desta tríplice valência se torna constante, certamente a qualidade do testemunho crescerá e os frutos se farão perceber segundo a Vontade de Deus.

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