quinta-feira, 7 de abril de 2011

VOCAÇÃO: SABER OUVIR E ESCOLHER A MELHOR PARTE

HISTÓRIA VOCACIONAL
Por Francisco Ney Lopes
Aluno do 4º ano de Teologia do Seminário de São Pedro
Paróquia do Divino Espírito Santo
Vera Cruz

            Desde criança os meus pais, como também minha irmã, tinham o costume de levar-me para a Igreja. Sem saber de muitos significados ou da realidade em si, gostava de brincar com outras crianças na Igreja no momento celebrativo, mas de vez em quando era impulsionado por uma Ir. Dorotéia, que me ocupava com a função de tocar algum instrumento adaptável para uma criança da minha idade. Os tempos foram se passando e ao longo dele, por incentivo da minha irmã, que me levava para todos os eventos da Igreja e em especial a catequese com as crianças que se preparavam para a 1ª Eucaristia. No entanto não tinha a idade adequada para recebê-La, mas me ocupava com algo, no intuito de ir me acostumando com a realidade catequética da qual ela era coordenadora. Com um tempo depois chegou a minha vez de receber a 1ª Comunhão, fui preparado, ajudei-a preparar os outros paralelamente. Recebi-A das mãos do Mons. Antônio Barros, que era o nosso pároco, no mesmo período em que o Santo Padre o Papa João Paulo II visitava Natal. Sempre seguindo os passos dela porque era prá mim um referencial. Com o passar do tempo comecei a observar a figura do Mons. Antônio Barros, que sempre chegava de batina bege ou preta a nossa comunidade. Nele via claramente, sem entender, a figura de um bom padre e de um homem de Deus. Este sempre fomentou as vocações, e a minha começou a surgir também com ele, mesmo sem eu perceber. Cresci e sempre participando dos movimentos e grupos da Igreja, dos momentos fortes de fé. Contudo, não havia um desejo explicito de ser sacerdote, porém alguns sinais não tão notórios. Chegou a ocasião de participar das reuniões de crisma, e mais uma vez estava eu lá, e minha irmã continuava como catequista, agora de crisma. Depois de participar por 2 anos das reuniões, e enfim receber o sacramento da confirmação, começou a surgir em mim um forte despertar para o chamado vocacional. Por um tempo guardei no coração comigo mesmo, mas chegou a ocasião que não dava para guardar aquilo que deveria ser exposto. Meus familiares, amigos e a comunidade sempre perceberam em mim sinais de vocação, porém não me dava por convencido. Apesar disso eu contribuía com a comunidade naquilo que era necessário, mas relutava um pouco, pois tinha outros propósitos para minha vida. No entanto, não fui indiferente ao chamado de Deus. E por incentivo algumas pessoas foram essenciais para a tomada de decisão, como por exemplo, a minha irmã, a minha mãe, o Mons. Antônio Barros, o Pe. Ailson Bezerra e a Ir. Helena Pinheiro. Esses foram os maiores incentivadores para tal acontecimento. Nisso decidi participar dos encontros vocacionais no Seminário de São Pedro, e o Pe. Ailson me enviou pela primeira vez, com a autorização do Pe. Josenildo Bezerra que era o pároco na época. Participei dos encontros no ano de 2000, até meados de 2001. Porém vi que era necessário dá um tempo, para pensar na minha vocação. Avaliava-me jovem demais e sem exatidão daquilo que eu queria prá mim. Deixei os encontros, fui estudar e trabalhar e viver a minha vida normalmente, mas não me desliguei dos trabalhos pastorais da Igreja em nenhum momento. Assumi a coordenação paroquial da pastoral da criança, e com esta uma nova maneira de ver e encarar a vida. Concomitante com ela exercia trabalhos como agente de saúde na mesma comunidade. Foi a partir daí que Deus falou mais forte ao meu coração, e também foi aí que surgiu o desejo de voltar a participar dos encontros vocacionais. Pedi permissão e a carta ao Pe. Josenildo. E aí decidi voltar, e participei durante todo o ano de 2004, fui acompanhado pelo meu então pároco e pelo vice-reitor da época o Pe. Charles Dickson. Participei da convivência e fui selecionado. Em 2005 ingressei no Seminário Propedêutico de São Pedro, até os dias atuais. Em torno disso já se passaram 6 anos, caminhando para o sétimo ano. No momento estou concluindo o curso de teologia, me dirigindo prá minha meta, que é participar do sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo. Contudo, faço minhas as palavras do Profeta Jeremias: “Seduziste-me Senhor e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7).

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