quarta-feira, 13 de abril de 2011

Eu quero!

Seminarista Idelbrando M. Basílio
3º ano de Teologia

  
O desejo de um mundo diferente, pautado em antigos valores, na prática das virtudes, vem sendo o desejo de muitos no mundo atual, onde reina o individualismo, subjetivismo, a prepotência, etc. Falar, por exemplo, de obediência no mundo de hoje, onde todo mundo é guiado pela sua própria cabeça! É possível imaginar isso? Todos concordam que este processo atinge tanto a sociedade laica, quanto o meio eclesial, mas ninguém está preocupado em falar de algo muito importante que serve de fundamentação ao resgate de tais valores: a educação da vontade ou, educação de valores. Mas será ela, tão importante assim?
Especialistas dizem que, no processo de formação humana, a vontade é essencial. Ninguém se forma se não quer! Se não me deixo trabalhar pontos frágeis da minha personalidade, toda minha formação humana poderá estar comprometida, estagnada, uma vez que ela se configura, segundo especialistas, num processo (permanente), tanto que se diz: “nada de novo existe nos velhos que não esteja latente nas crianças” (S. Vicente Lerins). Assim, o desejo de trabalhar pontos imperfeitos da pessoa não faz com que ela sofra alguma alteração, mas antes, haverá um progresso, em si mesma, certa educação de hábitos, costumes, de valores. A pessoa que se deixa formar vai continuar sendo o que era, a essência não muda, mudará apenas, alguns aspectos importantes, que ela quis e deixou formar. Segundo estes especialistas este caminho nos leva a certo nível de maturidade.
Mas, para que isso aconteça é preciso saber a dose certa, a justa medida. Antes se tinha um “rigorismo” tremendo: era a obediência cega, a pessoa não tinha vontade. Depois, se caiu num laxismo onde a vontade que prevalece é sempre a do indivíduo: “minha vontade”. Veja, por exemplo, a educação das crianças de hoje; os pais não educam mais a vontade dos filhos; deixam fazerem o que bem entendem e até mesmo mandar neles. Ambos os casos faz o indivíduo se fechar numa posição extremista. Não é um absurdo? Mas é o mundo de hoje!
Portanto, educar nossa vontade, no mundo de hoje, não é apenas ressuscitar um valor antigo, mas antes, é uma necessidade. Na verdade, é um valor atualíssimo, que precisa ser resgatado antes que seja tarde demais. Se, sonhamos com um mundo pautado em valores diferentes dos atuais, é preciso acordar do pasmo que o mundo “iluminado-progressista” nos fez cair e educar a nossa vontade seja ela, na família, na escola, no trabalho, na Igreja, etc. Desta forma, não basta só querer, nem falar de resgate de antigos valores, mas sim, resgatá-los e educá-los; basta dizer: eu quero!

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