quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Os últimos são primeiros, e os primeiros são últimos!

UMA MOEDA DE PRATA

 Por Pe. Agostinho - Diretor do Grupo de Vida

(comentário ao trecho do evangelho de São Mateus, da liturgia do passado domingo 18/09).
Perspectiva da parábola: “O Reino dos céus é semelhante a...”. Toda a palavra e a ação de Jesus se articula e nos mostra o quê é e o como é o reinado de Deus. Nesta, como em tantas outras parábolas, aquilo que interessa a Jesus é convidar os ouvintes a entrar já no reino dos céus (ou de Deus).
Os ouvintes: são aqueles que o seguem: camponeses, pobres, mulheres, doentes, muitos indigentes, etc. e também quem quiser escutá-lo
O conteúdo da parábola: não trata de algo apenas simbólico, mas fala da vida real dos trabalhadores que procuram ganhar a vida diariamente e que, na antiguidade (eu mesmo conheci, não tantos anos atrás, o mesmo esquema de sobrevivência) se reuniam em lugares habituais de madrugada, à espera de algum patrão, ou encarregado que os contratasse por uma diária.
Uma moeda de prata: era o salário diário suficiente e digno para a sobrevivência de uma família simples.
O patrão: manda dar uma moeda de prata a todos os trabalhadores por igual; àqueles que trabalharam o dia inteiro, como àqueles que foram chamados no fim do dia. A razão pela qual o patrão age desse modo é “porque é bom”.
Os trabalhadores que reclamam: Acham que o patrão foi injusto com eles. Mas o patrão diz que é por causa da “inveja” que resmungam contra ele. Assim, pois, o que é justo para este é uma moeda de prata que significa a sobrevivência digna para todos.
A vinha: na parábola se trata de algo real e significativo para aqueles ouvintes, não apenas simbólico, mesmo que a parábola possa lembrar aos ouvintes piedosos naquele momento que “a casa de Israel é a vinha do Senhor”. Assim, pode se esticar a compreensão do reinado de Deus para Israel e, a seguir, para a humanidade inteira. Nada se opõe a isto e, ainda mais, quando proclamado em nossos dias. Mas, em princípio Jesus está falando da vida real de camponeses pobres, de terras em mãos de patrões e de salários justos ou injustos. Assim, as palavras do Senhor ecoam fortemente em nossa realidade atual.
Concluindo: os últimos são primeiros, e os primeiros são últimos. O que quer dizer que, “o reino dos céus é semelhante à...” vida digna para todos, onde não há nem primeiros nem últimos, mas todos são iguais. Quem faz acontecer essa igualdade é todo aquele que crê e vive na bondade do reinado de Deus.

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