domingo, 4 de setembro de 2011

MEDITANDO A PALAVRA

23º DOMINGO DO TEMPO COMUM

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.”

Por: Seminarista Manoel Alaíde

A Palavra de Deus, proclamada hoje nos insere no contexto de orientações sobre a correção fraterna; e tem como base a fala do próprio Jesus quando discursa sobre as regras que deve haver na comunidade dos cristãos. Faz orientações de questões como: disputa pelo poder, falta de caridade, falta de amor para com o próximo. Há em nós certa tendência de simplesmente excluir aqueles que consideramos problemáticos. Onde deveria haver de nossa parte, sensibilidade para acolhê-los. Porém, deve-se procurar toda e qualquer rejeição mudando assim tais comportamentos que geram conflitos.

A comunidade dos crentes deveria ser regida pelo caráter de procedimentos que inclua o todo, sem qualquer distinção. Como nos ensina o evangelista Mateus: no diálogo entre os dois irmãos envolvidos, na ampliação do diálogo envolvendo duas ou três testemunhas e, finalmente, na questão debatida pela Igreja, ou seja, a comunidade. Devem ser inspirados à prática do perdão e da reconciliação de uma maneira mais livre, espontânea e verdadeira. A correção fraterna, que brota do amor e do perdão, é fundamental para manter-se a unidade na comunidade.

Vale lembrar que, Jesus se empenhou em conviver com os publicanos e pagãos, tidos como pecadores. O projeto de Jesus é sempre de inclusão e nunca de dispersão, pois Ele veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10,10). Todavia, não é contraditório quando pessoas que eram consideradas pecadoras são convidadas pelo próprio Jesus para desempenhar uma função.

Mateus apresenta três sentenças: uma sobre o poder de ligar e desligar na terra, relacionada à tradição do primado de Pedro (cf. Mt 16, 19); outra destacando a importância de orar em comunidade; e a terceira assegurando a presença de Jesus entre os discípulos reunidos em seu nome. Essa presença de Jesus entre os discípulos tem sentido especial no momento em que não mais existe o Templo onde se pretendia ter a presença de Deus. A presença de Deus se dá na comunidade que vive o amor misericordioso, vigilante para a reconciliação e a comunhão. “O amor é o cumprimento perfeito da Lei,” é o que nos atesta a segunda leitura. Já a primeira leitura tem uma perspectiva mais ampla. Trata-se da denuncia profética que deve ser feita contra o pecado existente nas estruturas sociais, resultante da prática de pessoas injustas.

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