sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Encontrar Cristo na sua Palavra!


SENTIDO DA CRUZ

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto – SP

Na era do desenvolvimento, da busca de felicidade a todo custo, de defesa dos direitos da pessoa e de individualismo, é difícil falar de cruz e de sofrimento. O interessante é que muita gente, e em diversas condições, passa por grandes sofrimentos.
Jesus fala em tomar a cruz de cada dia e seguir os seus passos. Realmente são passos difíceis. Mais ainda quando confrontados com práticas de injustiças sociais, que geram sofrimento e podam direitos essenciais dos indivíduos.
O sofrimento sempre fez parte da história dos povos. Na prática cristã, ele é considerado caminho de purificação. É como a semente que morre para nascer, entendendo a morte como um dos maiores sofrimentos da pessoa. A morte de Cristo na cruz foi o auge desta realidade.
A cruz que muitos carregam é consequência de atitudes desumanas. Vemos terríveis situações de escravidão, de condições de vida abaixo do necessário para uma existência normal. Quantas decepções vindas de práticas inconsequentes e sem humanidade!
É interessante que os sofrimentos, isto é, as cruzes assumidas com espírito de fé, de luta pela liberdade e dignidade, interiorizam as relações com o Criador. Deus é aquele que acolhe, na misericórdia e no amor, os diminuídos na vida natural.
As dificuldades não podem ser “pedras de tropeço” para a conquista do bem. É feliz quem as enfrenta, luta com coragem e muita esperança. A violência hodierna é uma cruz, causa de medo e de insegurança. Mas não pode impedir as pessoas de avançar.
A cruz era usada pelos romanos para matar escravos e condenados por rebeldia contra o império. Era o suplício mais cruel e terrível dos tempos antigos. De formas diversas, será que não passamos por práticas parecidas no mundo da violência de hoje?
Não é saudável nos conformar com o mundo da violência e do sofrimento. Por isto não nos iludir com atitudes de poder, de pompa, pelo dinheiro e nem pelos seus esquemas injustos. É hora de solidariedade com quem sofre e de lutar contra a exclusão social.
Fonte: CNBB

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