domingo, 11 de setembro de 2011

MEDITANDO A PALAVRA

24º Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura (Eclo 27,33—28,9)

Sl 102

2ª Leitura (Rm 14, 7-9)

Evangelho (Mt 18, 21-35)


O PERDÃO É FRUTO DO AMOR

“Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: Assim, quando orardes, teus pecados serão perdoados” (Eclo 28,2)

Por: Cláudio Dantas de Oliveira

Amados irmãos e irmãs, a liturgia deste 24º Domingo do Tempo Comum exorta-nos ao perdão. Esta temática está intrinsecamente relacionadas na 1ª Leitura (Eclo 27, 33—28,9) e no evangelho (Mt 18, 21-35), onde o ser humano é chamado a romper com a corrente de violência que teve origem no Antigo Testamento; a proposta de Cristo a Pedro e a todos nós é que não devemos ficar presos a números e perdoarmos somente sete vezes, mas ampliarmos o horizonte para setenta e sete vezes, este número na bíblia se interpreta como setenta vezes sete, isto é, infinitamente.

Esta atitude de Jesus nos faz recordar o pedido dele na oração do Pai Nosso: E perdoa-nos as nossas dívidas como também nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6,12), que nós traduzimos por: perdoai-nos aos nossos pecados, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Mas nem sempre nós correspondemos a esse precioso dom perdoando nosso próximo da maneira como nosso Pai nos perdoa.

O evangelho de hoje retrata justamente essa dificuldade do ser humano de ser misericordioso e de perdoar. Na parábola do devedor implacável, o Pai, representado pelo patrão perdoou a dívida do empregado, uma vez que este suplicava um prazo para pagar e o patrão vendo que ele não tinha como pagar o liberta do compromisso. Ao passo que a humanidade representada pelo empregado não age com misericórdia para com seus semelhantes e exige o pagamento, muitas vezes na mesma moeda, ou seja, pagando o mal com o mal, injustiça com injustiça, violência com violência. A misericórdia de Deus deveria tornar as pessoas mais humanas e mais dispostas a perdoar. Mas, infelizmente nem sempre é isso que acontece.

Há exatamente dez anos, assistimos estarrecidos aos atentados terroristas de 11 de Setembro, nos Estados Unidos. Motivados pelo ódio e sede de vingança contra os norte-americanos, o regime talibã atacou as torres gêmeas do World Trade Center, símbolo do poder econômico dos EUA, o que ocasionou uma comoção mundial e a represália ao terrorismo.

Com o falso argumento de libertar o mundo do terrorismo, os EUA deu início a uma guerra que dizimou milhares de inocentes, tudo em nome da vingança e do orgulho ferido. Com a morte de Bin Laden neste ano, a imprensa mundial deu ampla cobertura e afirmava: “Agora foi feita justiça”. Na verdade o que aconteceu foi à aplicação da lei de talião, olho por olho e dente por dente. Portanto, para nós, cristãos, o que houve foi vingança e não justiça. Sendo assim, nós não podemos concordar com esse tipo de atitude, pois violência só gera mais violência.

Infelizmente o ano de 2011 vai entrar para a história como um dos anos mais violentos do início desse Século, pois desde o início do ano acompanhamos os movimentos revolucionários de libertação contra os regimes totalitários, que tiveram origem no Egito e se espalharam pelo mundo, ganhando força e repercussão internacional. Através destas manifestações populares muitos ditadores caíram, mas também milhares de pessoas morreram para que outras pudessem ter liberdade.

No Brasil, a onda de violência é assustadora, todos os dias muitas pessoas são mortas por causa das drogas ou pela sua opção sexual, isto sem contar as vítimas de assaltos, chacinas como a de realengo no Rio de Janeiro e os acidentes de trânsito. Tendo em vista esses fatos, podemos nos perguntar quais as motivações para esses atos de violência que ferem a dignidade e a integridade da pessoa humana? Não seria a falta de amor e respeito para com o próximo? A liturgia deste domingo apresenta luzes para responder a essas situações de morte e nos ensina que o melhor caminho é o perdão fraterno, que é fruto do amor misericordioso, dom gratuito do Pai.

Portanto, diante de tantos acontecimentos tristes, o cristão é chamado a construir pontes e não a edificar muros entre as pessoas. Nesta perspectiva, somente o verdadeiro perdão, ou seja, aquele que não guarda mágoa, rancor ou sentimentos de vingança é capaz de construir a civilização do amor. Pois, o perdão é fruto do amor.

Um comentário:

  1. Claudio

    vivemos em uma sociedade q não sabe perdoar, pois o perdão é um dom divino q todos deveriam buscar.
    ódio, rancor, guerra, tudo isso é fruto do inimigo, Ao buscarmos o perdão estamos buscando a Deus!

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