sábado, 10 de setembro de 2011

A historinha não é um incentivo a fumar!

O CACHIMBO DO PERDÃO

 

Dom Pedro José Conti

Bispo de Macapá – AP

 

O velho sábio da tribo sempre dava este conselho aos jovens fogosos e briguentos:
- Quando você está com muita raiva de alguém que o tenha ofendido tanto ao ponto de ter resolvido lavar com o sangue a vergonha da ofensa, antes de partir para matá-lo, pare! Sente-se e encha de fumo o seu cachimbo. Continue fumando. Quando acabar o “primeiro cachimbo”, você pensará, finalmente, que a morte do adversário seria uma punição demasiado grande para a culpa cometida. Começará, então, a pensar que uma surra bem dada já resolveria a questão. Contudo antes de apanhar a sua borduna e partir para espancar o inimigo, carregue o “segundo cachimbo” e, sentado, fume-o tranquilamente. No final, estará convencido de que algumas palavras fortes contra ele serão suficientes para envergonhá-lo na frente de todos. Pois bem, quando estiver saindo para insultar aquele que o ofendeu, sente-se novamente, encha de fumo o “terceiro cachimbo”. Com certeza quando o fogo dele se apagar também a sua raiva terá esfriado e, no seu coração, terá surgido o desejo de buscar a reconciliação e a paz. O seu inimigo voltará a ser um amigo.
A historinha não é um incentivo a fumar. Apenas um caminho para não tomar decisões sob o impulso da raiva e do ódio. Quantas vezes queremos nos vingar de quem nos ofendeu, esquecendo quantas vezes nós também já fomos perdoados? Na oração do Senhor – o Pai Nosso -  sempre repetimos: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Pedimos muitas vezes perdão a Deus, mas ainda não aprendemos a nos perdoar uns aos outros.

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