segunda-feira, 30 de maio de 2011


NOSSA SENHORA RAINHA
Por Pe. Jailton

            Desde os primeiros séculos, a poesia cristã, liturgia e a arte ressaltam a dignidade régia da Mãe de Deus. Nossa Senhora é Rainha e, como a luz do dia vem do sol,a sua realeza vem da sua maternidade divina. Já na Anunciação o santo Arcanjo falava do reinado sem fim do menino que lhe nasceria por obra e graça do Espírito Santo (Lc 1, 33). Para a piedade dos fiéis, há uma lógica: rei o filho, rainha a mãe. Por que não haveria de ser rainha aquela que o próprio Deus para ser a mãe do “Rei dos reis e Senhor dos senhores”(Ap 19, 16) e que, por isso mesmo a preservara imaculada desde a conceição, a fizera “cheia de graça”(Lc 1, 28) e a mantivera virgem durante e depois do parto?
Para encerrar o Ano Santo de 1954, decretado pelo Papa Pio XII, então reinante, para celebrar o primeiro centenário do dogma da Imaculada Conceição, o Santo Padre escreveu a encíclica "Ad caeli Reginam" sobre a realeza de Maria e instituiu para toda a Igreja a festa de Nossa Senhora Rainha. Escreveu Pio XII na mesma encíclica de 1954 que Maria é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também por ter sido associada, pela vontade de Deus, a Jesus Cristo na obra da salvação. Isenta de qualquer culpa pessoal ou hereditária, e sempre estreitamente unida ao Filho, ela o ofereceu no Calvário ao Eterno Pai, sacrificando seu amor de mãe em benefício de toda a humanidade manchada pelo pecado. Por isso, assim como Jesus é Rei não só por ser o Filho de Deus, mas também por ser o nosso Redentor, assim pode-se afirmar que Maria Santíssima é Rainha não só por ser a Mãe de Deus, mas também porque associou-se a Cristo na redenção do gênero humano. "Maria participa da dignidade real - ensina Pio XII - porque desta união com Cristo Rei deriva para ela tão esplendente sublimidade, que supera a excelência de todas as coisas criadas. Desta mesma união com Cristo nasce aquele poder real, pelo qual ela pode dispor dos tesouros do Reino do Redentor divino". O Reino de Maria é vasto como o de seu Filho, porque nada se exclui de seu domínio.
            Na encíclica "Sobre a bem-aventurada Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho" (1987), o Beato João Paulo II lembra que em Maria Santíssima realizou-se plenamente a verdade que 'servir ao Rei é reinar'. Maria, serva do Senhor, tem parte no Reinado do Filho. "A glória de servir não cessa de ser a sua exaltação real: elevada ao céu, não suspende aquele serviço salvífico em que se exprime sua mediação materna" (n. 41). De sorte que ser Rainha do céu e da terra não é apenas a posição mais alta conquistada por uma criatura humana. Mas é também para a humanidade a garantia de uma intercessora generosa, de uma medianeira das graças divinas, de uma advogada segura, de uma dispensadora dos tesouros divinos. A realeza de Maria é essencialmente materna, exclusivamente benéfica. Seja, portanto, a ela a nossa prece: “Reinai, ó Mãe e Senhora, mostrando-nos o caminho da santidade, dirigindo-nos e assistindo-nos para que dele nunca nos afastemos. Reinai sobre as inteligências, para que não procurem senão a verdade; sobre as vontades para que sigam somente o bem; sobre os corações para que amem unicamente o que vós mesma amais”.

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