Grupo de Vida João Paulo II

SE DEUS CRIOU TUDO BOM, ENTÃO, POR QUE O MAL?

 Seminarista Francisco de Assis

Sabemos que esse é um problema que nos traz uma reflexão profunda. Deus cria todas as coisas e percebe, ao chegar o final da criação, que tudo era muito bom.

É um pouco delicado acreditarmos na existência do mal. Pois são tantas as indagações a respeito de sua existência. O bem, nós sabemos perfeitamente que ele existe, pelo menos nós cristãos. Pois acreditamos em um Deus que não só criou todas as coisas e viu que tudo era muito bom, mas também se encarnou e se tornou um de nós. Sendo criador se tornou uma criatura, pois de certa forma, “se rebaixou” ao grau humano. É por isso que acreditamos perfeitamente no bem. Agora e o mal?

Onde encaixar o mal em meio a tudo que é bom? Será que Deus também criou o mal. Isso é algo obscuro para os ignorantes.

Santo Agostinho em sua obra, Confissões: livro VII, se interrogando nos motiva a também nós nos interrogarmos: “onde está o mal, de onde veio e como conseguiu penetrar? Qual a sua raiz, qual a sua semente? Ou talvez não exista? Por que tememos e evitamos o que não existe”?

Pobres de nós humanos! Somos tão fracos e falhos, que na maioria das vezes, queremos correr atrás de respostas de algo, ainda obscuro, sempre fora de nós.  E muitas vezes as respostas estão dentro de nós. “Somos todos ignorantes”!

Jamais devemos pensar que Deus é também o criador do mal. Como sabemos na vida terrena, tudo tem conseqüência. Como por exemplo: qual a conseqüência do homem comer? Não é saciar sua fome? Nesta vida efêmera toda causa tem um efeito. Destarte, na realidade boa criada por Deus, o mal deve ser pensado por nós como conseqüência onde habita o bem.

Portanto, pode-se dizer que a liberdade cria o mal. O homem dominador ou regente de toda criatura é livre. Por ser livre tende para mal. Esse mal é conseqüência da liberdade dada ao homem por Deus. Agora poderia não existir esse mal?  Usando de minhas cogitações falhas respondo que: talvez pudesse não existir se justamente a criatura fizesse o uso de sua liberdade como Deus ordenou. O mal não é criatura de Deus e sim conseqüência de sua criação boa.