terça-feira, 3 de maio de 2011


POR MEIO DE MARIA, A BENÇÃO DO PAI ILUMINOU OS HOMENS

Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco (Lc 1,28). Que pode haver de mais sublime que esta alegria, ó virgem Mãe? Que pode haver de mais excelente que esta graça com a qual somente vós fostes por Deus cumulada? Que de mais jubiloso e esplêndido se pode imaginar? Tudo está longe do milagre que em vós se contempla, muito aquém de vossa graça. As maiores perfeições, comparadas convosco, ocupam um plano secundário, possuem um brilho bem inferior.
O Senhor é convosco. Quem ousará competir convosco? Deus nasceu de vós. Haverá alguém que não se reconheça inferior a vós, e ainda mais, não vos conceda alegremente a primazia e a superioridade? Por isso, contemplando vossas eminentes prerrogativas, que superam as de todas as criaturas, aclamo-vos com o maior entusiasmo: Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco. Sois, portanto, a fonte da alegria dos homens, até dos anjos!
Na verdade, bendita sois vós entre as mulheres (Lc 1,42), pois transformastes em benção a maldição de Eva, fazendo com que Adão, abatido pela maldição, fosse por vós erguido e abençoado.
Na verdade, bendita sois vós entre as mulheres, porque a benção do Pai iluminou os homens por meio de vós, livrando-os da antiga maldição.
Na verdade, bendita sois vós entre as mulheres, porque até os teus antepassados encontraram em vós a salvação, pois destes à luz o Salvador que obteve para eles a salvação eterna.
Na verdade, bendita sois vós entre as mulheres, pois sem contribuição do homem produzistes o fruto que trouxe a benção para toda a terra, redimindo-a da maldição que só produzia espinhos.
Na verdade, sois bendita entre as mulheres, porque, embora simples mulher, vos tornastes verdadeiramente Mãe de Deus. Se aquele que nasceu de vós é realmente Deus feito homem, sereis com razão chamada Mãe de Deus, dando verdadeiramente à luz aquele que é Deus.
Vós guardeis o próprio Deus no claustro do vosso seio; ele habita em vós segundo a natureza humana e sai de vós como esposo, trazendo para todos os homens a alegria e a luz divina.
Em vós, ó Virgem, como um céu puríssimo e resplandecente, Deus armou sua tenda, de ti sairá como esposo do quarto nupcial (cf. Sl 18,5.6). Imitando a corrida do atleta, ele percorrerá o caminho da sua vida trazendo a salvação para todos os viventes; indo de um extremo a outro do céu, tudo encherá com o calor divino e sua luz vivificante.
DOS SERMÕES DE SÃO SOFRÔNIO, BISPO (séc. VII)

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