Concluído na semana passada, a série de reflexões sobre a oração de Jesus, o Papa Bento XVI, durante a Audiência Geral desta semana, inaugurou uma série de meditações sobre a oração nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas de São Paulo.
Os Atos dos Apóstolos, em particular, foram definidos como"o primeiro livro sobre a história da Igreja", lembrou o Papa. Seja neles que nas epístolas Paulinas, "um dos elementos recorrentes é justo a oração, daquela de Jesus àquela de Maria, dos discípulos, das mulheres e da comunidade cristã”.
Elemento orientador do caminho original da Igreja é o Espírito Santo que, com a sua efusão, levará a Palavra de Deus para o Oriente e para o Ocidente. Espírito Santo, que é o próprio Jesus que anuncia a chegada (Atos 1,8).
Enquanto isso, Maria acompanha os Onze no início da missão da Igreja: o faz com a sua "presença orante", na sequela silenciosa do Filho, “durante a vida pública até os pés da cruz”.
A oração da Virgem marca todas as fases da Igreja primitiva, a partir da Anunciação do Anjo (Lc 1,38) e da visita à sua prima Isabel (Lucas 1,46-55).
Com o cântico do Magnificat a Mãe de Deus "não olha só aquilo que Deus tem feito por ela, mas também o que tem feito e realiza continuamente na história".
A vemos, então, no Cenáculo de Jerusalém, onde, "em um clima de escuta e oração", Maria está presente "antes de que sejam abertas as portas e comecem o anúncio de Cristo Senhor a todos os povos."
A presença providencial de Maria em cada um desses momentos cruciais - cujo ponto culminante é a entrega da Mãe a João por Cristo crucificado - é marcada pela sua "capacidade de manter um clima perseverante de recolhimento, para meditar cada acontecimento no silêncio do seu coração, diante de Deus”, disse o Pontífice.
Depois da Ascensão, Maria continua a acompanhar os Apóstolos que com Ela, compartilham "o que é mais precioso: a memória viva de Jesus, na oração".
O acompanhamento de Maria é também crucial no período de transição que precede Pentecoste. Junto com ela os Apóstolos se reúnem para esperar o dom do Espírito Santo", sem o qual não podem se tornar testemunhas".
Sem Maria não é possível nenhum Pentecoste porque “Ela viveu de uma maneira única o que a Igreja experimenta a cada dia sob a ação do Espírito Santo". Também na Constituição dogmática Lumen gentium (nº 59) destaca a importância do papel da Virgem nesta passagem, que o Concílio Vaticano II procurou enfatizar.
"Venerar a Mãe de Jesus na Igreja significa então aprender dela a ser comunidade que reza", continuou Bento XVI, salientando que Maria nos convida "a abrir as dimensões da oração, a se voltar para Deus não apenas na necessidade e não só para si mesmos, mas de modo unânime, perseverante, fiél, com um “só coração e uma só alma” (cf. At 4,32). "
Maria é "colocada pelo Senhor nos momentos decisivos da história da salvação e sempre foi capaz de responder com total disponibilidade, resultado de uma relação profunda com Deus desenvolvida na oração assídua e intensa", acrescentou.
A sua maternidade está viva "até o fim da história" e é por isso que a ela se confia “todas as fases da passagem da nossa existência pessoal e eclesial, não menos importante aquela da nossa passagem final".
Graças à Maria, com seu exemplo de oração constante e incessante, somos capazes de "sair" da “nossa casa", de nós mesmos, com coragem, para alcançar os confins do mundo e anunciar em todos os lugares o Senhor Jesus, Salvador do mundo" , concluiu depois o Papa.
Fonte: Zenit
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