quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O que buscamos na vida de fé?

Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo de Uberaba - MG
Sacrário da Fazenda da Esperança
A convergência mais forte da atividade moderna, que se impôs de maneira muito forte, é a economia. “A alma da vida são os negócios”. Basta prestarmos atenção em que ocupamos a maior parte do nosso tempo.  Existem outras forças que, momentaneamente, podem chamar a si a preponderância das motivações, como a sexualidade, a ideologia política, a conquista do poder, e mesmo a cultura e a religião.  Mas o mundo das finanças é quase uma obrigação geral. O sustento da vida nos leva ao trabalho e à busca do lucro. Passamos o dia planejando, interferindo na natureza, calculando, e produzindo. As idéias mais sublimes, os planos mais abstratos, ou a motivação mais religiosa, tudo chega ao momento de aterrissar, e aí entra fatalmente o dinheiro. Este é uma grande invenção humana, e não um ato pecaminoso e inglório. Se existem abusos, roubos, e opressões, isto é o momento dois, que pode ser pecaminoso. O momento um é a utilidade indiscutível da atividade econômica, que consiste em comprar, produzir, vender, trabalhar e consumir. “Quem recebe bens de Deus, considere isso um dom divino” (Ecl 5, 18).
Mas então como um cristão se diferencia das demais pessoas na abordagem econômica da vida?  Aparentemente ele deve seguir as leis do mercado, como os demais. Deve ser possuidor de capacidade de trabalho e usar a inteligência. “Não há bênção capaz de tirar alguém das dívidas se o proprietário não trabalha, ou não usa a inteligência”. O que faz a diferença é que um cristão tem outra classificação de prioridades. Sem menosprezar todas as leis da economia, ele deve valorizar o espírito de fraternidade. Porque o dinheiro deve ser usado para estreitar a sadia convivência em comunidade, abastecer o público com produtos, e possibilitar empregos. Mas, além disso, o cristão deve ter espírito filial diante do Pai Criador.  Nós todos queremos estar numa linha de amizade única com esse valor máximo do universo, Deus Só a Ele realmente servimos. Ao dinheiro apenas o usamos.  “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24).
Fonte:CNBB

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