quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

FRUTOS DA UNIDADE

ARTIGO COMEMORATIVO DO 1° ANO DE VIDA DO GRUPO JOÃO PAULO II, CRIAÇÃO DO GRUPO 15/02/2011

JESUS E OS SEUS APÓSTOLOS: O PRIMEIRO GRUPO DE VIDA

Na história da humanidade percebemos que as pessoas vão construindo suas narrativas de vida, e dentro deste percurso que elas fazem vão sendo criados entre si laços de amizade, companheirismo, de encontro e desencontro. Mas nunca veremos o homem só, pois a criatura humana nasceu com o objetivo de criar laços com o seu semelhante; até mesmo aqueles que na vida buscaram viver na austeridade não podem ser vistos como seres que viveram sozinhos, porque na verdade a sua vida foi para viver contemplando a comunidade perfeita, a Santíssima Trindade.

Esses homens e mulheres que buscam a vida austera participam da comunidade trinitária de forma mais intensa, e são chamados a serem reflexo na comunidade contemporânea. E constatamos que a sua ausência da comunidade para conviver nos desertos da vida tem como objetivo refletir na vida dos homens e mulheres que vivem desenfreadamente em uma sociedade consumista e egocêntrica.

Mas nós seres humanos necessitamos conviver com o “outro”, pois é nele que encontramos a imagem e semelhança do Deus misericordioso e amoroso, é neste contato que podemos nos dirigir a alguém que foi criado a imagem do nosso criador (Gn 1,26), que pode nos escutar, falar, e nos ajudar em nossos questionamentos do cotidiano. Assim, sentimos que os grupos de vida são úteis na caminhada de uma comunidade. Observemos que Cristo ao chamar os seus apóstolos cria um grupo de vida, onde existem homens com características bem diversas, homens sábios e ignorantes, com suas qualidades e defeitos, seres limitados, imperfeitos, frágeis e pecadores, mas entre eles havia algo em comum: serem pescadores de homens (Mt 4,19).

O Grupo de Vida que Jesus formou teve seus desafios; não foi tão fácil como pensamos. Já pensou como seria difícil lapidar homens rudes que naquele momento não entendiam claramente como seriam suas vidas após seguirem Jesus? Mas eles conseguiram. Demorou, porém perseveraram, souberam ter paciência e acima de tudo estavam abertos para acolher as propostas do seu mestre e colocar em prática, e quando não mais havia a presença do mestre corporalmente entre eles souberam acolher as decisões que cada membro do grupo trazia consigo. Como é gratificante você poder partilhar com aqueles que você confia.

Mas isso só foi possível porque os membros do grupo de vida de Jesus souberam criar um ambiente de solidariedade e fraternidade. São nesses ambientes onde nós partilhamos e sabemos que tudo que colocamos de certo ou errado, será simplesmente acolhidos, porque é ali que vamos lapidar o nosso conhecimento, é ali que nós vamos re-construir nossas idéias, e perceber que o nosso conhecimento se tornou melhor quando foi partilhado e ajudado pelo “outro”. É assim que construímos o conhecimento. Devemos ser homens que saibam construir, que saibam aproveitar tudo aquilo que as pessoas trazem até nós, mesmo que aparentemente o material que nos é apresentado não possua qualidade, é necessário que tenhamos a coragem para nos lapidar na fraternidade e ajudar o outro na construção de um mundo melhor.

Quando vamos construir uma casa existem tijolos de várias maneiras, e o pedreiro com paciência vai percebendo onde cada tijolo se encaixa e no final ele tem construído uma obra bonita e valiosa. Assim, devemos ser nós, homens consagrados a Deus que no decorrer de nossas vidas vamos lapidando e buscando ser lapidados para no fim sermos uma verdadeira obra agradável a Deus, que como os apóstolos que no início eram homens rudes, mas se deixaram ser lapidados para servirem de tijolos na obra do seu mestre: Cristo Jesus.

Por Diácono Hipolito - Membro do Grupo de Vida João Paulo II
Diocese de Caicó/RN

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