sábado, 17 de dezembro de 2011

O AGIR MISTERIOSO DE DEUS!

Mais um ano está terminando, então resolvi escrever a partir das experiências vividas neste tempo, também pensando em deixar para as pessoas que amo e que são significativas na minha vida está mensagem .
No dia 1º de dezembro, acordei cedo e tomando a minha liturgia das horas deixei Deus falar e eu também escrever o que vinha no meu coração. Pensei nas perdas que tive, fiquei refletindo, avaliando, rezando... Deus me tirou algumas coisas, primeiro me tirou o poder, deixei de ser pároco me tornando um simples vigário paroquial, me tirou dinheiro, porque como pároco recebia mais, me tirou também a pessoa por quem eu tinha muito amor e respeito, minha mãe. Comecei a me revoltar e a brigar com Deus, dizendo: “mas porque tudo isso está acontecendo, eu não sou pior que outros padres que há por aí” me sentia melhor do que os outros e achava que Deus premiava a muitos que não merecia e o entanto eu a sofrer e ter que passar por algumas coisas que a meu ver não merecia. Mas que sou eu para pensar e a julga r assim? Estou entendendo que quando Deus nos tira as coisas e as pessoas é para o nosso bem. Ele sabe certamente o que será melhor, nós é que não entendemos. Porém, com as perdas vieram também alguns ganhos, tudo valor espiritual, a paz voltou, a felicidade também, sem falar em algumas experiências místicas grandiosas que tive neste ano. Deus foi me colocando textos antigos para que neles eu encontrasse as respostas.
As palavras que dirijo agora são de um abade que viveu no século XII: “Tu, alma fiel, quando as verdades da fé te apresentarem mistérios demasiado profundo para a sua natureza vacilante, dize, depois de ouvi-los não por espírito de contradição, mas com desejo de obedecer: como podem acontecer essas coisas? Que a tua pergunta se transforme em oração, em amor, em piedade, em humilde propósito. Que ela na perscrute a majestade de Deus no que tem de mais elevado, mas procure a salvação pelos meios que Ele estabeleceu para nos salvar. Então te responderá o Ajo do Grande Conselho: Quando vier o Paráclito, que eu vos enviarei d aparte do Pai, ele vos ensinará tudo e vos conduzirá a plena verdade (Jo 14, 26). Assim como é necessário que os seu adoradores o adorem em espírito e em verdade, também os que desejam compreendê-lo ou conhecê-lo devem procurar somente no Espírito Santo a compreensão da fé e o sentido daquela verdade pura e simples. Em meio às trevas e à ignorância desta vida, o Espírito Santo ilumina o que é espírito de pobreza, é caridade que os atrai, é suavidade que os conforta, é caminho do homem para Deus; é amor de quem ama, é devoção é piedade. É o Espírito Santo que, ao fazer os fiéis crescerem a fé, lhes revela a justiça de Deus, lhes dá graça sobre graça e comunica-lhes a iluminação interior da fé que receberam pela pregação.
Outro texto mais antigo me falou profundamente, é do papa São Gregório Magno escrito no século VI e que diz o seguinte: “Desejaria a exortar-vos a deixar tudo, mas não me atrevo. Se não podeis deixar as coisas do mundo, fazei uso delas de tal modo que não vos prendam a ele, possuindo os bens terrenos sem deixar que vos possuam. Tudo o que possuis esteja sob o domínio do vosso espírito, para que não fiqueis presos pelo amor das coisas terrenas, sendo por ela dominados. Extirpemos radicalmente os vícios, não só das nossas ações, mas também dos pensamentos. Que o prazer da carne, o ardor da cobiça e o fogo da ambição não nos afastem da Ceia do Senhor! Te as coisas boas que realizamos no mundo, não os apeguemos a elas, de modo que as coisas agradáveis sirvam ao nosso corpo sem prejudicar o nosso coração. Se amarmos o que é bom, deleite-se o nosso espírito com bens ainda melhores, isto é, os bens celestes. Se tememos o mal, ponhamos diante dos olhos os males eternos. Desse modo, contemplando na eternidade o que mais devemos amar e o que mais devemos temer, não nos deixaremos prender o que ao que existe na terra. Para assim procedermos, contamos com o auxílio do Mediador entre Deus e os homens. Por meio dele logo obteremos tudo, se amarmos realmente aquele que, sendo Deus, vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos”
Lembremos o Salmo 126,1: “Se o Senhor não construir a casa, em vão trabalharão os seus construtores”. E São Pulo nos lembra em I Cor 3, 16: Vós sóis ao templo d Deus e o Espírito de Deus mora em vós”. Sobre este templo assim testemunhava o profeta: Santo é vosso templo admirável pela sua justiça (Sl 64, 5-6). A santidade, a justiça e o equilíbrio humano são um tempo para Deus.
Estamos nos aproximando de mais um natal do Senhor. Celebremos com a alegria a vinda de nossa Salvação e Redenção. A verdade brotou da terra por que o Verbo se fez carne (Jo 1, 14). E a justiça olhou do alto porque todo o dom precioso e toda a dádiva perfeita vem do alto (Tg 1,17). Eis porque, quando o Senhor nasceu da Virgem Maria, os anjos cantaram: Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2, 14). Alegremo-nos com esta graça, para que nossa glória seja o testemunho da nossa consciência, e assim no gloriaremos, não em nós mesmos, mas no Senhor. Agradeço a Deus por cada um que passou pela minha vida, também os levarei comigo pelos séculos dos séculos. Amém.
FELIZ NATAL! FELIZ ANO NOVO!

Pe VALTAIR LIRA LUCAS

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