sexta-feira, 17 de junho de 2011

TESTEMUNHO MISSIONÁRIO

O MISSIONÁRIO DA ESPERANÇA

Seminarista Francisco Lima - Diocese de Santarém
Ano Missionário na Diocese de Santíssima Conceição do Araguaia

Obrigado, Senhor, por vos revelardes aos povos simples de coração; por tornardes fortes os mais fracos; por brilhardes  nos olhos de cada criança que conheci; por serdes esperança em cada jovem que vi; por mostrardes caminhos seguros a cada pai e mãe  que tem a missão de cuidar de seus filhos...”(Rumualdo Conceição Oliveira – Seminarista da Prelazia do Xingu).
            São muitas as realidades que podemos encontrar quando estamos em missão. Existem realidades que, aos nossos olhos, parece não existir a presença de Deus. Ouvimos muito falar de casos onde pais que maltratam os filhos, e filhos que não respeitam os pais, famílias inteiras desestruturadas por falta de uma vida familiar aonde aconteça pelo menos o respeito. Jovens abatidos psicologicamente, às vezes por falta de um namoro saudável. Encontramos até casos onde os pais, por falta de opção, se envolvem no mundo do tráfico para sustentar a família. Enfim, são tantas situações que chegamos a nos questionar se de fato Deus está ali e qual o meu papel como missionário. Às vezes achamos que seria melhor calar, e não se envolver, pois o problema não parece ser meu. Mas, se eu calar e apenas observar a vida do próximo sendo destruída, estou assumindo o meu papel de missionário?
            Como Igreja, temos o nosso dever. “Como discípulos de Jesus Cristo, sentimo-nos desafiados a discernir os sinais dos tempos, à luz do Espírito Santo, para nos colocar a serviço do Reino, anunciado por Jesus, que veio para que todos tenham vida e “para que a tenham em plenitude” (Jo 10,10). Dessa forma, meu dever como missionário, é enfrentar o próprio medo e encarar tais realidades, assim como fez Jesus Cristo, modelo de missionário.
            Mas, o que fazer o seminarista missionário diante desses desafios?
 “A opção preferencial pelos pobres deve estar presente nos estudos e nas práticas pastorais, desenvolvendo assim a sensibilidade de pastor diante do sofrimento do povo”. É o que afirma o Documento 93 da CNBB sobre as diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil. O Documento afirma ainda que nesse período de formação, o formando possa dedicar-se com especial atenção aos mais humildes e marginalizados e aos que mais precisam de aproximação solidária e fraterna. (NMI 20). Diante desses  desafios, como seminaristas missionários, devemos observar que “nossa missão, para que nossos povos tenham vida nEle, manifesta nossa convicção de que o sentido, a fecundidade e a dignidade da vida humana se encontra no Deus vivo revelado em Jesus. É urgente a tarefa de entregar a nossos povos a vida plena e feliz que Jesus nos traz, para que cada pessoa humana viva de acordo com a dignidade que Deus lhe deu. Fazemos isso com a consciência de que essa dignidade alcançará sua plenitude quando Deus for tudo em todos. Ele é o Senhor da vida e da história, vencedor do mistério do mal e  acontecimento salvífico que nos faz capazes de emitir um juízo verdadeiro sobre a realidade, que salvarguarde a dignidade das pessoas e dos povos”. (Dap 389).
Jesus é modelo de missionário. “A encarnação de  Jesus na vida do povo ajuda a entender a importância da inserção missionária nos meios populares. A missão sente a necessidade de acentuar sua dimensão de diálogo, testemunho, solidariedade com os pobres, “ovelhas sem pastor” (Mt 6, 34), exigindo a inserção nos meios populares, um êxodo para as formas mais fortes da miséria humana.
Neste sentido, quanto aos questionamentos sobre os desafios da missão, a realidade encontrada, é claro que nestas realidades existem sinais de Deus. O próprio  missionário, que se encontra diante de tudo isso é um grande sinal de Deus e pode tornar Deus mais presente na vida das pessoas.
Como seminarista missionário, posso  também afirmar que “vale apena lutar para humanizar a realidade e fazer crescer a vida; vale apena amar porque Deus nos amou em primeiro lugar e é no amor que as pessoas e o mundo se realizam; vale apena ter esperança porque Deus assumiu o compromisso na história e nos garante o êxito no Cristo Ressuscitado”.

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