Primeira leitura - Nm
21,4b-9
Salmo - Sl 77
Evangelho - Jo 3,13-17
Exaltar a cruz enquanto
há tempo
Celebramos hoje a Festa
da Exaltação da Santa Cruz. Nos reunimos com todos os santos, neste dia, para
exaltar a Santa Cruz, que é fonte de santidade e símbolo revelador da vitória
de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio; também na Cruz encontramos o
maior sinal do amor de Deus. É a Festa da Exaltação do Cristo vencedor.
Para nós cristãos, a
cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o
início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos
apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de
acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e
padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.
A Cruz recorda o Cristo
crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim
sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz,
inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no
paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este
mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19).
No deserto, a serpente
também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e
contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés
que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor,
com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do
acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto,
dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se
curaria. (Nm 21,8-9).
Esses símbolos do
passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos
dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze
pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado
no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através
do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida
eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os
olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de
Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te
cantamos louvor!”
A Cruz não é uma
divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e
sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa
fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai,
Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o
Senhor continua a derramar sobre nós.
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