O nome "Agnes", para
nós Inês, em grego significa pura e casta, enquanto em latim significa
cordeiro. Para a Igreja, Santa Inês é o próprio símbolo da inocência e da
castidade, que ela defendeu com a própria vida. A idéia da virgindade casta foi
estabelecida na Igreja justamente para se contrapor à devassidão e aos costumes
imorais dos pagãos. Inês levou às últimas conseqüências a escolha que fez à
esses valores. É uma das Santas mais antigas do cristianismo. Sua existência transcorreu
entre os séculos três e quatro, sendo martirizada durante a décima perseguição
ordenada contra os cristãos, desta vez imposta pelo terrível imperador
Diocleciano, em 304.
Inês pertencia à uma rica, nobre
e cristã família romana. Isso lhe possibilitou receber uma educação dentro dos
mais exatos preceitos religiosos, o que a fez tomar a decisão precoce de se
tornar "esposa de Cristo". Tinha apenas 13 anos quando foi denunciada
como cristã.
Dotada de uma beleza incomum,
recebeu inúmeros pedidos de casamento, inclusive do filho do prefeito de Roma.
Aliás, essa foi a causa que desencadeou seu suplício e uma violenta perseguição
contra os cristãos. A narração que nos chegou conta que o rapaz, apesar das
negativas da jovem, tentava corteja-la. Seu pai indignado com as constantes
recusas que deixavam seu filho inconsolável, tentou forçar que Inês aceitasse
seu filho como esposo, mas tudo em vão.
Numa certa tarde de tempestade, o
rapaz tentou toma-la nos braços, mas foi atingido por um raio e caiu morto aos
seus pés. Quando o prefeito soube, procurou Inês com humildade e lhe implorou
que pedisse a seu Deus pela vida de seu filho. Ela erguendo as mãos e voltando
os olhos para o céu orou para que Nosso Senhor trouxesse o rapaz de volta à
vida terrena, mostrando toda Sua misericórdia. O rapaz voltou e percebendo a
santidade de Inês se converteu cristão. Porém, seu pai, o prefeito, viu aquela
situação como um sinal de poder dos cristãos e resolveu aplicar a perseguição,
decretada por Diocleciano, de modo implacável.
Inês, segundo ele, fora
denunciada e por isso teria de ser enviada para a prisão. Mesmo assim, ela
nunca tentou se livrar da pena em troca do casamento que fora proposto em nome
do filho do prefeito e muito menos negou sua fé em Cristo. Preferiu sofrer as
terríveis humilhações de seus carrascos, que estavam decididos a fazê-la mudar
de idéia através da força. Arrastada violentamente até a presença de um ídolo
pagão, para que o adorasse, Inês se manteve firme em suas orações à Cristo.
Depois foi levada à uma casa de prostituição, para que fosse possuída à força,
mas ninguém ousou tocar sequer num fio de seu cabelo, saindo de lá na mesma
condição de castidade que chegou.
Cada vez mais a situação ficava
fora do controle das autoridades romanas e o povo estava se convertendo em
massa. Para aplacar os ânimos Inês foi levada ao Circo e condenada à fogueira,
mas o fogo prodigiosamente se abriu e não a queimou. Assim, o prefeito decretou
que fosse morta por decapitação a fio de espada, naquele exato momento. Foi
dessa maneira que a jovem Inês testemunhou sua fé em Cristo.
Seu enterro foi um verdadeiro
triunfo da fé; seus pais, levaram o corpo de Inês, e o enterraram num prédio
que possuíam na estrada que de Roma conduz a Nomento. Nesse local, por volta do
ano de 354, uma Basílica foi erguida a pedido da filha do imperador
Constantino, em honra à Santa. Trata-se de uma das mais antigas de Roma, na
qual encontram-se suas relíquias e sepultura. Na arte, Santa Inês é comumente
representada com uma ovelha, e uma palma, sendo que a ovelha sugere sua
castidade e inocência.
Sua pureza martirizada faz parte,
até hoje, dos rituais da Igreja. Todo ano, no dia de sua veneração, em 21 de
janeiro, é realizada na Basílica de Santa Inês, fora dos muros do Vaticano, uma
Missa solene onde dois cordeirinhos brancos, ornados de flores e fitas são
levados para o celebrante os benzer.
Depois os mesmos são apresentados
ao Papa, que os entrega a religiosas encarregadas de os guardar até a época da
tosquia. Com sua lã são tecidos os pálios que, na vigília de São Pedro e São
Paulo, são colocados sobre o altar da Basílica de São Pedro. Posteriormente
esses pálios são enviados à todos os arcebispos do mundo católico ocidental e eles
os recebem em sinal da obediência que devem à Santa Sé, como centro da
autoridade religiosa.
Fonte: http://www.domtotal.com
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