Primeira leitura -
Ez 17,22-24
Segunda leitura - 2Cor 5,6-10
Salmo - Sl 91
Evangelho - Mc 4,26-34
O Reino
de Deus não pode ser ignorado
O encontro com a
Palavra é um dom de Deus, mas a resposta a ela depende da vontade e do
interesse de cada um.
Na primeira
parábola de hoje, temos a exposição de como o Reino se expande com uma força
que não depende dos homens, mas do próprio Deus. Poderíamos dizer que a Palavra
descreve sua força interna.
Na segunda
parábola, encontramos a visão externa do Reino. Seu crescimento seria
espetacular, desde um pequeno grupo insignificante – como é a semente de
mostarda que se parece com a cabeça de um alfinete -, até uma árvore, que nada
tem a invejar aos carrascos da Palestina.
Uma certeza é
evidente: o Reino é uma realidade que não se pode ser ignorada. Mas em que ele
consiste? Jesus não revela Sua essência, mas, devido ao nome, estamos
inclinados a afirmar que o Reino, como nova instituição, é uma irrupção da
presença de Deus na história humana.
Numa época em que
revoluções externas e lutas pelo poder estavam unidas a uma teocracia
religiosa, era perigoso anunciar a natureza verdadeira do Reino. Daí que só as
externas qualidades dele tenham sido descritas de modo a não levantar reações
violentas. O Reino sofrerá violências, mas não será o violentador.
Nessa parábola,
Jesus encoraja a esperança de sua comunidade. Qual é a semelhança entre o Reino
de Deus e um grão de mostarda? Ambos parecem quase nada, insignificantes no
começo, mas tornam-se muito grandes em seus resultados.
Agora, olhemos para
nossa realidade. Podemos dizer que vivemos numa sociedade caracterizada pela
cultura do “instantâneo” e do espetáculo, pela qual a proposta de um Reino que
se inicia pequenino, mas cresce lentamente, quase sem se perceber, é, sem
dúvida, contracultural. Por isso, as parábolas de Jesus são um convite, ou
melhor, uma proposta ousada que requer a resposta dos ouvintes. Em primeiro
lugar, convida-nos a erguer os olhos e ver os campos, pois já branquejam para a
ceifa, propõe-nos descobrir o que já está crescendo lentamente, florescendo
silenciosamente e até dando fruto ao nosso redor.
“Pai, dá-me
sensibilidade para perceber Teu Reino acontecendo no meio de nós, onde lutamos
para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.”
Padre Bantu
Mendonça
Fonte: http://blog.cancaonova.com
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