Que tal um dia com o
celular desligado, sem abrir os e-mails, sem entrar nas Redes Sociais? E quem
sabe ainda desligar a TV, o rádio, passar longe do computador e ignorar o tablet?
Para os dias atuais,
esse é um desafio quase impossível de se cumprir. O “desconectar” até soa como
estar “fora do mundo”, desatualizado. A palavra “conectar” significa ligar,
unir – o que, ironicamente, pouco tem acontecido com as pessoas. A linguagem
informatizada tomou conta do nosso cotidiano e foi adentrando, pouco a pouco,
em nosso vocabulário. No entanto, essa “conexão” está longe de existir; ao
menos na vida real.
Hoje podemos nos
“conectar” com pessoas que estão do outro lado do mundo, falar e até ver, em
tempo real, alguém que está num fuso horário oposto ao nosso. Mas é muito comum
passarmos pelas pessoas e nem sequer olharmos em seus olhos. Pouco percebermos
as necessidades de quem está ao nosso lado, em nossa casa, em nosso trabalho ou
em nosso convívio diário. Quantas vezes nem mesmo cumprimentamos as pessoas ao
lado das quais passamos!
Conhecemos todos os
novos aplicativos para celulares e não mais conhecemos a pessoa com quem nos
casamos, nem os nossos filhos ou nossos irmãos, e nem mesmo nossos pais.
Sabemos dos mais diversos lançamentos da era digital e nem percebemos que os
nossos relacionamentos estão se dissolvendo, enquanto despendemos demasiado
tempo nas Redes Sociais. Passamos o dia entretidos com as multifuncionalidades
oferecidas pelo touch screen dos games ou dos tablets, e nem nos lembramos de
tocar com delicadeza e amor o rosto de quem amamos. E ainda nos arrogamos o
privilégio de nos denominarmos de “a geração conectada”.
Sem dúvida alguma, os
avanços tecnológicos trouxeram grandes contribuições para a nossa vida,
facilitaram em muito nosso trabalho e nos abriram inúmeras possibilidades. São
incontáveis os benefícios que eles geraram. Contudo, o problema está no que
fazemos com eles.
Fomos nos tornando
escravos da tecnologia. Muitos de nós não conseguimos mais “nos desconectar”;
temos a necessidade de estar sempre "on-line". O vício pela
conectividade cresceu tanto que, atualmente, já existe clínicas de recuperação
para dependentes digitais. Enquanto isso, os “relacionamentos reais” estão
definhando. Pessoas sob o mesmo teto estão tornando-se estranhas umas às outras
e, em contrapartida, o número de “amigos” nas Redes Sociais chega aos milhares.
Tornou-se mais cômodo “conhecer” alguém por intermédio de seu perfil na rede do
que gastar tempo com essa pessoa, olhando em seus olhos, tocando em seu ombro e
dizendo -lhe: “Conte comigo!”.
Mas como resolver esse
problema? É preciso abandonar a vida digital? Não. E isso nem seria possível,
uma vez que temos necessidade da tecnologia praticamente para tudo o que
fazemos. O segredo está no equilíbrio. Não se pode se desprender totalmente da
tecnologia, nem se deixar subjugar por ela. É preciso ter nas mãos o poder da
decisão: “Eu escolho me conectar” e “Eu escolho me desconectar!”.
Conectados vivemos melhor, sim; mas desde que
isso passe pela nossa liberdade de escolha.
Viviane Eloy
Missionária
Canção Nova
Fonte: http://www.cancaonova.com
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