QUEM FAZ A VONTADE DE DEUS, ESSE É MEU
IRMÃO, MINHA IRMÃ E MINHA MÃE.
1ª Leitura - Gn 3,9-15
Salmo - Sl 129,1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R. 7)
2ª Leitura - 2Cor 4,13-18- 5,1
Evangelho - Mc 3,20-35
Verde. 10º
DOMINGO Tempo Comum
Neste 10º domingo do
Tempo Comum, vemos que a multidão procura Jesus para tocá-Lo e ser curada das
suas enfermidades; ela compreende e reconhece n’Ele um poder sobrenatural.
Porém, os parentes de Jesus foram segurá-Lo, porque diziam: “Enlouqueceu”. Os
familiares temem que esta maneira de agir possa comprometer o nome da família,
então decidem tomar o controle da situação.
Vendo a atitude dos
parentes d’Ele, podemos nos perguntar: “Quantas vezes somos chamados de
loucos?”. Principalmente as pessoas que assumem uma proposta de vida radical,
deixando tudo para seguir Cristo mais de perto, como consagrados, casais
comprometidos com as pastorais nas capelas, nas paróquias e na diocese, entre
tantas outras pessoas que dedicam sua vida para que haja esperança na comunidade.
São os nossos próprios parentes que, às vezes, nos acusam de loucos, de “beatos
e beatas” da sacristia.
Jesus está dentro da
casa. A multidão e Seus parentes estão do lado de fora e ao Seu redor,
ouvindo-O. Estão reunidos os discípulos em torno de Jesus, como também as
multidões, pessoas do povo capazes de deixar tudo para segui-Lo. São os
aleijados, coxos, pobres, doentes que estão “como ovelhas sem pastor” (Mc
6,34).
“Participar da casa” é
estar presente no banquete da vida, aproximar-se do outro como espaço de
diálogo e compreensão. Mas para entrar na casa é preciso romper com o sistema
de opressão que há em nossa sociedade, à medida em que faço do outro
instrumento da minha vontade e o coloco em disputa com os demais. A casa é o
lugar apropriado para desenhar a proposta que Jesus deseja anunciar e promover
o sistema de relação social.
Um profeta só é
desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa (cf. Mc 6,4). As
pessoas capazes de compreender a missão de Jesus são aquelas que fazem uma
experiência com Ele. Os mais próximos se afastam diante da missão de Jesus,
enquanto os mais distantes se aproximam d’Ele e de Sua missão.
“Aproximar-se da
missão” é se encontrar dentro da casa e reconhecer em Jesus a presença do Reino
de Deus. É preciso compreender os gestos e não ter o coração endurecido. Os que
estão fora da casa são os adversários, os que querem interromper a missão,
concordando com uma ideologia que domina as pessoas e que controla o sistema
opressor.
Estar na casa é o
principal foco e eixo de partida. Jesus se sente próximo e familiar a todos que
se deixam envolver por Seu projeto. O grau de parentesco é como um título para
que se possa fazer parte da nova comunidade, a qual requer fidelidade acima de
tudo. Jesus se recusa a aceitar quem não aceita Sua missão.
É preciso ser obediente
a Deus, estar sentado à Sua volta e atentar-se aos Seus ensinamentos. É a
unidade em Jesus que se deve fazer evidente numa opção de vida, na instauração
de uma família, como também na vida. Viver a vida com adesão ao projeto de Deus
e na construção de um mundo novo, no qual a esperança nos mova para frente para
podermos chegar à terra onde jorra leite e mel. Falem o que quiserem falar, mas
nós precisamos dizer: “Sou católico e não desisto nunca!”.
A oração que devemos
rezar é: “Ó Deus, assim como nos enviaste o Vosso Filho que se fez louco por
amor à Vossa vontade, assim fazei de nós loucos. Loucos para aceitar qualquer
tipo de trabalho e ir a qualquer lugar, sempre num sentido de vida simples,
humilde, amando e promovendo a paz, a justiça, a restauração e a reconciliação
entre as famílias”.
Essa pequena oração
retrata a opção de vida por Jesus, a quem Sua própria parentela chamou de louco
ao tenta impedi-Lo de prosseguir com Sua missão, quando julga que Ele está fora
de si devido à multidão que O acompanha. Este aglomeramento da multidão suscita
uma preocupação dos parentes e a intervenção destes pode ser motivada pela
atividade de Jesus e Seu modo de se comportar, que fugia aos esquemas dos
moldes comuns. “Ele fala com autoridade”, ou ainda, “nunca alguém falou como
este homem fala”.
Padre Bantu
Mendonça
Fonte: http://blog.cancaonova.com
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