É de fundamental importância
conhecer o que nos circunda, principalmente, em se tratando de religião,
sabermos em quem estamos colocando nossa devoção, pois é a partir de nossa fé
que estruturamos o nosso viver, e esta baseia-se em nossos conhecimentos e
experiências que são enriquecidos mediante uma unidade em Deus no irmão.
Em 8 de dezembro de 1870, o papa
Pio IX declarava São José, Patrono da Igreja. Numerosos movimentos e
congregações trazem o seu apadrinhamento. Porém, nem todos percebem o sentido e
a importância das virtudes de São José, que são acessíveis a todos os homens
contemporâneos.
Vivemos numa sociedade onde a
justiça tomou-se o paradigma orientador e norteador dos seus diversos
segmentos, principalmente das camadas mais populosas. Portanto, entramos na
questão do que seja justiça e, nada melhor do que perceber um aspecto dessa
justiça, observando pela ótica de São José, que é justo, não pelo que disse,
mas pelas virtudes que praticou.
Mateus caracterizou José de
"justo" (Mt 1,19). Essa é a principal virtude que o caracteriza nos
poucos fatos retratados nos evangelhos de Mateus e Lucas. A sua justiça não
consistia na simples observância das letras da Lei, mas numa profunda escuta à
vontade de Deus.
O homem justo para os judeus era
aquele que não participava da culpa dos outros, ou seja, aquele que estava
separado do pecador (Lc 7,39). José, como bom judeu e sendo da descendência de
Davi, sabia como proceder em caso de infidelidade da mulher prometida em
casamento (Dt 22,20s). Ora, Maria apareceu grávida e nada contou a ele sobre
sua gravidez. Isto leva-o a tomar uma atitude mas, em nenhum momento questiona
a fidelidade de Maria, antes silencia diante deste grande mistério de Deus,
como em outros momentos da manifestação de Jesus (Lc 2,33.50). José sabia que
este mistério ultrapassava seus limites de compreensão. Sua atitude é de agir,
não conforme as prescrições da lei, mas segundo a intenção de seu coração de
homem prudente, que espera em Deus quando nada entende.
Portanto, nada de extraordinário
circundou a vida de São José, somente a sua vontade sincera de assumir, com
responsabilidade, aquilo que experimentava na busca de uma vida justa. Isto o
fez o mais honrado dos homens, porque soube honrar as posições que a ele foram
confiadas: pai, esposo, amigo, trabalhador.
São José, Rogai por nós!
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