Como a igreja recebeu a escolha do novo papa?
A Igreja Católica é uma instituição divina
quem a governa é o Espírito Santo, portanto é ele que escolhe; mesmo em meio a
interesses e a política dos homens, uma vez que a Igreja é Santa por causa de
Jesus Cristo, mas formada por pecadores. A escolha de um novo papa é fruto das
orações de toda a Igreja, dos fieis que pedem ao Espírito Santo um pastor
conforme o desígnio de Deus. Cabe aos cardeais observarem os perfis de cada
cardeal segundo as necessidades da Igreja na atualidade.
Assim como foi uma surpresa a renúncia do
papa Bento XVI, também a Igreja e o mundo foram surpreendidos com a eleição do
primeiro papa latino americano e ainda mais vindo da América do Sul
(Argentina), a grande maioria esperava um papa europeu, provavelmente um
italiano, e eis que o Espírito Santo agindo através dos cardeais elege um nome
que não era cotado para esse Conclave. Como o próprio papa Francisco falou: “os
cardeais foram buscar o papa quase no fim do mundo”, referindo-se ao seu país
de origem.
Qual a expectativa em
relação ao sucessor do Papa Bento?
A expectativa é muito positiva a mídia deu
ampla cobertura à eleição do novo papa e não só a Igreja, mas o mundo cristão e
até mesmo os não cristãos veem com esperança a escolha do papa Francisco, pois
trata-se de uma grande novidade a eleição de um “papa da periferia”. Um sopro
do Espírito Santo, ou seja, um novo Pentecostes para a Igreja, onde ela deve
está mais aberta as mudanças e transformações do mundo contemporâneo, estabelecendo
um maior diálogo com os não-cristãos e as outras religiões.
Que mudanças são esperadas com essa escolha?
A
Principal mudança deve começar da cúria romana, isto é, dos cardeais, daqueles
que estão no Vaticano, espera-se que os bispos tenham mais autonomia, uma vez
que o papa Francisco tem falado muito em colegialidade, isso quer dizer que ele
não quer governar a Igreja sozinho, tomando decisões de cima para baixo, mas
ouvindo os cardeais, os bispos e até mesmo o povo. É notável que ele quer uma “Igreja
pobre para os pobres”, isso ele deixou bem claro quando falou aos jornalistas,
portanto uma Igreja mais próxima aos pobres deve ser a marca do seu
pontificado.
Quais os principais desafios que o papa Francisco terá pela
frente?
O papa Francisco terá um grande desafio que
é trazer os fieis que estão afastados de volta para a Igreja, uma grande
preocupação será os pobres e, sobretudo os jovens, é preciso se adequar a eles
para evangelizar sem deixar de ensinar as verdades imutáveis da fé e levar
Jesus a esta sociedade secularizada, subjetivista, egocentrista, consumista e
hedonista onde Deus e o sagrado perdeu o sentido. É preciso falar a linguagem
do povo e tirar essa concepção que muitos tem de uma Igreja rica, poderosa,
triunfalista, conservadora, retrógrada que ver o mundo com pessimismo; e
devolver a credibilidade que muitos perderam ao ver alguns membros da Igreja
(padres, bispos) envolvidos em escândalos sexuais como a pedofilia, uma chaga
que manchou a imagem da Igreja.
Que significados tem a escolha do primeiro papa latino
americano?
Um papa latino americano tem muito a
contribuir com a Igreja, pois ele em especial conhece a realidade dos pobres e
sofredores, o que fará com que a Igreja esteja voltada para os problemas dos pobres
e se torne mais humana e fraterna, mostrando o rosto misericordioso de Deus.
Também demonstra a universalidade da Igreja abrindo perspectiva para que no
futuro tenhamos um papa africano ou asiático e até mesmo um papa brasileiro
porque não.
Tem se falado muito no significado do nome do novo papa,
Francisco, você acredita que a escolha desse nome terá sim um verdadeiro
significado?
Sim. A escolha do nome
Francisco é uma homenagem ao grande Santo da Igreja que viveu no Século XIII,
um homem de família rica que deixou tudo para servir a Deus nos pobres.
Portanto, o próprio nome já remete ao que deve ser o pontificado mais voltado
para os pobres, aberto ao diálogo, a fraternidade, preocupação com as questões
ecológicas e também grandes reformas na Igreja como fez São Francisco de Assis
ao ouvir a voz do Senhor: “Francisco reconstrói a minha Igreja.” Este também
deve ser o pensamento do papa Francisco, novos tempos para a Igreja de Cristo.
Entrevista concedida a estudante de Jornalismo da FIPE, Angelina Medeiros
Por: Pe. Cláudio
Dantas de Oliveira
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