Com a escolha do novo papa
abre-se um novo tempo para a Igreja Católica, podemos falar em um novo
Pentecostes, um sopro do Espírito Santo para aproximar a Igreja dos pobres, uma
vez que a mesma fez a opção preferencial pelos pobres. Num mundo marcado por
uma mudança de época, onde as transformações são rápidas, as relações se tornam
cada vez mais superficiais, o egocentrismo, subjetivismo, consumismo e
hedonismo predominam na sociedade moderna, a Igreja tem que dar respostas para
os problemas e questionamentos do nosso tempo.
Por isso, a escolha de um
papa latino americano não poderia ter vindo numa hora mais oportuna, onde a
Igreja precisa de reformas urgentes a partir da sua estrutura, ou seja, a
cúpula romana, uma reforma de dentro para fora da Igreja visando se adequar a
realidade e falar a linguagem do povo sobretudo dos pobres e dos jovens, a
Igreja precisa se renovar para levar Cristo aos que estão fora e distantes, sem
deixar de falar as verdades imutáveis da nossa fé.
Nos últimos meses o mundo
foi pego de surpresa com a renúncia de Bento XVI, um gesto de coragem,
humildade e sensatez diante das suas condições físicas e dos desafios da Igreja
frente a sociedade secularizada, onde o poder, a riqueza e o status ditam as
normas, o agora papa emérito deu essa lição a todos nós renunciando a tudo isso
e “refugiando-se do mundo” como ele próprio falou para viver recluso num
mosteiro em oração, tudo isso para bem
da Igreja. Depois de quase 600 anos da renúncia do último papa (Gregório XII)
em 1415, abres-se novamente esta perspectiva para que outros também possam
renunciar ao papado como é previsto no Código de Direito Canônico, mas que não
é muito comum, via de regra o papa fica no governo da Igreja até a morte.
Depois da renúncia de Bento
XVI muito se especulou sobre os motivos que o levaram a tomar tal decisão e
quem seria o seu sucessor. A mídia
acompanhou todo o processo de escolha e muitos nomes eram cotados para ser o
novo papa, a grande maioria esperava um papa europeu, um italiano
provavelmente, timidamente alguns arriscavam falar em um papa latino americano
sendo até mesmo um brasileiro. Mas eis que o Espírito Santo surpreende a todos
novamente em meio os interesses e a política dos homens, surge o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, um Jesuíta, Cardeal de Buenos Aires na Argentina, um
sul-americano que não era cotado, um homem voltado para os pobres e para as
questões sociais, assumindo o nome de
Francisco em homenagem ao grande Santo da Igreja que viveu no Século XIII, São
Francisco de Assis, o próprio nome já remete ao que deverá ser o seu
pontificado e as suas pretensões.
Desde a sua primeira
aparição na praça de São Pedro, diante de uma multidão que o esperava, o papa
Francisco vem dando sinais de que quer uma “Igreja pobre para os pobres”
através de suas vestes bem mais simples de que a dos seus antecessores, do
próprio discurso, do anel papal de prata banhado a ouro, da dispensa do carro
oficial indo de ônibus com os outros cardeais para a missa de encerramento do
conclave, da quebra de protocolo diversas vezes falando de modo informal como
um pai aos filhos, procurando a fraternidade, a colegialidade, a humildade, a
pobreza e a Paz. O mundo cristão e não-cristão espera muito as reformas do papa
Francisco, o santo padre agradou a grande maioria e vem sendo elogiado pela
mídia diante de seus gestos, palavras e atitudes, rezemos ao Espírito Santo
para que o papa consiga desempenhar bem as funções do seu ministério e levar o
povo a um verdadeiro encontro pessoal com Jesus de Nazaré.
Por: Pe. Cláudio
Dantas de Oliveira
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